A Polícia Federal apreendeu R$ 1,7 milhão em bens e dinheiro em espécie apenas neste domingo (6), dia da votação do primeiro turno das eleições municipais. A operação atuou em mais de 300 ocorrências de crimes eleitorais, das quais 93 levaram a inquéritos policiais e 173 em termos circunstanciados.
De acordo com o balanço preliminar divulgado no final da noite, outras 34 ocorrências estavam em andamento e 415 eleitores haviam sido autuados em flagrante pela prática de crimes eleitorais – propaganda irregular e corrupção eleitoral, principalmente.
“O órgão exerceu suas atribuições de polícia judiciária e de fiscalização da ordem política e social e atuou em todo o país, empregando um contingente de mais de seis mil policiais, além do uso de drones e outros recursos tecnológicos para monitoramento de áreas críticas e combate a crimes eleitorais como propaganda irregular [boca de urna] e corrupção eleitoral [compra de votos]”, disse a PF em nota.
Ainda de acordo com a corporação, foram apreendidos R$ 50,3 milhões em bens e valores ao longo de 2024 referentes a crimes eleitorais, sendo R$ 21,7 milhões em espécie.
Um balanço final deve ser divulgado ainda nesta segunda (7).
Ao longo da semana passada, dezenas de crimes eleitorais foram registrados pelo país, como a compra de votos e apreensão de valores que seriam usados para pagamento de contas de campanha via “caixa 2”. Entre os estados com autuação, estavam Ceará, Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe.
Na última sexta (4), o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) afirmou que o crime de “caixa 2” foi intensificado após a Justiça proibir as doações empresariais às campanhas, e defendeu uma revisão da lei de financiamento eleitoral para um “modelo semipúblico, com travas para o financiamento privado”.
Ele ainda propõe que o novo modelo reduza o fundo eleitoral abastecido com recursos do Orçamento em 80%, passando dos atuais R$ 4,96 bilhões para R$ 1 bilhão. “O peso sobre o Orçamento é enorme hoje. [...] Veja quantas coisas poderíamos fazer”, ressaltou.
Para Randolfe Rodrigues, o atual modelo de financiamento “encarece as campanhas” e cria duas fontes de financiamento, sendo uma oficial e a outra ilegal que, diz, corre muitas vezes sem o controle das autoridades. O modelo semipúblico daria transparência às contribuições privadas, segundo o senador.
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