Eleitores de Porto Velho (RO) voltaram às urnas neste domingo (27) para definir o prefeito à gestão 2025-2028.| Foto: Infografia/Gazeta do Povo
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O candidato do Podemos, Léo Moraes, foi eleito para a prefeitura de Porto Velho neste domingo (27). Ele venceu a candidata Mariana Carvalho (União) em uma das disputas mais acirradas deste segundo turno das eleições municipais 2024. O resultado das eleições em Porto Velho foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 17h35, com 94,75% das urnas apuradas.

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A apuração em Porto Velho foi encerrada às 18h20. Com 100% das urnas apuradas, Léo Moraes ficou com 135.118 votos, 56,18% dos votos válidos. Já Maria Carvalho (União) recebeu 105.406 votos, 43,82% dos votos válidos.

Moraes assume o Executivo de Porto Velho a partir do dia 1º de janeiro de 2025 pela primeira vez. A entrada do candidato do Podemos na gestão da capital rondoniense também marca a estreia da sigla na liderança do Executivo do município.

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Apoiada pelo atual prefeito correligionário, Hildon Chaves (União), Mariana Carvalho ficou em segundo lugar, apesar de ela ter liderado com larga margem na primeira fase da disputa (em 6 de outubro), tendo obtido então 44,53% dos votos (111.329 votos), enquanto Moraes alcançou 25,65% (64.125 votos) da escolha do eleitor. 

Na véspera da votação decisiva, um dos últimos levantamentos de intenção de votos divulgados apontava para um cenário bem disputado que seria decidido voto a voto em Porto Velho. Pesquisa Quaest indicava então o candidato do Podemos com 51% no cenário estimulado com votos válidos, contra 49% da concorrente pelo União Brasil. As entrevistas com os eleitores foram realizadas na sexta-feira (25) e no próprio sábado (26).

Enquanto Léo Moraes disputou sem partidos aliados e em uma chapa "puro-sangue", com a vice Magna dos Anjos Queiroz (Podemos), Mariana Carvalho (União) teve como vice Pastor Valcenir (PL) em uma ampla coligação, “Somos todos Porto Velho”, composta por Republicanos, PP, DC, PRTB, PRD, PL, Agir, União, PSD, Avante, Cidadania e PSDB.

Ficaram de fora da disputa decisiva Célio Lopes (PDT), que obteve no primeiro turno 11,74% (29.358 votos); Juíza Euma Tourinho, com 9,79% (24.481 votos); Dr. Benedito Alves (Solidariedade), com 5,19% (12.972 votos); Ricardo Frota (Novo), com 1,76% (4.389 votos); e Samuel Costa (Rede), com 1,34% (3.359 votos) da preferência do eleitor.

  • Metodologia da pesquisa citada: 904 entrevistados pela Quaest entre os dias 25 e 26 de outubro de 2024. A pesquisa em Porto Velho foi contratada pela Radio Tv do Amazonas LTDA/Rede Amazônica Radio e Televisão . Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Registro no TSE nº RO-06835/2024 .
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Candidato com posicionamento conservador teve apoio de PT e MDB

O candidato do Podemos, Léo Moraes, se posicionou como conservador durante a campanha eleitoral, tentando atrair o eleitor de direita. Além de também escolher como vice uma evangélica com forte discurso cristão, Moraes lembrou durante a corrida ao pleito que, em 2017, se posicionou contra a criação de um conselho para o público LGBT quando foi deputado estadual.

Advogado e pecuarista, Moraes tem a defesa do agronegócio como histórico no legislativo. Ele foi vereador de Porto Velho, deputado estadual e federal pelo estado de Rondônia.

Léo Moraes já havia disputado a prefeitura de Porto Velho em 2016, tendo perdido então para a chapa Hildon Chaves (União) e Maurício Carvalho (PSDB) com 34,85% dos votos no segundo turno. Além disso, tentou o governo do estado em 2022, ficando em terceiro lugar com 14,06% dos votos.

Apesar do histórico de pautas comuns a Bolsonaro, Léo Moraes não teve apoio do ex-presidente e, no segundo turno, recebeu apoio de políticos históricos ligados ao PT no estado, como Sid Orleans, superintendente do Ministério da Saúde em Rondônia, e Roberto Sobrinho (sem partido), que foi prefeito de Porto Velho pelo PT.

Candidata filha de ex-governador teve apoio do prefeito e de Bolsonaro

Mariana Carvalho se filiou ao União Brasil no último dia do prazo para mudanças partidárias nestas eleições. Ela ficou por dois anos no Republicanos, mas antes havia pertencido ao PSDB, partido em que esteve filiada por 22 anos.

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Influenciada desde cedo pelo pai, Aparício Carvalho, médico que foi vereador, deputado federal e vice-governador de Rondônia, a candidata também seguiu o caminho da medicina e, posteriormente, entrou para a política. Ela se tornou vereadora e na sequência deputada federal por dois mandatos, tendo se tornado vice-líder do partido e vice-presidente do PSDB na executiva nacional. O irmão dela, Maurício Carvalho (União), é deputado federal e foi vice-prefeito de Hildon Chaves, tendo sido eleito em 2020, mas deixando o cargo para concorrer ao mandato no legislativo.

Em 2012, antes de se eleger deputada federal, Mariana Carvalho se candidatou à prefeitura de Porto Velho, quando ficou em terceiro lugar com 17,88% dos votos. Ela disputou novamente o cargo com o apoio do atual prefeito, Hildon Chaves (União), do governador Marcos Rocha (União) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Duas semanas antes do primeiro turno, Bolsonaro viajou a Porto Velho e participou de um grande comício em apoio à candidata, com a participação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e lideranças locais, como o senador Marcos Rogério e o deputado federal Maurício Carvalho.

Após o resultado das eleições em Porto Velho, os desafios da gestão municipal

O futuro prefeito de Porto Velho enfrentará inúmeros desafios na administração da capital rondoniense. De acordo com o ranking realizado com exclusividade pela Gazeta do Povo sobre as melhores cidades para se morar, Porto Velho ocupa a 2.318ª posição entre os mais de 5,5 mil munícipios brasileiros.

Entre as 28 capitais do país, Porto Velho ocupa a 23ª posição. Um dos principais pontos a serem cuidados pela administração pública é a segurança pública. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, a capital ocupa o segundo lugar entre as 50 cidades com mais de 100 mil habitantes com taxas mais elevadas de estupros.

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Em debate eleitoral no primeiro turno promovido pelo G1, temas como a criação de equipamentos públicos na área da saúde, como um hospital municipal e mais Unidades Básicas de Saúde (UBSs), também vieram à tona. A área de saneamento básico demandará atenção do próximo gestor de Porto Velho.

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS 2022), disponíveis no Painel Saneamento Brasil, menos da metade da população do município tem acesso à água potável e apenas 9,9% têm coleta de esgoto, enquanto apenas 1,7% do esgoto produzido é tratado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]