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Segurança é principal problema de Curitiba segundo eleitores ouvidos pela Quaest
Curitiba tem 10 candidatos à prefeitura nas eleições de 2024| Foto: Gilson Abreu/AEN

Os eleitores de Curitiba elegeram a área da segurança pública como o problema mais grave enfrentado pela cidade. O dado consta na pesquisa Quaest, contratada pela RPCTV, que divulgou também a intenção de voto para a prefeitura da capital paranaense.

O levantamento entrevistou 900 pessoas em Curitiba entre os dias 24 e 26 de agosto. Além de informarem em quem votariam na eleição de outubro, os eleitores responderam à pergunta: "qual é o problema mais grave que a cidade enfrenta hoje?" A lista foi liderada por segurança, seguida pela área da saúde:

  • Segurança: 34%
  • Saúde: 17%
  • Transporte público/trânsito: 10%
  • Questões sociais: 10%
  • Ruas mal cuidadas: 6%
  • Educação: 6%
  • Problemas econômicos: 3%
  • Infraestrutura básica: 3%
  • Enchentes/alagamentos: 1%
  • Limpeza urbana: 1%
  • Corrupção: 0%
  • Cultura: 0%
  • Outros: 2%
  • Nenhum: 1%
  • Não sabe/não respondeu: 6%

A pesquisa também mostra qual o problema mais grave para o eleitor de cada um dos candidatos (veja abaixo).

As propostas dos candidatos a prefeito de Curitiba para a área da segurança

Considerando o resultado da pesquisa, a reportagem da Gazeta do Povo analisou o plano de governo dos candidatos à prefeitura de Curitiba para saber as propostas deles para a área mais problemática da cidade, segundo os eleitores.

  • Cristina Graeml (PMB)

No plano de governo, destaca que "segurança pública é um dos pilares fundamentais para a qualidade de vida e o desenvolvimento de qualquer cidade". A candidata apresenta sete "propostas práticas" para a área, e em cada uma dessas promessas explica as medidas necessárias para cumpri-la.

  • Reforço do efetivo, capacitação e valorização da Guarda Municipal
  • Ampliação do videomonitoramento e tecnologias de segurança
  • Colaboração e comunicação com a comunidade
  • Infraestrutura e iluminação pública
  • Regulação de eventos e gestão de espaços públicos
  • Fiscalização e manutenção de imóveis desocupados
  • Transparência e prestação de contas
  • Eduardo Pimentel (PSD)

No plano de governo, apresenta cinco propostas principais na área de Segurança Pública/Defesa Social:

  • Divisão de atendimento ao turista – segurança: propõe a criação do Grupo de Apoio ao Turismo e Eventos (Gate), ligado à Secretaria Municipal da Defesa Social
  • Segurança de proximidade: "Readequar o programa de Policiamento de Proximidade Ostensiva (PPO) para um modelo de ronda ostensiva com foco na segurança do cidadão". A ideia é que “as equipes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) passam a atuar junto à Rede Integrada de Transporte (RIT) para evitar e coibir ocorrências de importunação sexual, bem como roubos e outros crimes no interior dos coletivos"
  • Programa de prevenção do suicídio na Guarda Municipal
  • Policiamento inteligente: "integrar todas as medidas de segurança que já operam sob a lógica do uso da tecnologia e da estratégia derivada deste uso sob o guarda-chuva do conceito."
  • Policiamento orientado pela Inteligência (POI): "Programa para implementar a comunidade de inteligência na Prefeitura Municipal de Curitiba, como um desdobramento do policiamento comunitário, de forma a aumentar a qualidade dos serviços prestados pela segurança, melhorando a coleta de informações diagnósticos situacionais mais precisos. Informação melhor, ação melhor."
  • Felipe Bobardelli (PCO)

Não tem propostas específicas para a segurança pública. No ponto oito do seu plano de governo, chamado “Camelôs e ambulantes”,  aparece a questão da violência policial. Ele diz que esse grupo não deve ser reprimido: “A questão do excesso de vendedores de rua se resolve com a geração de novos empregos e não com a violência policial. Sem repressão!”

  • Luciano Ducci (PSB)

Contextualiza a segurança pública e seus problemas e diz que "não existe solução mágica" para uma situação tão complexa. Aponta como avanço a lei federal nº 13.675, que institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. Por fim, diz que " proposta é implementação do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP, com a criação da Polícia Municipal de Curitiba."

  • Luizão Goulart (Solidariedade)

No plano de governo, diz que “a segurança é um direito fundamental. Investiremos em policiamento comunitário, tecnologia de vigilância e prevenção ao crime” e apresenta 14 propostas:

  • Intensificar o trabalho de patrulhamento nas áreas comerciais e de maior circulação de pessoas, especialmente no centro da cidade, utilizando módulos policiais itinerantes.
  • Criar uma Central de Monitoramento em cada regional, levando o suporte técnico para mais próximo à comunidade;
  • Fortalecimento da integração das Guardas Municipais de toda a Região Metropolitana, com troca de tecnologias em Centrais de Inteligência, protocolos de atuação integrada, compartilhamento de informações, criando um mapa do crime, geoprocessado;
  • Requalificar a Guarda Municipal com verdadeira polícia municipal, polícia cidadã com mão forte contra a criminalidade;
  • Investir em viaturas, tecnologia, equipamentos, centros de treinamentos, técnicas de abordagem, qualificando ainda mais a atuação da Guarda Municipal de Curitiba;
  • Aquisição de armamento novo, não letal e letal para o enfrentamento ao crime organizado;
  • Valorização dos profissionais da área de segurança pública;
  • Aumentar o número de guardas municipais, e distribuir as rondas conforme as necessidades das regiões, preferencialmente atendendo as mais violentas;
  • Investir na prevenção ao crime com políticas públicas em todas as áreas da gestão: educação, saúde, trabalho e moradia;
  • Uso intensivo de Tecnologias no combate ao crime, ampliando as muralhas digitais com câmeras de monitoramento, aplicação de Geo Inteligência em mapas do crime e o uso de Inteligência Artificial;
  • Investimento em Escolas em tempo integral, com atividades esportivas e culturais, formação de professores para lidar com questões de comportamento, bullying, conflitos, violência, cidadania, ética e prevenção ao crime, capacitação profissional, apoio psicossocial e oportunidades de emprego;
  • Combate às drogas e repressão ao consumo com educação e prevenção, especialmente nas escolas, através de palestras, debates, atividades interativas e também investir na reinserção social dos usuários. Ampliar a Patrulha Escolar, implantar totens de segurança, botão do pânico, identificador facial e vídeo nas escolas e seu entorno, para o monitoramento e segurança às crianças;
  • Reforçar os CONSEGs, construindo soluções criativas e em parceria;
  • Implantar o Programa Ponto Final combate ao assédio no transporte coletivo.
  • Maria Victoria (PP)

No plano de governo, expõe quatro propostas para a segurança pública, apresentando "justificativa" e "benefícios" de cada uma das medidas.

  • Revitalização do Centro: "Elaboração de um projeto de revitalização completa do Centro da cidade, contemplando a infraestrutura, a oferta de serviços públicos e ampliando a segurança pública desses locais".
  • Ponto de Ônibus Seguro: “Implementar sistema de monitoramento 24 horas dos pontos de ônibus mais críticos da cidade, com "botão do pânico” para uso emergencial e canal de comunicação direto com uma central de monitoramento 24h/7d.”
  • Aumentar o efetivo da Guarda Municipal de Curitiba.
  • Aumentar o patrulhamento da Guarda Municipal nos bairros de Curitiba: Aumentar as rondas e o patrulhamento da Guarda Municipal nos bairros da cidade, em especial, naqueles mais afastados do centro da cidade.”.
  • Ney Leprevost (União)

No item intitulado "Segurança pública municipal e política de trânsito", propõe uma "Polícia da cidade": "a primeira providência para fortalecer a segurança pública em Curitiba será a transformação da Guarda Municipal em Polícia da Cidade, promovendo uma ampla reestruturação do atual modelo".

A proposta é valorizar os profissionais, "com a superação da defasagem do efetivo e dos equipamentos" e com a atuação dessa polícia  defesa dos cidadãos e dos comerciantes que hoje temem a escalada de furtos e roubos, tanto nos bairros centrais quanto nos mais periféricos. 

Por fim, diz que " A integração de câmeras de segurança públicas e privadas realizará um amplo monitoramento em prol do combate ao crime em toda a Curitiba."

  • Professora Andrea Caldas (Psol)

No plano de governo, destina uma parte para segurança, para discutir o tema e, então, apresenta seis propostas:

  • Desmilitarizar a Guarda Municipal.
  • Encaminhar as atividades da Guarda Municipal de acordo com a lógica da segurança enquanto direito social fundamental, combatendo a lógica da repressão violenta típica do militarismo, o que envolve a formação continuada dos agentes em questão. 
  • Reformar o Conselho Municipal de Segurança Pública, na intenção de democratizar esse espaço e dar efetividade a sua atuação.
  • Impulsionar a organização de Conferências Municipais de Segurança Pública.
  • Criar espaços de debate que estimulem a participação e o controle popular e possibilitem a avaliação e proposição das políticas públicas de segurança e defesa social.
  • Apresentar Planos Municipais de Segurança amplamente debatidos com a sociedade, a partir das diretrizes de uma segurança pública como direito social fundamental de caráter universal e indispensável a uma vida digna. 
  • Roberto Requião (Mobiliza)

Apresenta sete propostas para “Segurança e Ordem Pública” no plano de governo:

  • Valorizar permanentemente os profissionais e funcionários da Guarda Municipal.
  • Revisar o plano de cargos e salários da Guarda Municipal, reorganizando-a e adequando as condições de trabalho. Ampliar o efetivo através de novos concursos públicos e criar programas de treinamento contínuo para os guardas, assegurando que estejam sempre atualizados e preparados para desempenhar suas funções com eficácia e segurança.
  • Integrar guarda municipal, polícia civil e polícia militar no combate à criminalidade.
  • Equipar os guardas com tecnologia de ponta, incluindo câmeras corporais em todo batalhão de rua, em vez de parcialmente como é hoje.
  • Implementar guardas comunitários conhecidos no bairro para promover maior interação e confiança entre os moradores. Essa iniciativa inclui a realização de reuniões regulares entre os guardas e a comunidade para discutir questões de segurança e bem-estar.
  • Reforçar e melhorar o monitoramento eletrônico por câmeras em pontos e zonas estratégicas do município, melhorar a iluminação pública e aumentar a equipe.
  • Integrar sistemas de vigilância em toda a cidade para monitorar áreas de risco em tempo real, criando um mapa do crime alimentado por inteligência artificial e um grande banco de dados.
  • Samuel de Mattos (PSTU)

Na parte "Contra todas as formas de opressão", o plano de governo de Samuel de Mattos cita o combate ao machismo, protesta contra práticas em vigor e reivindica avanços que extrapolam a atuação da gestão pública municipal. "Para se ter uma ideia, em 2024, entre janeiro e maio, foram registrados, em Curitiba, 3.800 casos de violência doméstica, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp)". E então descreve:

"Não ao machismo e à violência contra as mulheres! Basta de assédio e feminicídios! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha! Delegacias especializadas com funcionamento em tempo integral e fácil acesso para as mulheres, centros de referência e casas abrigo para as vítimas e seus filhos em todas as cidades! Punição aos agressores!"

  • Cita também a "opressão racista" no país e pede "o fim do genocídio da juventude negra! Prisão e condenação dos assassinos policiais! Igualdade salarial com os brancos! Fim da terceirização! Fim da intolerância religiosa contra o candomblé! Em defesa da reparação histórica aos negros!"
  • Apresenta ainda um contexto de violência contra o grupo LGBTIs e pede "Pelo fim da violência LGBTfóbica! Basta de assédio e discriminação! Casa abrigo para as pessoas vítimas de violência ou expulsas de suas casas pela família." O plano apresenta, ainda, "um programa radicalmente diferente para conter a violência urbana".
  • “Além disso, defendemos a desmilitarização e o fim das polícias atuais, que são irreformáveis, violentas e corruptas. Defendemos a criação de outra polícia, com seus comandantes eleitos pela população e que inclusive tenham o direito de associação sindical e de lutarem por melhores condições de trabalho e até realizando greve. Isso pode favorecer um controle por parte da população sobre as polícias.”

Os planos de governo de todos os candidatos podem ser acessados no site DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral.

Qual o problema mais grave de Curitiba para os eleitores de cada um dos candidatos

Eleitores de Eduardo Pimentel (PSD)

  • Segurança: 23%
  • Saúde: 22%
  • Transporte público/trânsito: 14%
  • Questões sociais: 10%

Eleitores de Roberto Requião (Mobiliza)

  • Segurança: 16%
  • Saúde: 17%
  • Transporte público/trânsito: 20%
  • Questões sociais: 15%

Eleitores de Luciano Ducci (PSB)

  • Segurança: 16%
  • Saúde: 23%
  • Transporte público/trânsito: 16%
  • Questões sociais: 18%

Eleitores de Ney Leprevost (União)

  • Segurança: 16%
  • Saúde: 18%
  • Transporte público/trânsito: 10%
  • Questões sociais: 11%

Eleitores de Cristina Graeml (PMB)

  • Segurança: 6%
  • Saúde: 1%
  • Transporte público/trânsito: 4%
  • Questões sociais: 7%

Eleitores de Maria Victoria (PP)

  • Segurança: 5%
  • Saúde: 3%
  • Transporte público/trânsito: 5%
  • Questões sociais: 3%

Eleitores de Luizão Goulart (Solidariedade)

  • Segurança: 2%
  • Saúde: 4%
  • Transporte público/trânsito: 9%
  • Questões sociais: 5%

Eleitores de Professora Andrea Caldas (Psol)

  • Segurança: 1%
  • Saúde: 1%
  • Transporte público/trânsito: 7%
  • Questões sociais: 5%

Samuel de Mattos (PSTU)

  • Segurança: -
  • Saúde: -
  • Transporte público/trânsito: -
  • Questões sociais: -

Felipe Bombardelli (PCO)

  • Segurança: -
  • Saúde: -
  • Transporte público/trânsito: -
  • Questões sociais: 1%

Indecisos

  • Segurança: 7%
  • Saúde: 4%
  • Transporte público/trânsito: 5%
  • Questões sociais: 9%

Branco/Nulo/Não vai votar

  • Segurança: 8%
  • Saúde: 7%
  • Transporte público/trânsito: 10%
  • Questões sociais: 9%

Metodologia: A Quaest, contratada pela RPC, realizou 900 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 24 e 26 de agosto. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-06447/2024.

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