Surpreendendo na reta final da campanha à prefeitura de Curitiba (PR), a candidata Cristina Graeml (PMB) conseguiu se projetar para o segundo turno contra o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD).
Apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Graeml conseguiu 291.523 votos (31,17%), e Pimentel teve 313.347 votos (33,51%), com 100% das urnas apuradas.
A deputada federal Rosângela Moro (União-SP) terminou a corrida em quarto lugar. Rosângela disputou como candidata a vice-prefeita na chapa do candidato Ney Leprevost (União-PR). A dupla obteve apenas 6,49% dos votos válidos, com 60.675 votos.
A expectativa agora é para saber de qual lado a família Moro ficará no segundo turno em Curitiba.
A chapa de Ney Leprevost e Rosângela contou com o apoio do marido da deputada, o senador e ex-juiz, Sergio Moro, que se tornou um dos símbolos da Operação Lava Jato.
Sem uma coligação grande — apenas o Agir e o Democracia Cristã na chapa —, Ney Leprevost apostava no nome da deputada Rosângela Moro para buscar mais votos, especialmente do eleitorado lavajatista e seguidores do ex-juiz e senador Sergio Moro.
O ex-deputado e ex-procurador, Deltan Dallagnol, que também é um dos símbolos da Lava Jato, queimou a largada e anunciou apoio à candidatura de Pimentel ainda em maio, quando seu aliado político não havia entrado no embate municipal.
Procurada pela Gazeta do Povo, neste segunda-feira (7), a assessoria de Sergio Moro disse que ainda não há uma definição sobre eventual apoio no segundo turno e que "o senador irá se manifestar oportunamente".
Graeml cresceu na reta final
Enquanto o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) despontava como favorito para avançar ao segundo turno, muito em função dos oito anos da gestão de Rafael Greca (PSD) e da articulação do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), Cristina Graeml (PMB) era uma figura pouco conhecida — exceto pelo seu trabalho jornalístico — no jogo político local.
Em pouco mais de um mês, porém, Graeml cresceu de forma acelerada para enfrentar Pimentel na segunda volta.
Graeml já criticou atuação política da família Moro
Em entrevista à Gazeta do Povo, no início de agosto, Graeml destacou que a formação da chapa de Ney Leprevost e Rosângela Moro não alteraria a sua estratégia eleitoral.
Graeml afirmou que a divisão dos adeptos do “lavajatismo” em Curitiba poderia ser benéfica para sua campanha, pois, segundo ela, ajudaria os eleitores a discernir as posições de cada candidato e “identificar quem, de fato, é conservador”.
Em outra ocasião, Graeml já havia destacado a esta coluna que se considera a única candidata de direita e de fato conservadora, colocando em perspectiva a fala dos políticos e seus posicionamentos no Congresso, além da postura de omissão na defesa de temas que ela considera importantes para a direita.
Nesse sentido, Cristina Graeml fez críticas diretas a Sérgio Moro e Rosângela Moro apontando votações específicas de ambos os parlamentares que, segundo ela, demonstraram apoio ao governo Lula.
6 de 10 candidatos apoiados por Moro nas principais cidades do Paraná saíram derrotados
Dos 10 candidatos apoiados pelo senador Sergio Moro (União) nas principais cidades do Paraná, 6 saíram derrotados neste domingo (6). Três candidatos que têm o apoio do senador estão no segundo turno.
Além da derrota em Curitiba, com a deputada Rosângela Moro, o senador não conseguiu emplacar:
- Marcio Pacheco (PP), que concorreu à Prefeitura de Cascavel;
- Zé Elias (União), que concorreu à Prefeitura de Foz do Iguaçu;
- Samuel Ribas (União), que disputou a Prefeitura de Guarapuava;
- Christiano Puppi (PP), que disputou a Prefeitura de Campo Largo;
- Beth Pavin (MDB), que concorreu à Prefeitura de Colombo e;
- Pimentel (PP), que concorreu à Prefeitura de Umuarama.
Entre os apoiados por Moro nas principais cidades do estado, apenas Rodolfo Mota, do União, se elegeu prefeito de Apucarana com 42 mil votos (63%).
Tiago Amaral (PSD), com 113 mil votos, foi para o segundo turno com a professora Maria Tereza (PP) na disputa pela Prefeitura de Londrina; e Elizabeth Schmidt (União), foi para o segundo turno com a candidata do PSDB, Mabel Canto, em Ponta Grossa.
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