Ramos Santana, candidato do PSDB, será o próximo prefeito do município de Paulista, interior de Pernambuco, pelos próximos quatro anos. Ele venceu de Júnior Matuto, do PSB, no segundo turno das eleições 2024, realizado neste domingo (27).
O resultado final das eleições em Paulista indicou a vitória de Ramos Santana, com 120.228 votos, o que corresponde a 73,36% dos votos válidos, enquanto Júnior Matuto alcançou 43.656 votos, 26,64% dos votos válidos, conforme divulgação oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A votação nas urnas em Paulista foi ao encontro do panorama evidenciado ao final do primeiro turno, quando Santana obteve 74.092 votos dos eleitores (44,36% dos votos válidos) e Matuto, 51.213 da escolha popular (30,66%).
O atual prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT), anunciou a desistência de tentar a reeleição alegando problemas de saúde. Em julho deste ano, antes do período de convenções partidárias para oficializar as candidaturas, ele informou que a decisão foi baseada em recomendações médicas e em pedidos da família.
Paulista, que era a maior cidade sob o governo do PT no estado, viu o partido apoiar a candidatura de Francisco Padilha (PDT), indicando inclusive a vice da chapa. No entanto, Padilha terminou a eleição em quinto lugar, com apenas 4,04% dos votos válidos.
Campanha municipal em Paulista antecipa 2026
A campanha em Paulista colocou a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Henrique Campos (PSB), em lados opostos, ambos disputando zonas de influência de olho na eleição para o governo do estado em 2026.
Desde o primeiro turno, Ramos contou com o apoio da governadora, que utilizou o cargo para fortalecer sua articulação política. Além disso, mais discretamente, ele também recebeu o apoio de Yves Ribeiro.
Por outro lado, Matuto, filiado ao PSB, partido do prefeito João Campos, recebeu um vídeo de apoio ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quem são os candidatos que disputaram a eleição municipal em Paulista
Júnior Matuto, nome pelo qual é conhecido Gilberto Gonçalves Feitosa Júnior, tem 45 anos e iniciou a trajetória política como vereador em Paulista em 2008. Ele foi eleito prefeito da cidade em 2012 e reeleito em 2016, mas foi afastado do cargo pela Justiça meses antes de concluir o mandato por suspeita de lavagem de dinheiro e peculato envolvendo o contrato de recolhimento de lixo no município.
Em 24 de setembro de 2024, assumiu o cargo de deputado estadual, após o falecimento de José Patriota (PSB). Matuto - que era o segundo na lista de suplentes do PSB, herdando a vaga depois que Davi Muniz, o primeiro suplente - trocou de partido após as eleições de 2022.
Já Severino Ramos de Santana, conhecido como Ramos, tem 76 anos e possui uma longa carreira política. Ele foi vereador no Recife em 2004 e posteriormente eleito deputado estadual de Pernambuco em 2010. Depois disso, sofreu uma onda de derrotas: não conseguiu se eleger deputado estadual em 2014, 2018 e 2022 e também fracassou nas disputas pela prefeitura de Paulista em 2016 e 2020, sem chegar ao segundo turno.
Após o resultado das eleições em Paulista, os desafios à gestão municipal
A cidade da região metropolitana de Recife, com 342.167 habitantes em 2022, de acordo com o IBGE, ocupa a 2.132ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros, segundo o ranking das melhores cidades para se viver no país elaborado pela Gazeta do Povo.
Os moradores de Paulista sofrem com a criminalidade crescente. De acordo com o Atlas da Violência 2024, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cidade tem uma taxa de 19,6 mortes por 100 mil habitantes, ficando em 179º lugar em todo o país.
De acordo com as estatísticas da Secretaria de Defesa Social, Paulista também é a terceira cidade com maior índice de violência doméstica em Pernambuco em 2024. Entre janeiro e abril deste ano, a cidade registrou 1.243 casos de violência doméstica, ficando atrás apenas de Recife, com 3.516 casos, e Jaboatão dos Guararapes, com 1.485 casos.
Os moradores também sofrem com alagamentos e falta de saneamento básico, além da falta de infraestrutura nas áreas públicas, que devem ser desafios que o próximo prefeito da cidade terá de enfrentar a partir de janeiro de 2025.
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