Eleições em Florianópolis foram polarizadas entre direita e esquerda.| Foto: Infografia/Gazeta do Povo
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O prefeito Topázio Neto (PSD) foi reeleito em Florianópolis no primeiro turno das eleições municipais de 2024. Com quase 92% das urnas apuradas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Neto matematicamente eleito. Com 100% das urnas apuradas, o candidato do PSD teve 58,49% dos votos, com 161.839 votos.

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Candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), Topázio Neto governará a capital catarinense ao lado de sua vice e atual vereadora Maryanne Mattos (PL).

Com 62 anos, Topázio sempre esteve ligado ao empreendedorismo e só entrou na política em 2020, quando foi eleito vice-prefeito de Florianópolis. 

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Ele acabou assumindo a prefeitura em março de 2022 após a renúncia de Gean Loureiro (União Brasil), que deixou o cargo para concorrer ao governo de Santa Catarina — ele ficou em 4º lugar e não foi eleito. 

Campanha em Florianópolis começou com direita e esquerda rachadas

A campanha em Florianópolis começou com a direita e a esquerda rachadas. Topázio conseguiu o apoio das siglas MDB, Novo, Podemos, Republicanos e PL — o partido de Bolsonaro convocou Michelle Bolsonaro para confirmar Maryanne Barbosa (PL) de vice e selar a aliança durante a convenção do PSD. Mesmo assim, o ex-presidente não entrou de cabeça na campanha, permanecendo a distância. Ele sequer esteve na cidade no período eleitoral.

Ao mesmo tempo em que angariou apoios de forças representativas no estado, o atual prefeito viu o União Brasil e seu antecessor e ex-prefeito Gean Loureiro apostarem em Dário Berger (PSDB), tornando mais difícil uma eleição em primeiro turno. Loureiro rompeu com Topázio na tentativa de colocar Berger novamente na prefeitura — ele foi prefeito por dois mandatos antes de ser eleito senador, em 2014.

Do outro lado, o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu na candidatura de Lela — o partido não concorria com candidato próprio em Florianópolis desde 2008 — junto com o PCdoB, PV e o PSB, ignorando a proposta do Psol de criar uma frente ampla de esquerda na cidade, como ocorreu em 2020, com Elson Pereira (Psol) que tinha Lino Peres (PT) como candidato a vice. Diante disso, o psolista e deputado estadual Marquito foi lançado como cabeça de chapa na coligação com a UP e a Rede da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Campanha debateu o principal problema de Florianópolis: engarrafamentos

Independente do espectro político, os candidatos tiveram que responder ao longo da campanha como pretendem resolver os principais problemas da cidade. Entre eles, o da mobilidade urbana. Segundo uma pesquisa da AtlasIntel, divulgada em 28 de setembro, os eleitores de Florianópolis apontaram os engarrafamentos como a maior dor da cidade.

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Por ser o atual prefeito, Topázio foi criticado pelos adversários por não ter conseguido avançar com esse tema. Ele defendeu que há projetos de melhorias das principais vias da ilha para melhorar o trânsito e prometeu que vai implantar o BRT com faixa exclusiva. A realização de obras também foi a principal proposta de Dário Berger, com destaque para a ampliação da Beira-Mar até a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Rua Antônio Edu Vieira até a via Expressa Sul.

Os dois candidatos de esquerda apontaram o transporte coletivo como a principal saída para o fim dos engarrafamentos. Além de faixas exclusivas para ônibus, Marquito prometeu trabalhar para zerar a tarifa do transporte coletivo. Da mesma forma, Lela afirmou que pretende ver Florianópolis “livre das catracas de ônibus”, viabilizando transporte de graça para a população.

*Metodologia da pesquisa AtlasIntel divulgada em 28 de setmebro: 1.200 entrevistados pessoalmente pelo AtlasIntel entre os dias 20 e 25 de setembro de 2024. A pesquisa foi contratada pelo próprio instituto AtlasIntel Tecnologia de Dados Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SC-06221/2024.