O candidato Gabriel Azevedo (MDB) faz pergunta ao “candidato ausente” Fuad Noman (PSD) durante o debate na Rede Minas.| Foto: Reprodução/TV Minas
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O segundo debate entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte realizado na noite desta terça-feira (3), pela Rede Minas, foi marcado pela ausência de três candidatos: Mauro Tramonte (Republicanos), Carlos Viana (Podemos) e o atual prefeito da capital mineira Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição. Nesse debate, realizado pela emissora pública estadual, todos os 10 concorrentes à prefeitura de BH foram convidados.

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Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Gabriel Azevedo (MDB), Indira Xavier (UP), Lourdes Francisco (PCO), Rogério Correia (PT) e Wanderson Rocha (PSTU) falaram sobre suas propostas durante quase duas horas no estúdio da emissora mineira. O prefeito Fuad Noman foi chamado de “fujão” por não comparecer ao debate e foi alvo de críticas de todos os sete participantes.

Na abertura do debate, a mediadora da emissora criticou a ausência dos candidatos em BH: “os que compareceram demostraram respeito - não só pela tradição de 40 anos da Rede Minas - mas demonstraram respeito à comunicação pública custeada, por você, eleitor de Belo Horizonte”.

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O ponto alto

No final do segundo bloco, o atual presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, ficou sem opção para quem fazer a sua pergunta, mas numa cena inusitada, o candidato retirou o papel de uma cadeira vazia onde estava escrito o nome do prefeito Noman e colocou no púlpito. “Candidato ausente, Fuad Noman: por que é que o Ministério Público de Contas, órgão respeitado, disse ao senhor, quando era secretário de Transportes do Aécio Neves, em 2006, que criou um contrato de ônibus metropolitano que foi o laboratório da corrupção para o contrato de ônibus de 2008, feito pelo PT em Belo Horizonte?”, questionou.

O candidato do MDB reivindicou o tempo que Noman teria para responder e continuou tecendo críticas. “Quero deixar claro que vez ou outra vocês veem na TV um sujeito que se apresenta muito bondoso, de suspensórios, dizendo que tem muitas obras. A principal obra dele é estar completamente coligado com a máfia dos ônibus nessa cidade há anos. E, agora, tenta dar uma de bonzinho. A principal obra do atual prefeito é manter um tanto de gente espremida dentro dos ônibus para que alguns se deem bem”, disse.

O bate-boca

Com a ausência de candidatos considerados mais à direita do espectro político, como Tramonte e Viana, o deputado estadual Bruno Engler teve que responder a algumas provocações. A primeira delas foi a pergunta feita pela candidata Indira Xavier, que citou o aumento nos índices de violência contra as mulheres e questionou o adversário sobre o PL do Nascituro, que equipara o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio. “Vocês defendem estuprador e votaram no PL 1904 que coloca meninas e adolescentes na cadeia”, disse a ativista da Unidade Popular.

Engler a chamou de “candidata deep web” e retrucou: “convida candidata deep web, vai ter resposta deep web também. O PL 1409 é de defesa da vida do nascituro. O meu lado é muito claro, de quem defende a segurança pública e que não passa pano para estuprador e qualquer tipo de criminoso”, ressaltou.

Outro bate-boca da noite foi entre Engler e Rogério Correia, que deixaram os seus padrinhos políticos em evidência no debate: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT). “Você é candidato do PT, do Lula, que fala que o ladrão de celular é um pobre coitado que faz isso só para tomar uma cervejinha e que não deveria ser vitimizado pela sociedade. Com que moral você quer convencer o cidadão belo-horizontino que à frente do poder municipal vai ter um posicionamento firme junto da nossa Guarda para o combate a criminosos?”, disse Engler a Correia.

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O petista criticou as medidas adotadas pelo ex-presidente Bolsonaro no combate à criminalidade. “Eu estava até admirando você pela sua tranquilidade que queria dar. Parecia até o Engler paz e amor. Como a cloroquina você não tomou desde o debate passado, é preciso que entenda um pouco de segurança pública. Você acha que segurança pública é armar todo mundo. Bolsonaro distribuiu armas e mais armas e armou as milícias. Hoje vemos um problema grande no Rio de Janeiro e que começa já em Belo Horizonte”, rebateu.  

Do que eles falaram?

A violência contra mulheres, o problema do trânsito, a segurança pública, as privatizações e o orçamento da prefeitura de Belo Horizonte foram temas recorrentes apresentados no debate. O candidato Wanderson Rocha criticou a má gestão do prefeito Fuad Noman em relação à educação.

Gabriel Azevedo aproveitou para falar dos problemas na Secretaria Municipal de Educação, que está no seu quinto secretário. O deputado Rogério Correia ressaltou que sua gestão irá valorizar os profissionais de educação e criticou o governador Romeu Zema (Novo) que, de acordo com ele, não valoriza esses profissionais.

Bruno Engler disse que concorda com o piso nacional dos professores e que as parcerias com as redes privadas podem ser a solução para a falta de vagas nas escolas municipais. Falou também sobre a necessidade de aumento no efetivo da Guarda Municipal para melhorar a segurança da cidade.

A deputada federal Duda Salabert falou sobre a importância de aumentar as moradias populares e sobre programas de empregabilidade para as mulheres em situações de violências.

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Como funcionou o debate em BH

O primeiro debate promovido pela Rede Minas/Rádio Inconfidência entre os candidatos à prefeitura de BH foi mediado pela jornalista e apresentadora Aline Scarponi e foi dividido em quatro blocos. No primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si sem sorteio do nome que seria perguntado.

No segundo bloco, a dinâmica focou na abordagem de temas predefinidos com os candidatos fazendo perguntas entre si. Já no terceiro bloco, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas da Rede Minas e jornalistas convidados. O quarto e último bloco foi dedicado às considerações finais.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]