O plano infrutífero de migração do deputado federal Beto Richa (PSDB) para o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro continua reverberando dentro do Partido Liberal (PL). Nesta sexta-feira (22), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) entrou com um pedido de expulsão do deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR) da sigla.
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Eduardo acusa Arruda de ter distribuído “na surdina” imagens de uma gravação ilegal de uma reunião entre o ex-presidente da República; o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto; e Richa. A justificativa oficial para o recuo na movimentação de Richa foi o impedimento colocado pelo PSDB, que não liberou o deputado federal para mudar de partido.
“A ‘arapongagem’ esquematizada por Arruda e as mentiras proferidas por ele feriram uma série de preceitos do estatuto partidário, tentando descredibilizar a sigla e o próprio presidente Jair Bolsonaro”.
Eduardo Bolsonaro, em divulgação oficial
Para Eduardo Bolsonaro, a ação de Arruda pode ter sido motivada por ele “não ter sido escolhido como pré-candidato a prefeito de Curitiba e, por isso, teria tramado o episódio na clara tentativa de pressionar o PL ao seu projeto pessoal eleitoreiro”. Em vez de Arruda, o PL decidiu pela candidatura do ex-deputado federal e jornalista Paulo Martins, que tem apoio do ex-presidente Bolsonaro.
À Gazeta do Povo, Arruda disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre o suposto pedido de expulsão do partido. “Caso seja verdade, tenho certeza de que tudo será esclarecido. A verdade prevalecerá, porque em momento algum eu expus o partido. Pelo contrário, defendi o partido”, disse ele. Para o parlamentar, a decisão de sua expulsão do PL pode ter sido influenciada pelo deputado federal Filipe Barros, um dos principais interlocutores da família Bolsonaro no Paraná. Arruda disse que Barros “está distorcendo a verdade para induzir todos ao erro”.
Os dois têm trocado farpas e ataques desde o episódio Richa. “Eu apenas cobrei o parlamentar Filipe Barros sobre sua atitude de levar o Beto Richa para se filiar ao partido e ser pré-candidato a prefeito. Isso pegou muito mal no Paraná. Recebemos uma avalanche de críticas e agora ele está tentando corrigir essa ação imprudente, mas de forma errônea”, avaliou.
Arruda afirmou que o laço de confiança que havia entre ele e Barros foi quebrado e que as críticas foram direcionadas ao deputado federal, e não ao PL. “Eu jamais cobrei o partido por isso. Tudo o que fiz foi proteger nosso partido contra a atitude imprudente e precipitada de um membro. Eu defendo a direita e o presidente Bolsonaro. Minha lealdade pode ser provada pelo meu trabalho. Essa atitude tomada pelo Filipe Barros expôs o PL. É lamentável, porque não é bom para ele e nem para o partido”, ponderou. Procurado pela Gazeta do Povo nesta sexta-feira, Filipe Barros disse que não vai se pronunciar.
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