As campanhas dos dois candidatos mais votados em Curitiba no primeiro turno das eleições de 2024 chegaram às urnas com uma diferença significativa de recursos financeiros recebidos desde o início do período eleitoral. Enquanto Eduardo Pimentel (PSD) e a coligação formada por oito partidos receberam R$ 12.426.884,19, a chapa de Cristina Graeml (PMB) contou com R$ 457.579,72 para fazer a campanha, equivalente a 3,68% do oponente.
Na relação entre dinheiro e voto recebidos em Curitiba, Pimentel teve um voto a cada R$ 39,66 que entraram na conta — o atual vice-prefeito avançou ao segundo turno com 313.347 votos. Por sua vez, Graeml precisou de R$ 1,57 para contabilizar um voto na eleição — no total, ela recebeu 291.523 votos. Os dados são relativos ao dia 4 de outubro, antevéspera da realização do primeiro turno, de acordo com as informações fornecidas pelas campanhas à Justiça Eleitoral.
Uma das queixas da candidata do PMB ao longo do primeiro turno foi a disparidade financeira entre as campanhas. Por não ter representatividade no Congresso Nacional, o partido dela não tem direito a recursos do fundo partidário. Não por acaso, a totalidade do que contabilizou entrando no caixa teve origem em doações.
Por outro lado, 97,14% do que entrou na campanha de Pimentel veio do fundo partidário, inflado com uma coligação formada por oito partidos (PSD, Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB). O restante — R$ 355 mil — veio de doações de pessoas físicas.
Outra métrica para valorar o voto em Curitiba está no tempo de propaganda eleitoral gratuita. A coligação de Pimentel ficou com 4 minutos e 42 segundos para a campanha no primeiro turno, o que representa 47% do tempo total.
No entanto, ele passou para o segundo turno com 33,51% dos votos válidos, abaixo na proporção entre tempo e voto. Já Graeml não teve tempo de televisão pelos mesmos motivos de não ter acesso ao fundo partidário, e conseguiu alcançar 31,17% dos votos válidos no primeiro turno.