Fundador do MDB, Requião migrou do PT para o Mobiliza e se lançou pré-candidato a prefeito de Curitiba.| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Arquivo
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Governador paranaense por três mandatos, ex-senador e ex-prefeito de Curitiba, Roberto Requião, 83 anos, é pré-candidato à prefeitura da capital do estado pelo Mobiliza em 2024, depois de romper com o Partido dos Trabalhadores (PT) e deixar a sigla do ex- presidente Lula.

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Sem ocupar cargo eletivo há seis anos, quando não conseguiu a reeleição ao Senado no Paraná em 2018, Requião ainda disputou as eleições de 2022 para o governo estadual, mas foi derrotado no primeiro turno pelo governador Ratinho Junior (PSD). No pleito municipal deste ano, ele voltará a concorrer ao cargo de prefeito de Curitiba, que ocupou entre 1986 e 1989. 

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Com mais de 40 anos de mandatos eletivos, Requião começou a carreira política como deputado estadual entre 1983 e 1985, antes de vencer a eleição municipal na capital. Depois disso, ele foi convidado para ocupar a cadeira de secretário do Desenvolvimento Urbano do Paraná em 1989 e 1990, cargo que marcou a ascensão ao governo. Nas eleições seguintes, ele foi eleito para o primeiro mandato como governador do estado. 

Em 1994, Requião foi eleito pela primeira vez ao Senado, onde ficou até 2002, quando venceu novas eleições ao governo do Paraná. Quatro anos depois, ele foi reeleito e permaneceu na gestão do estado até o fim do segundo mandato, em 2010. Naquele ano, Requião foi eleito para mais oito anos de mandato como senador paranaense até 2018.

Durante toda essa trajetória política, Roberto Requião foi filiado ao MDB, o antigo PMDB, legenda da qual foi fundador e tem a ficha de filiação número 01. Em agosto de 2021, porém, ao perder a presidência estadual, Requião anunciou a saída do partido ao qual estava vinculado desde 1981. Em março de 2022, ele assinou sua ficha de filiação ao PT para corrida eleitoral pelo governo do estado em "dobradinha" com Lula na disputa presidencial contra Jair Bolsonaro (PL).

Descontente com o terceiro mandato do presidente petista, Requião rompeu com o PT e trocou de legenda na última janela partidária, caminho que deve ser seguido pelo filho do ex-governador, o deputado estadual Requião Filho que segue no partido por causa do mandato, mas a tendência é que também deixe o PT até 2026.

Requião teve pedido de aposentadoria especial negado pelo STF

Em abril deste ano, o ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido para que Requião voltasse a receber aposentadoria especial como ex-governador do estado, prevista na Constituição do Paraná até 2019. A pensão vitalícia para os ex-governadores tinha como parâmetro os salários dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), cuja remuneração bruta supera os R$ 30 mil mensais. Na reclamação protocolada junto ao Supremo, os advogados de Requião argumentam que outros ex-governadores voltaram a receber o benefício em 2023, por decisão do próprio STF.

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Roberto Requião de Mello e Silva nasceu no dia 5 de março de 1941, em Curitiba. Filho do médico e ex-prefeito de Curitiba, Wallace Thadeu de Mello e Silva e de Lucy Requião de Mello e Silva, é casado com Maristela Quarenghi de Mello e Silva e pai de Maurício e Roberta. É formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Também cursou Urbanismo pela Fundação Getúlio Vargas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]