As eleições para a prefeitura de Goiânia (GO) devem ter a influência significativa de dois nomes da direita: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
É o que mostra um levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas* feito em fevereiro (veja a metodologia abaixo). A pesquisa mostrou que 32,9% dos eleitores goianos votariam em um candidato apoiado por Bolsonaro, enquanto 30,7% votariam em um aliado de Caiado. O apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem efeito menos expressivo: 17,1% dos eleitores votariam em um candidato apoiado por ele para a prefeitura de Goiânia.
Candidatos estão tecnicamente empatados
Ainda assim, na mesma pesquisa, era a pré-candidata petista, Delegada Adriana Accorsi (PT) quem aparecia com o maior percentual de intenção de voto: ela registrou 27,1% em um dos cenários, segundo o Paraná Pesquisas.
Accorsi foi deputada estadual entre 2015 e 2022 e desde o ano passado exerce primeiro mandato como deputada federal por Goiás. Antes de entrar na política, ela fez carreira como delegada e foi titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, além de ter chefiado a Polícia Civil do estado. A deputada é filha de Darci Accorsi (1945-2014), que foi prefeito da capital nos anos 1990.
Dois candidatos aparecem tecnicamente empatados com Accorsi: Vanderlan Cardoso (PSD) e Gustavo Gayer (PL). Cardoso é senador e, em 2020, concorreu à prefeitura de Goiânia. Ele chegou ao segundo turno, obtendo 47,4% dos votos. O vencedor, porém, foi Maguito Vilela, com 52,6%.
Quem conta com o apoio de Bolsonaro é Gustavo Gayer, deputado federal. Gayer, que foi apadrinhado pelo ex-presidente em evento no início de abril, foi o segundo deputado mais votado do estado nas eleições de 2022, com mais de 200 mil votos.
Apoio de Caiado pode embaralhar ainda mais o cenário
No evento de abril, Gustavo Gayer tirou fotos ao lado de Bolsonaro e do governador Ronaldo Caiado. Oficialmente, porém, o candidato de Caiado para as eleições 2024 em Goiânia é outro: Sandro Mabel. Ex-deputado federal e presidente da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), Mabel deixou o Republicanos para se filiar ao União Brasil no mês passado.
No início deste ano, havia especulações de que Gayer poderia sair como vice de Mabel. Mas, durante o evento com Bolsonaro, o deputado negou a articulação. “Não existe essa possibilidade. Como o maior partido do Brasil hoje, o PL vai ter candidatura própria nas principais capitais do Brasil. Eu sou o candidato em Goiânia”, afirmou.
Como não tinha a pré-candidatura anunciada, Mabel não aparece no levantamento do Paraná Pesquisas. Em um dos cenários, o instituto considerou Bruno Peixoto, deputado estadual em Goiás, como um possível nome do União Brasil. Ele aparece com 10,7% das intenções de voto, contra 19,7% de Gayer, 20,6% de Cardoso e 22,1% de Accorsi.
Atual prefeito também concorre nas eleições em Goiânia
Rogério Cruz (Solidariedade), atual prefeito de Goiânia, também deve entrar na disputa. Ele era vice na chapa de Maguito Vilela, e assumiu o cargo depois que o eleito morreu por causa de uma infecção pulmonar decorrente da Covid-19.
No levantamento do Paraná Pesquisas, porém, Cruz aparece em quarto lugar no cenário que tem, além dele, apenas Accosi, Cardoso e Gayer.
Também se lançaram pré-candidatos Matheus Ribeiro (PSDB), jornalista apoiado pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), e Leonardo Rizzo (Novo), empresário do ramo imobiliário.
Metodologia do levantamento do Paraná Pesquisas
O Paraná Pesquisas realizou o levantamento após contratação do PL de Goiânia. Foram realizadas 680 entrevistas entre os dias 31 de janeiro e 5 de fevereiro de 2024. A margem de erro da pesquisa é de 3,8 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral com o protocolo GO-09948/2024.
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