A disputa de segundo turno entre o prefeito Sebastião Melo (MDB) e a candidata Maria do Rosário (PT), em Porto Alegre, deve ser marcada pelo acirramento de discursos e debates mais acalorados. Candidato à reeleição, Melo liderou a eleição no primeiro turno, com 49,72% dos votos válidos.
A expectativa, explica o professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rodrigo Stumpf González, é de que ele “ficará na defensiva, tentando ganhar pela inércia, com o possível aumento da abstenção, do voto branco e nulo, mantendo os seus eleitores”.
Maria do Rosário, por sua vez, precisa reverter o quadro: fez 26,28% dos votos. Para vencer as eleições, tem que conquistar eleitores de outros candidatos que disputaram à prefeitura. Para isso, “terá de fazer uma campanha mais agressiva tanto para conquistar o voto dado a outros candidatos como para mobilizar os que não votaram”, explica González.
Na eleição que sucedeu a pior enchente da história da cidade, Porto Alegre foi a capital recordista em abstenção. O número de eleitores que não foram votar foi maior do que o de votos dados a Sebastião Melo, por exemplo, que ficou em primeiro lugar no pleito.
O percentual de eleitores que optaram por não votar foi de 31,51%, o que representa 345.544 eleitores. Melo, por sua vez, recebeu 345.420 votos. Já Rosário fez 182.553.
Ao mesmo tempo em que precisa mobilizar os eleitores que se abstiveram a participarem do segundo turno e a depositarem esse voto nela, Maria do Rosário tem outro desafio: “Mudar o voto de eleitores do Melo será difícil, mas talvez quebrar o encanto, fazendo que se abstenham”, completa o especialista.
Em busca de apoios
Nesse início de campanha eleitoral para o segundo turno, Melo e Rosário buscam apoio formal dos demais candidatos à prefeitura de Porto Alegre. Nesta quarta-feira (9), Melo conseguiu o apoio do PSDB, que estava com a candidata Juliana Brizola (PDT) no primeiro turno.
Na terça-feira (8), o prefeito teve um encontro presencial com o governador Eduardo Leite (PSDB) para pedir o apoio formal do partido. A decisão foi tomada pelo diretório municipal da sigla.
Melo, que havia se licenciado do cargo na semana passada e reassumiu como chefe do Executivo nesta segunda-feira (7), corteja, ainda, os eleitores de Felipe Camozzato (Novo), que fez 3,83% dos votos (26.603), e do União Brasil, que teve Thiago Duarte como vice na chapa encabeçada Brizola.
Número de eleitores que não foram votar foi maior do que o de votos dados a Sebastião Melo, que ficou em primeiro lugar no pleito.
Já o PDT está na mira dos dois candidatos: a candidata do partido, Juliana Brizola, ficou na terceira colocação, com 136.783 votos (19,69%). Maria do Rosário disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que telefonou para Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e ministro da Previdência, para intermediar o apoio de Brizola à sua candidatura.
A petista também mandou mensagem para Brizola que, até esta terça-feira, ainda não havia se manifestado sobre o resultado das urnas. Nas redes sociais, ela apenas publicou uma mensagem agradecendo aos votos.
Como ficou a composição da Câmara de Vereadores de Porto Alegre
Com a redução da população de Porto Alegre, o número de vereadores manteve a diminuição para a próxima legislatura: passou de 36 para 35 representantes. Desses, 12 são de partidos de esquerda: Psol e PT elegeram cinco vereadores cada e são as duas maiores bancadas da Câmara de Vereadores. O bloco da esquerda é formado, ainda, por dois eleitos do PCdoB.
Já o PL fez quatro cadeiras e tem o vereador com maior votação neste pleito: Jessé Sangalli fez 22.966 votos. A segunda colocada foi a Karen Santos (Psol), com 20.207 - no pleito de 2020, ela foi a campeã de votos.
Republicanos, PP, MDB e PSDB fizeram três cadeiras cada. Já o Podemos elegeu dois vereadores. PDT, Cidadania e PSD terão um vereador cada na próxima legislatura.
Lista de vereadores eleitos em Porto Alegre:
- Jessé Sangalli (PL) - 22.966 votos
- Karen Santos (Psol) - 20.207 votos
- Comandante Nádia (PL) - 18.010 votos
- Ramiro Rosário (Novo) - 16.450 votos
- Grazi Oliveira (Psol) - 14.321 votos
- Giovane Byl (Podemos) - 12.115 votos
- Pedro Ruas (Psol) - 12.070 votos
- Roberto Robaina (Psol) - 10.033 votos
- Moisés Barboza (PSDB) - 8.603 votos
- Jonas Reis (PT) - 8.235 votos
- Gilvani O Gringo (Republicanos) - 7.891 votos
- Marcelo Bernardi (PSDB) - 7.759 votos
- Tiago Albrecht (Novo) - 7.615 votos
- Alexandre Bublitz (PT) - 7.144 votos
- Gilson Padeiro (PSDB) - 7.070 votos
- Fernanda Barth (PL) - 7.063 votos
- José Freitas (Republicanos) - 6.746 votos
- Marcos Felipi (Cidadania) - 6.618 votos
- Mariana Lescano (PP) - 6.389 votos
- Claudia Araujo (PSD) - 6.321 votos
- Márcio Bins Ely (PDT) - 6.296 votos
- Psicóloga Tanise Sabino (MDB) - 6.270 votos
- Juliana de Souza (PT) - 6.261 votos
- Rafael Fleck (MDB) - 5.908 votos
- Vera Armando (PP) - 5.693 votos
- Mauro Pinheiro (PP) - 5.661 votos
- Erick Dênil (PCdoB) - 5.376 votos
- Professor Vitorino (MDB) - 5.315 votos
- Giovani Culau e Coletivo (PCdoB) - 4.902 votos
- Aldacir Oliboni (PT) - 4.869 votos
- Natasha (PT) - 4.718 votos
- Carlo Carotenuto (Republicanos) - 4.644 votos
- Atena Roveda (Psol) - 4.260 votos
- Hamilton Sossmeier (Podemos) - 4.053 votos
- Coronel Ustra (PL) - 2.669 votos
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