As convenções partidárias começaram no último sábado (20) com a confirmação de pré-candidaturas nas principais cidades brasileiras para as eleições de 2024. Em muitas delas, porém, ficaram faltando as definições sobre os pré-candidatos a vice, o que exige uma corrida contra o tempo para o fechamento das chapas no período de convenções que vai até 5 de agosto e depois para o registro das candidaturas com prazo final em 15 de agosto.
Em alguns casos, as articulações se tornam mais complexas por envolverem questões nacionais visando as eleições de 2026 — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm costurado apoios em todo o Brasil —, o que inviabiliza negociações exclusivamente locais e formação de chapas puras.
Em São Paulo, Tabata Amaral e Pablo Marçal buscam vices
Um movimento que parecia bem orquestrado no fim de 2023 acabou virando uma indefinição no período das convenções para a escolha dos pré-candidatos para a prefeitura de São Paulo. No ano passado, José Luiz Datena se filiou ao PSB da deputada federal Tabata Amaral, abrindo a possibilidade de uma chapa com os dois neste ano. Só que Datena migrou para o PSDB em abril e o partido o lançou como cabeça de chapa para prefeito.
Mesmo assim, Tabata Amaral não desistiu de contar com PSDB na chapa, com a indicação de vice. Ao mesmo tempo, porém, Datena já indicou que não será vice de ninguém. Um problema que será resolvido até 27 de julho, data das convenções de ambos os partidos. “O PSDB tem até o dia 27 para tomar uma decisão”, apontou a deputada.
A vaga de vice de Pablo Marçal (PRTB) também está aberta. Hoje o mais cotado para compor a chapa é o presidente do partido em São Paulo, Levy Fidelix Filho, filho do fundador do PRTB. Há a possibilidade também de ser uma mulher. Nesse caso, a médica Nise Yamaguchi (União Brasil) é a preferida, mas depende de como o seu partido vai se posicionar no pleito em São Paulo — o União pode apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) ou lançar Kim Kataguiri em candidatura própria.
Eduardo Paes e Alexandre Ramagem foram confirmados sem anúncio de vices
O atual prefeito do Rio de Janeiro e pré-candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), ainda busca um vice. Na convenção do partido no último sábado (20) havia a expectativa do anúncio da chapa completa, mas isso não se confirmou. O mais cotado e preferido de Paes era Pedro Paulo (PSDB), que desistiu da indicação na terça-feira (23), alegando razões pessoais que poderiam afetar a campanha.
Com isso, dois outros nomes entram como possibilidades para o atual prefeito: o ex-secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavalieri (PSD), e o presidente da Câmara dos Vereadores do Rio, Carlo Caiado (PSD). Nos dois cenários, o partido de Paes iria com chapa pura, mesmo contando com o apoio do PT — o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis sugerir um nome para ser vice.
Do outro lado da disputa, o deputado federal Alexandre Ramagem foi confirmado pelo PL como pré-candidato à prefeitura do Rio. Homem de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem ainda não tem um vice.
A tendência é que seja uma mulher. Caso opte por uma solução caseira, o PL tem duas opções: a deputada estadual Índia Armelau e a deputada federal Chris Tonietto. Caso o MDB, que compõe a chapa, queira um espaço maior, a indicação para vice seria a deputada estadual Rosane Felix.
Belo Horizonte tem indefinição de vice nas chapas de PSD, PL e PT
Candidato à reeleição, o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) confirmou que o seu vice na disputa será do União Brasil, mas ele ainda não sabe quem será. Isso será definido pelo União em convenção ainda em julho.
Candidato de Bolsonaro em Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler (PL) também não tem um vice por enquanto. A tendência é que a definição ocorra em 2 de agosto, data da convenção do partido na cidade. O certo é que a indicação do nome será feita pelo ex-presidente da República, que vê BH como uma cidade fundamental para os planos do partido para as eleições de 2026.
No PT, o deputado federal Rogério Correia não confirmou o nome, mas disse que será uma “vice dos sonhos”. Bella Gonçalves (Psol) e Ana Paula Siqueira (Rede), que eram pré-candidatas, migraram para a chapa de Correia, abrindo a possibilidade para que uma delas seja vice. A outra possibilidade que o PT trabalha é também demover Duda Salabert (PDT) da pré-candidatura e oferecer a vaga de vice a ela.
Indicação de Bolsonaro em Porto Alegre será vice de Sebastião Melo
O prefeito de Porto Alegre e pré-candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB), sabe que a vaga de vice será do PL e que a indicação será feita diretamente por Bolsonaro. O nome que será entregue pessoalmente pelo ex-presidente na convenção municipal do PL, na próxima sexta-feira (27), será o de Betina Worm, médica veterinária e tenente-coronel do Exército Brasileiro.
Betina foi aprovada como vice pela executiva estadual do PL no Rio Grande do Sul com a aval do deputado federal Luciano Zucco (PL) e da vereadora Comandante Nádia (PL), que chegou a ser cotada para a vaga.
Em Curitiba, Eduardo Pimentel aguarda confirmação de Paulo Martins
O atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e pré-candidato à reeleição em Curitiba aguarda a definição do PL sobre a composição em sua chapa, o que automaticamente colocaria o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) na vaga. A definição, porém, está demorando mais tempo que Pimentel e o governador paranaense Ratinho Junior (PSD) esperavam — o governador não abre mão de Martins na aliança.
Diante disso, existe a possibilidade - considerada remota - do PL seguir com uma candidatura própria, liderada por Martins e composta por Cristina Graeml (PMB), jornalista e pré-candidata. Ela esteve recentemente com o ex-presidente Bolsonaro em Brasília e teria ganhado a simpatia do ex-presidente.
Na última semana, o deputado federal Ney Leprevost (União Brasil) confirmou que será pré-candidato em Curitiba. E como sugestão do presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, a deputada federal Rosangela Moro foi convidada para ser a vice, em uma chapa pura do União. A costura está sendo feita com o senador Sergio Moro (União Brasil) e a definição será feita somente na convenção do partido em Curitiba, ainda sem data definida.
Na frente de esquerda, o martelo ainda não foi batido, mas é dado como certo que o deputado estadual Goura (PDT) seja vice do pré-candidato Luciano Ducci (PSB). Ambos estiveram na convenção da Federação Brasil da Esperança, na qual PT, PV e PCdoB formalizaram o apoio à candidatura de Ducci em Curitiba. No próximo sábado (27), o PDT local faz sua convenção, que deve confirmar Goura como vice na chapa de Ducci.
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