Empresa de Manuela D’Ávila já faturou R$ 755 mil nas eleições deste ano

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A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) deixou a candidatura própria de lado e investiu em uma empresa que faz consultoria de comunicação para candidatos. Com a prestação deste serviço, nas eleições deste ano ela faturou R$ 755 mil até agora. 

Entre os clientes está o candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol), que transferiu R$ 188 mil para a D Avila & Schaidhauer Consultoria em Comunicação LTDA. A deputada federal Natália Bastos Bonavides (PT), que concorre à prefeitura de Natal (RN), também contratou a empresa de Manuela D´Ávila para prestar serviços na sua campanha. Ela foi quem pagou o valor mais alto: R$ 300 mil.

Já a deputada federal Taliria Petrone (Psol), candidata ao cargo majoritário em Niterói (RJ), pagou R$ 160 mil para a consultoria da ex-deputada. Além destes, duas campanhas de vereadores de Porto Alegre contrataram a empresa: Abgail Pereira (PCdoB), pelo valor de R$ 86,2 mil; e Giovani Culau (PCdoB), com R$ 11,2 mil. As informações foram consultadas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente às eleições 2024.

Após ser derrotada nas eleições de 2018 como vice de Fernando Haddad (PT) na disputa pela Presidência da República, D’Ávila fracassou novamente na busca por um cargo majoritário em 2020, então na prefeitura de Porto Alegre (RS). À época, a gaúcha anunciou que não concorreria mais a nenhum cargo eletivo por tempo indeterminado.

Empresa de Manuela D´Ávila alega dívida de R$ 1,5 mi pela campanha de Kalil

Fundada em julho de 2019, a empresa de Manuela D’Ávila fechou um contrato milionário nas eleições de 2022. Ela foi contratada pela campanha do então candidato Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, pelo valor de R$ 1,53 milhão. O valor foi pago e consta na prestação de contas à Justiça Eleitoral.

A consultoria alega, no entanto, que outro contrato firmado para a campanha de Kalil, desta vez pelo diretório municipal do PSD em Belo Horizonte, não foi pago. O partido estaria devendo o valor de R$ 1,5 milhão por serviços digitais prestados pela empresa de Manuela D´Ávila, segundo informação apurada pelo jornal O Globo. Esse valor, no entanto, ao contrário do outro, não consta na prestação de contas da campanha de Kalil junto à Justiça Eleitoral. O caso foi judicializado.

Sobre a situação, o PSD mineiro respondeu à reportagem da Gazeta do Povo que "o contrato objeto da ação promovida por D’Ávila & Schaidhauer Consultoria em Comunicação Ltda. é desconhecido do órgão de representação do PSD no Município de Belo Horizonte, não constando de seus arquivos, de sua contabilidade ou de suas prestações de contas do exercício de 2022. O partido também desconhece a atuação, em seu favor, da aludida consultoria ou do advogado que subscreve o contrato como testemunha".

Ainda em nota, o PSD complementa que "preza por honrar todos os seus compromissos assumidos e assim tem se mantido desde que o presidente estadual e municipal de Belo Horizonte, Cassio Soares, assumiu a presidência do partido em 10 de maio de 2023 e 19 de fevereiro de 2023 respectivamente".