O penúltimo debate entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, realizado na noite deste sábado (28) pela Record Minas, foi marcado pelas críticas contra o prefeito Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição que, mais uma vez, preferiu seguir a estratégia de evitar o confronto direto com adversários. Além dele, o ex-prefeito Alexandre Kalil (Podemos) foi alvo dos concorrentes na disputa pelo comando da capital mineira.
Os candidatos Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT) participaram do debate de duas horas na capital mineira. A TV Record Minas convidou todos os candidatos dos partidos com ao menos cinco representantes no Congresso Nacional, conforme determina a Legislação Eleitoral.
A dinâmica favoreceu os candidatos que tiveram mais tempo para debater temas como mobilidade urbana, segurança pública, expansão do metrô, orçamento da prefeitura e problemas na educação e saúde. Na abertura do debate, o mediador Lair Ribeiro disse que a assessoria de Fuad Noman teria aceitado o convite, em agosto, mas “desistiu de participar do debate”.
O senador Carlos Viana abriu o primeiro bloco com críticas contra o prefeito e contra Alexandre Kalil, que renunciou ao mandato para disputar o governo do estado em 2022, deixando a administração sobe o comando do vice, Fuad Noman. “Ganhou prometendo não fazer nada e, de fato, não fez, atrasando a cidade em oito anos. Agora, ele quer impor um candidato marionete para continuar mandando”, disparou o senador em referência ao candidato Mauro Tramonte, aliado de Kalil.
Em seguida, Viana questionou Engler sobre o atual déficit do cofre da prefeitura. O deputado estadual acusou o município de Belo Horizonte de arrecadar R$ 19,6 bilhões, enquanto gastou R$ 19,8 bilhões. "Isso não é normal. O prefeito precisa gastar muito em ano eleitoral para tentar se reeleger. Precisamos fomentar a economia de Belo Horizonte e revisar o plano diretor para atrair novamente o setor da construção civil”, propôs Engler.
Em acréscimo à resposta, o deputado estadual disse que tem compromisso com a redução de impostos. "Acredito que é melhor ter uma fatia menor de um bolo robusto do que uma fatia gigante de um bolo minúsculo”.
Kalil quer impor um candidato marionete para continuar mandando.
Candidato Carlos Viana (Podemos), em referência ao adversário Mauro Tramonte (Republicanos)
Candidato é questionado no debate sobre apoio de ex-prefeito de Belo Horizonte
No primeiro bloco, Engler perguntou ao candidato Tramonte se dois ex-secretários do prefeito Kalil - que trocou o PSD pelo Republicanos na última janela partidária - já estariam cotados para a prefeitura de Belo Horizonte, caso o candidato seja eleito. “O que o Mauro fez foi um acordo político com o Kalil e ele vai ter que indicar a turma que o Fuad exonerou, porque é assim que a política de Belo Horizonte funciona há décadas", acusou o candidato do PL.
Após Kalil romper com o PSD, o prefeito demitiu os aliados do ex-prefeito de cargos comissionados da atual gestão municipal. Tramonte negou que Kalil tenha indicado nomes, apesar do apoio do ex-prefeito após a migração para o Republicanos durante as articulações para formação da coligação, que ainda conta com o Novo, partido do governador mineiro, Romeu Zema.
“Quando fechei um acordo político com o Kalil, ele não me pediu nada”, respondeu. “Quem mandará na prefeitura sou eu, Mauro Tramonte, nós faremos o secretariado mais técnico que BH já teve”, completou.
Tramonte também teve um desentendimento com Carlos Viana em relação às propostas na área da saúde para a população em Belo Horizonte. Os dois são jornalistas, ex-apresentadores de programas populares na Record Minas. Viana criticou a proposta “Zap da Saúde” para a marcação de consultas pela população por meio de mensagens no aplicativo WhatsApp.
“Zap não funciona para milhões de pessoas todos os dias, isso não dá certo. Você deve ter um centro para operacionalizar isso”, ironizou o candidato do Podemos. “É, Carlos Viana, as propostas dos outros candidatos são sempre ruins, só as suas são boas”, retrucou Tramonte durante o debate em Belo Horizonte.
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