O prefeito eleito de Goiânia neste segundo turno das eleições municipais, Sandro Mabel (União), atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando que o candidato apoiado por ele, Fred Rodrigues (PL)”, foi um “presente de grego” para a cidade.
A vitória de Mabel com 55% dos votos neste domingo (27) foi de virada na comparação com o primeiro turno, em que terminou a disputa com uma diferença de 3,48% para o rival. Para ele, a virada foi em meio a uma “guerra” pela internet em que ele não estava preparado.
“O presidente Bolsonaro veio aqui para dar um presente de grego para Goiânia, porque esse moço não tem a menor experiência. Além de mentir, e a gente sabe que quem mente muito rouba também depois, é uma pessoa despreparada completamente. Nunca conseguiu justificar onde que ele trabalhou”, disse Mabel em entrevista à GloboNews na manhã desta segunda (28).
Fred Rodrigues ainda não respondeu às críticas de Mabel. Ele também era apoiado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal na sexta (25) por suspeita de uso irregular da cota parlamentar para financiar as próprias empresas, além de aplicar recursos de emendas parlamentares em uma organização da sociedade civil de interesse público (oscip) também ligada a ele.
Gayer rebateu a suspeita e questionou a operação a apenas dois dias da eleição municipal, que teria como objetivo prejudicar seu candidato na capital goiana.
Sandro Mabel afirmou, ainda, que o grupo teria montado uma “máquina” virtual com pessoas de todo o Brasil para difamá-lo nas redes sociais e tentar prejudicá-lo neste segundo turno.
“O digital foi muito forte, eles têm um batalhão digital que vem do Brasil inteiro. Você fazia uma publicação, tinha gente do Amapá, do Amazonas, todo mundo criticando. É uma máquina que ele eles têm para denegrir as pessoas, é o tal do radicalismo que eu acho que não funciona”, pontuou.
Direita precisa aprender com a esquerda, aponta Mabel
Sandro Mabel afirmou, ainda, que a direita brasileira precisa adotar um tom um pouco mais ao centro assim como a extrema esquerda fez no passado quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou José Alencar (PL e PRB) como vice nos seus dois primeiros mandatos na presidência da República.
“O Bolsonaro perdeu a eleição pra ele mesmo. Como eu acho que ele não vai ser candidato, que ele está inelegível, [...] a direita precisa se repensar se ela quiser assumir o poder novamente”, disparou.
O agora prefeito eleito emendou afirmando que “só o poder pelo poder não adianta”, e que teve o apoio do governador Ronaldo Caiado (União) que “fez uma pesquisa ampla, viu que precisava de um gestor e foi me buscar”. “Eu já estava há 10 anos fora da política partidária”, completou.
“A última semana foi ataque de tudo quanto é lado, mexeram e remexeram, mas tenho uma vida ilibada, tranquila, sem nenhum problema, não tenho nenhum processo, nenhuma condenação de nada”, disse.
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