Bolsonaro deu entrevista a uma rádio de São Paulo e questionou investigação sobre facada.| Foto: Sebastião Moreira/EPA/EFE
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A direita ligada a Jair Bolsonaro (PL) sai do primeiro turno das eleições municipais mostrando força em todas as regiões do país. Em 17 das 26 capitais em disputa, candidatos apoiados pelo ex-presidente foram eleitos ou estão no segundo turno. Já presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o PT, por outro lado, conseguiram eleger no primeiro turno ou levar para o segundo turno apenas 7 candidatos nas 26 capitais.

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Para deputados federais da direita, a vantagem dos candidatos ligados a Bolsonaro deve fortalecer o campo conservador sobre a esquerda em 2026, quando serão realizadas eleições para deputado, senador, governador e presidente da República (leia a repercussão dos resultados na segunda parte desta reportagem).

Na maior cidade do país, São Paulo, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, ficou em primeiro lugar, com 29,4% dos votos, e vai para o segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), que obteve 29%; Pablo Marçal (PRTB) conseguiu conquistar parte da direita, mas não o suficiente para continuar na disputa, com 28,1% dos votos.

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O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não lançou candidato em São Paulo; apoia Boulos e colocou a ex-prefeita Marta Suplicy como vice. Alternativa da esquerda mais competitiva, Tábata Amaral (PSB), amargou o quarto lugar, com menos de 10% dos votos.

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Em Belo Horizonte (MG), Bruno Engler (PL), apoiado por Bolsonaro desde a eleição de 2020, foi o mais votado, com 34,3% dos votos, e vai disputar o segundo turno contra o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que ficou com 26,5%. Mauro Tramonte (Republicanos), que também captou parte da direita, ficou em terceiro lugar, com 15,2% dos votos, e está fora da disputa. Os candidatos de esquerda mais competitivos, Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), patinaram, terminando em quinto e sexto lugar, respectivamente, somando 12% juntos.

No Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), líder nas pesquisas desde a pré-campanha, confirmou o favoritismo e se reelegeu no primeiro turno. Mas Alexandre Ramagem (PL), que estreou na disputa municipal com forte apoio da família Bolsonaro, conseguiu 30,8% dos votos, quase um terço do eleitorado, o que também prova a influência do ex-presidente na cidade. O candidato a vereador mais votado no Rio, novamente, foi Carlos Bolsonaro (PL).

No Sul, Bolsonaro também mostrou força. Em Florianópolis (SC),  Topázio Neto (PSD) o atual prefeito, foi reeleito com 58,4% dos votos. Ele foi apoiado por Bolsonaro e pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). O segundo colocado foi Marquito (PSOL), com 22,2%; o candidato do PT, Lela, ficou em quinto lugar, com apenas 5,7%.

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Em Porto Alegre (RS), o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), que recebeu apoio de Bolsonaro, quase venceu no primeiro turno, com 49,7% dos votos. Vai para o segundo turno como favorito contra Maria do Rosário (PT), que obteve 26,2%.

Em Curitiba (PR), os dois candidatos que vão para o segundo turno, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB), disputavam o voto da direita ligada ao ex-presidente e ficaram muito próximos, com 33,5% e 31,1% dos votos, respectivamente. Luciano Ducci (PSB), apoiado pelo PT, ficou em terceiro, com 19,4% e está fora da disputa.

No Nordeste, onde Bolsonaro perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, candidatos da direita despontaram. A vitória mais expressiva para a direita ocorreu em Maceió (AL), onde o candidato de Bolsonaro, João Henrique Caldas (PL), o JHC, foi reeleito prefeito no primeiro turno com mais de 83% dos votos. Em Fortaleza (CE), André Fernandes (PL) ficou em primeiro lugar, com 40,2%, e vai como favorito para o segundo turno contra Evandro Leitão (PT), que obteve 34,3%. Em Aracaju (SE), Emília Correa (PL), também liderou a disputa do primeiro turno, com 41,6%, e é favorita para vencer Luiz Roberto (PDT) no segundo turno.

Em João Pessoa (PB), o candidato de Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde, vai para o segundo turno, mas o favorito é Cícero Lucena (PP), de centro-direita, que quase ganhou a eleição no primeiro turno, com 49,1%. Em Recife (PE), o candidato de Bolsonaro, Gilson Machado (22), perdeu de lavada, com apenas 13,9% dos votos, para João Campos (PSB), da esquerda moderada, que sempre foi favorito segundo as pesquisas. Ele foi reeleito com 78,1% dos votos.

O Centro-Oeste, que se tornou tradicional reduto da direita, também mostrou a força de Bolsonaro. Em Goiânia (GO), Fred Rodrigues (PL), apoiado por Bolsonaro, foi o mais votado, com 31,1% dos votos, e vai para o segundo turno contra Sandro Mabel (União), de centro-direita, que obteve 27,6%. Em Cuiabá (MT), o candidato de Bolsonaro, Abilio Brunini (PL), também liderou, com 39,6% e vai para o segundo turno como favorito contra Lúdio (PT), que obteve 28,3%.

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Em Campo Grande (MS), a disputa foi apertada entre duas candidatas da centro-direita: Adriane Lopes (PP), que obteve 31,6% dos votos, e Rose Modesto (União), que conseguiu 29,5%. Na capital de Mato Grosso do Sul, o candidato de Bolsonaro, Beto Pereira (PSDB), ficou em terceiro lugar, com 25,9%; e a de Lula, Camila Jara (PT), em quinto, com 9,4% dos votos.

Na maioria dos estados do Norte, candidatos de Bolsonaro foram eleitos ou disputarão o segundo turno. A vitória mais expressiva da direita foi em Boa Vista (RR), onde o atual prefeito, Arthur Henrique (MDB), apoiado por Bolsonaro, foi reeleito com 75,1% dos votos. Os únicos candidatos de esquerda na capital de Roraima, Mauro Nakashima (PV) e Lincoln Freire (PSOL) somaram juntos menos de 2% dos votos.

Em Rio Branco (AC), Tião Bocalom (PL), foi reeleito prefeito com 54,8% dos votos. Ele contou com o apoio de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e do governador do Acre, Gladson Cameli (PP).

Em Porto Velho (RO), Mariana Carvalho (União), que teve apoio de Bolsonaro, do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) e do governador de Rondônia, Marcos Rocha, ficou em primeiro lugar, com 44,5%, e vai para o segundo turno contra Léo (Podemos), com 25,6%.

Em Palmas (TO), Janad Valcari (PL), ficou em primeiro lugar, com 39,2% dos votos, e vai disputar o segundo turno contra Eduardo Siqueira Campos (Podemos), que obteve 32,4%.

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Em Manaus (AM), o candidato de Bolsonaro, Capitão Alberto Neto (PL), ficou em segundo lugar, 24,9% dos votos, e vai para o segundo turno contra David Almeida (Avante), que obteve 32,1%. Em Belém, Eder Mauro (PL), candidato de Bolsonaro, ficou com 31,4%, e também vai para o segundo turno contra Igor (MDB), que obteve 44,8% dos votos.

Deputados da direita celebram resultados

Vários deputados da direita celebraram os resultados deste primeiro turno, sinalizando que em 2026 a direita virá mais forte no eleitorado para derrotar Lula e a esquerda na eleição presidencial.

“O Brasil está mostrando nas urnas que deseja mudança. As pessoas estão cansadas do caos social e do autoritarismo disfarçado de democracia. O avanço da direita em todo o país mostra que o brasileiro luta pela soberania nacional, além da ordem, progresso e respeito aos valores que fundam nossa nação”, disse Silvia Waiãpi (PL-AP).

“Essas eleições confirmam que o Brasil está acordando para uma agenda mais conservadora e patriótica. As pessoas querem mais segurança, educação de qualidade e respeito aos nossos símbolos nacionais. A direita cresce porque fala diretamente ao coração da nossa gente” afirmou Sargento Gonçalves (PL-RN).

“Os resultados deste domingo mostram que o brasileiro não quer mais ser refém de narrativas progressistas que enfraquecem nossa economia e desrespeitam nossas tradições. O crescimento da direita é uma resposta direta ao fracasso das políticas populistas”, disse Rodolfo Nogueira (PL-MS).

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“O que vimos hoje é apenas o começo. O Brasil está caminhando rumo a um futuro mais promissor, onde os valores cristãos, a liberdade econômica e o respeito à vida e à propriedade serão cada vez mais defendidos. A direita está mais forte do que nunca, e vamos continuar a avançar”, disse o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE).

“A população brasileira está dizendo claramente que quer menos governo e mais liberdade. O crescimento da direita nas urnas representa a vontade de um Brasil mais livre, próspero e seguro para todos”, afirmou o deputado federal Sanderson (PL-RS).