A juíza da 175ª Zona Eleitoral de Curitiba, Giani Maria Moreschi, deu seguimento ao pedido de investigação protocolado pela campanha da candidata Cristina Graeml (PMB) contra o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), pedindo a inelegibilidade dele para as eleições por abuso de poder na condução da máquina pública em relação ao caso de suposta coação de servidores públicos da prefeitura da capital paranaense para doarem à campanha do vice-prefeito nesta eleição municipal.
A ação ainda pede a inelegibilidade do atual prefeito Rafael Greca (PSD) e do superintendente de Tecnologia da Informação da prefeitura, Antonio Carlos Pires Rebello, que teria forçado servidores a comprar ingressos de um evento partidário no valor de R$ 3 mil - ele foi exonerado do cargo assim que o caso veio à tona. Em nota, a prefeitura de Curitiba alegou que a atitude dele "teve base seu julgamento pessoal."
No pedido à Justiça Eleitoral, Graeml argumenta que "tal coação, feita por meio de ameaças de perda de cargos ou funções gratificadas, representa um grave abuso de poder político".
A juíza Giani Maria Moreschi deferiu o pedido e encaminhou o caso para o Ministério Público, Ministério Público Eleitoral e Ministério Público do Trabalho, para que forneçam "eventuais cópias de procedimentos relacionados aos atos investigados nestes autos". Além disso, deu prazo de cinco dias, contados a partir de 6 de outubro, para que os investigados se manifestem, inclusive com a indicação de testemunhas.
A Gazeta do Povo procurou as campanhas de Eduardo Pimentel e de Cristina Graeml para comentar o assunto. Em resposta ao questionamento, a coligação liderada de Pimentel respondeu em nota: "A Coligação informa que vai apresentar contestação da ação dentro do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral." A campanha de Graeml não respondeu, mas o espaço segue aberto caso se posicione.
No último dia 1º, em resposta à Gazeta do Povo sobre a denúncia, a coligação “Curitiba Amor e Inovação”, do candidato Eduardo Pimentel, respondeu que “trata-se de uma situação isolada e que o servidor agiu com base em seu julgamento pessoal, sem nenhum direcionamento da campanha” e que o evento foi promovido pelo PSD estadual, e não pelo candidato.
A coligação também argumentou que trabalha com os recursos do fundo eleitoral e com captação de recursos de pessoas físicas, conforme a legislação. Em nota no mesmo dia, o PSD Paraná também reforçou que a atitude foi isolada e culminou na exoneração do servidor.
Assunto dominou debate da RPC
Na quinta-feira (3), três dias antes da votação do primeiro turno, a suposta coação foi o principal assunto do debate promovido pela RPC. Cristina Graeml trouxe o tema à tona em diversos momentos, não diretamente a Eduardo Pimentel, mas a outros candidatos.
Ela disse que o candidato do PSD deveria “pedir desculpas ao povo curitibano e aos servidores que foram coagidos”. O vice-prefeito respondeu se tratar de “fato isolado” e acusou a campanha de Graeml por "ataques covardes com fake news e desinformação.”
Este conteúdo foi atualizado com o posicionamento da campanha de Eduardo Pimentel.
Deixe sua opinião