O índice de rejeição medido pelo instituto Datafolha aponta que, depois dos episódios de violência envolvendo Pablo Marçal (PRTB) e a equipe dele de campanha durante debates eleitorais à prefeitura de São Paulo, o índice de rejeição ao candidato não se alterou, quando considerada a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Desconsiderando a margem de erro, no entanto, a rejeição cresceu. Nessa quinta-feira (26), a mais recente pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha1 apontou um índice de rejeição a Pablo Marçal de 48%. Na pesquisa anterior, divulgada no último dia 192, o índice apontado era de 47%. Já na pesquisa divulgada no dia 12, o número foi de 44%3.
Os principais episódios que separam essas pesquisas envolvem, primeiro, a cadeirada do candidato do PSDB, José Luiz Datena, em Pablo Marçal, após provocações verbais do candidato do PRTB, na noite do dia 15 de setembro, durante o debate promovido pela TV Cultura.
Em segundo lugar, na noite da última segunda-feira (23), durante o debate promovido pelo Flow News, houve o soco do assessor de Marçal, Nahuel Medina, em Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), após uma sucessão de provocações e desentendimentos entre os dois nos bastidores do debate.
Os números mostram que a estratégia de Pablo Marçal de trazer para os debates discussões acirradas, fazer acusações, provocações e ataques aos adversários podem trazer um efeito duplo: ao mesmo tempo em que aumentam a repercussão de Marçal na imprensa e geram mídia espontânea - o que até pode ser bom para um influencer -, essa audiência não se reverte, necessariamente, em uma percepção positiva sobre a sua imagem - o que pode não ser tão bom para um político.
Como disse à Gazeta do Povo o especialista em marcas Eduardo Chaves, quando Marçal começou a se destacar nos debates e entrevistas, o uso de polêmicas e enfrentamento na estratégia de comunicação pode representar um risco considerável. "Dependendo do tom e da frequência, essas polêmicas podem prejudicar a credibilidade de Marçal como candidato sério e preparado para lidar com os desafios complexos de uma cidade como São Paulo, pois os eleitores podem começar a se questionar se ele tem a seriedade necessária para governar", afirma.
Pesquisas citadas para a análise da rejeição a Pablo Marçal
1: Pesquisa Datafolha 26/09/2024:
Metodologia: 1.610 entrevistados pelo Datafolha entre os dias 24 e 26 de setembro de setembro de 2024. A pesquisa foi contratada pela Empresa Folha da Manhã S.A. Confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-06090/2024.
2: Pesquisa Datafolha 19/09/2024:
Metodologia: 1.204 entrevistados pela Datafolha entre os dias 17 e 19 de setembro de setembro de 2024. A pesquisa para a prefeitura de São Paulo foi contratada pela Folha de S. Paulo e pela Rede Globo. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-03842/2024.
3: Pesquisa Datafolha 12/09/2024:
Metodologia: 1.204 entrevistados pela Datafolha entre os dias 10 e 12 de setembro de setembro de 2024. A pesquisa foi contratada pela Folha de S. Paulo. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-07978/2024.
Por que a Gazeta do Povo publica pesquisas eleitorais
A Gazeta do Povo publica há anos pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população.
Métodos de entrevistas, composição e número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar no resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais.
Pesquisas publicadas nas últimas eleições, por exemplo, apontaram discrepâncias relevantes em relação ao resultado apresentado na urna. Feitos esses apontamentos, a Gazeta do Povo considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.