O ex-presidente Jair Bolsonaro (esq.), o candidato à prefeitura de BH Bruno Engler e o deputado Nikolas Ferreira em ato de campanha neste sábado (19).| Foto: Lucas Mendes/Campanha Bruno Engler
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma motociata em Belo Horizonte na tarde deste sábado (19), em apoio ao candidato Bruno Engler, de seu partido, que disputa o segundo turno contra o atual prefeito, Fuad Noman (PSD). Falando à imprensa, Bolsonaro repetiu o que dissera na quarta-feira e disse que será o candidato do PL à Presidência da República em 2026. O ex-presidente também minimizou declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou estar trabalhando com alternativas como o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Infelizmente não posso conversar com Valdemar; se pudesse não haveria esses problemas. Mas eu sou o candidato do PL em 2026”, disse Bolsonaro – os dois não podem se comunicar por ordem do Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações contra Bolsonaro.

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Bolsonaro também questionou os motivos que o levaram à inelegibilidade. “Por que estou inelegível? Porque me reuni com embaixadores? Isso é abuso de poder político? O que eu ganhei de votos nessa reunião?”, questionou Bolsonaro, contestando também a segunda condenação do TSE, que decretou sua inelegibilidade por abuso de poder econômico. “Participei de um evento no carro de som do pastor Silas Malafaia; não houve um centavo meu, nem de dinheiro público naquilo”, referindo-se ao ato de apoio em 7 de setembro de 2022, após o desfile oficial. “Foi um julgamento político por parte do TSE; se o STF ou o parlamento não colocarem um ponto final nisso, é porque não temos democracia no Brasil”, acrescentou Bolsonaro. “Para alguém ser inelegível, é preciso ter uma acusação muito séria, com provas. Por que Luciano Hang está inelegível? O que ele fez? É inelegibilidade preventiva, porque ele pode ser um candidato competitivo no futuro? Querem tornar inelegíveis vários outros de nós, como o Nikolas [Ferreira], meu filho Eduardo [Bolsonaro], o Gustavo Gayer, por que isso?”, preguntou o ex-presidente.

Bolsonaro também comentou as acusações de que estaria tramando um golpe de Estado após a derrota na eleição de 2022. “Dizem que veio da PF, aquela polícia criativa do Alexandre de Moraes, a informação de que eu teria programado um golpe com estado de sítio. Leiam a Constituição: para estado de sítio o presidente ouve os conselhos de Defesa Nacional e da República, e manda mensagem ao Congresso com exposição de motivos. Não houve nada disso, nem reunimos os conselhos, nem mandamos mensagem ao parlamento”, respondeu Bolsonaro. “O que temos de falar é de como o TSE foi parcial durante as eleições. Eu não podia fazer live, não podia mostrar o 7 de setembro, não podia mostrar o Lula falando que defendia ladrões de celular, ou o Lula ao lado de ditadores do mundo tudo. Aquela eleição teve o dedo pesado do TSE, comportando-se como partido político”, acrescentou o ex-presidente.

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Engler não comenta ausência do governador Romeu Zema em evento, mas agradece apoio

Bolsonaro estava em um carro aberto à frente de centenas de motocicletas, junto de Engler, de Michelle Bolsonaro e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). A motociata começou por volta das 14h30, saindo da Pampulha em direção à Avenida Afonso Pena, em frente à sede da prefeitura de Belo Horizonte. Ao fim do percurso, o grupo se reuniu em um ato de confraternização com direito a trio elétrico. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o presidente estadual do PL, deputado Domingos Sávio, também estiveram no ato e subiram no trio. “Nós temos oportunidade de ouro de mudar a história de BH. Aqui, Lula não ganhou, mas sim o presidente Bolsonaro, com 54% dos votos”, afirmou Nikolas.

O governador Romeu Zema (Novo), que anunciou apoio a Engler na quinta-feira, não participou do evento alegando que já havia assumido outros compromissos. Questionado sobre o apoio de Zema a outro candidato (Mauro Tramonte, do Republicanos, que ficou em terceiro lugar) no primeiro turno, Bolsonaro preferiu repassar a pergunta a Engler, que não quis criticar o governador. “Ele tinha o direito de escolher o candidato dele no primeiro turno. Nós estamos muito felizes com apoio do governador, do Bolsonaro e do Cleitinho”, disse o candidato.

(Colaborou Cristiane Malheiros, de Belo Horizonte)