Representante da direita, Jessé Sangali (PL) comanda um projeto social de pavimentação de ruas e becos.| Foto: Júlia Urias/Câmara Municipal de Porto Alegre
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Com 22.966 votos, Jessé Sangali (PL) foi reeleito para a Câmara Municipal de Porto Alegre como o vereador mais votado na capital gaúcha nas eleições municipais 2024. Porto alegrense de nascimento, ele já havia ocupado uma cadeira de vereador em Viamão entre 2017 e 2020.

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A expressiva votação no último dia 6 representa seis vezes o total de votos obtido por ele na primeira eleição em Porto Alegre, quando entrou no Legislativo municipal com 3.814 votos pelo Cidadania. Para o vereador, o que catapultou seu nome entre o eleitorado foi a defesa “dos valores da direita e da liberdade”.

Entre os pilares do mandato e da campanha, Sangali destacou a coerência ideológica e os trabalhos sociais. Este último é representado pelo projeto "Concreta beco". Criado em 2016, o projeto de voluntariado capitaneado por Sangali leva pavimentação às ruas de comunidades de difícil acesso.

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As pessoas acham que somente a esquerda tem trabalho social, mas eu até questiono quais são os trabalhos sociais que a esquerda, de fato, faz. Eu desconheço.

Jessé Sangali (PL), vereador reeleito para a Câmara Municipal de Porto Alegre

A pavimentação é custeada em parte pelo salário de vereador e por financiamento coletivo de outros voluntários. No lugar de asfalto, o "Concreta beco", como o próprio nome diz, cobre as vielas e becos com concreto – onde nem mesmo os caminhões conseguem chegar, o projeto faz a cobertura das ruas com blocos conhecidos como pavers.

“Alguém de direita com trabalho social chama atenção. As pessoas acham que somente a esquerda tem trabalho social, mas eu até questiono quais são os trabalhos sociais que a esquerda, de fato, faz. Eu desconheço”, disse o vereador mais votado de Porto Alegre, em entrevista ao jornal Zero Hora.

Para Jessé Sangali, discussão sobre Plano Diretor é um dos desafios da futura gestão

Entre os principais desafios para a próxima gestão, Sangali aponta a necessidade de discussão do Plano Diretor de Porto Alegre. A legislação atual foi instituída pela Lei Complementar 434/99 e, posteriormente, alterada pela Lei Complementar 646/2010. A revisão, prevista inicialmente para 2020 – respeitando o prazo de 10 anos – está atrasada.

Nas redes sociais, o vereador mais votado faz críticas constantes ao que chama de “hipocrisia do Plano Diretor em Porto Alegre". Em um dos vídeos, Sangali aponta que a legislação proíbe que sejam feitas construções no topo dos morros como forma de preservar o meio ambiente. Nestes espaços, porém, há uma série de construções irregulares, em desacordo com a legislação municipal.

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“Toda reserva feita pelo Plano Diretor para ‘proteger a natureza’ proíbe as pessoas que querem fazer projetos com arquitetos e engenheiros e deixa esses espaços reservados para invasões. Fica essa hipocrisia: não pode, mas todo mundo constrói”, criticou o vereador.