O vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá (PT-RJ), criticou o próprio partido horas após o fim da apuração da eleição em São Paulo e afirmou que a aliança com Guilherme Boulos (PSOL) foi uma “morte anunciada”.
Pela primeira vez na história, o PT abriu mão de disputar a maior capital brasileira como cabeça de chapa e aceitou ficar com a vice de Boulos ao trazer Marta Suplicy de volta para a legenda. Para Quaquá, que se apresenta como “petista raiz e histórico”, a aliança foi uma “candidatura errada na cidade errada”.
“Boulos era a crônica de uma morte anunciada! [...] Escolhemos uma candidatura com um teto de limite de eleitor de esquerda. Parece que voltamos a reaprender a gostar de perder”, disse em uma rede social na noite deste domingo (27).
Quaquá afirmou que o partido poderia ter se aliado ao ministro Márcio França (Empreendedorismo), a Tabata Amaral (PSB) – que disputou o primeiro turno da eleição paulistana – e até mesmo a Ana Stella Haddad (secretária do Ministério da Saúde), que nunca disputou cargos eletivos, para “dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média”.
Esse diálogo com partidos mais ao centro seria, na visão dele, uma frente ampla como ocorreu no Rio de Janeiro, que reelegeu Eduardo Paes (PSD) ainda no primeiro turno, ou mesmo em Fortaleza onde o candidato petista Evandro Leitão foi para a disputa – que terminou com uma vitória apertada – com o apoio de partidos como PP, PSD, MDB e Republicanos, entre outros.
“Eu já havia alertado isso com Freixo no Rio pra governador! Felizmente fomos amplos e apoiamos Eduardo Paes no Rio esse ano! Nos lugares em que fomos amplos, como em Fortaleza, com candidatura para além da esquerda, com pautas econômicas e sociais e não comportamentais, nós ganhamos”, pontuou.
Reforma do PT e parte da culpa a Lula
Washington Quaquá emendou uma crítica ainda mais incisiva ao seu próprio partido: “o PT precisa rever suas pautas e suas prioridades urgentemente”.
E não poupou nem o governo do líder maior do partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ele, faltou uma responsabilidade que pode se refletir na disputa presidencial de 2026.
“O governo federal também não atuou coordenado e apoiando sua base. Age como se não tivesse responsabilidade com as eleições e a luta política real no território. Tá na hora de mudar ou seremos derrotados no momento que não podemos, em 26”, disparou.
Quaquá foi eleito prefeito de Maricá (RJ) ainda no primeiro turno com 73,7% dos votos válidos, e retornará ao governo municipal após oito anos do último mandato. Além da cidade, o PT também conquistou as prefeituras fluminenses de Japeri e Pacarambi.
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