Marcio Correa, candidato do PL, será o prefeito de Anápolis (GO) a partir do dia 1º de janeiro de 2025. Ele venceu o adversário Antonio Gomide, do PT, no segundo turno das eleições municipais deste domingo (27).
A apuração das urnas eletrônicas em Anápolis indicou que Correa foi eleito com 58,56% dos votos válidos (106.263), conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Gomide ficou com 41,44% dos votos válidos (75.182). Ao todo, foram registrados 3,56% votos nulos e 2,17% em branco.
No primeiro turno realizado no último dia 6, Correa havia ficado em primeiro lugar na disputa, com 49,59% dos votos válidos. Gomide, por sua vez, alcançou 35,45% da votação.
Nenhum dos dois era o candidato apoiado pelo atual prefeito da cidade, Roberto Neves (Republicanos), que está no segundo mandato. O gestor lançou Eerizânia Freitas (União Brasil), que ficou de fora do segundo turno: ela terminou a eleição municipal em terceiro lugar, com 10,88% dos votos.
Quem é Márcio Correa
Márcio Correa (PL) tem 44 anos e é ex-deputado federal, tendo sido eleito como suplente para a legislatura 2023-2027 e assumido a cadeira entre 8 de agosto de 2023 e 6 de dezembro do mesmo ano. Foi confirmado pelo PL como candidato à prefeitura de Anápolis em convenção realizada no dia 5 de agosto de 2024, tendo como vice o médico cardiologista Walter Vosgrau (MDB).
Ele se candidatou pela coligação "Anápolis do lado certo", composta pelos partidos MDB, PL, PRD, Novo, PSD e Avante. O candidato recebeu R$ 1.331.480,00 para a campanha, sendo a maior parte da direção nacional, estadual e municipal do partido, e uma quantia de R$ 13,4 mil dele mesmo, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ainda segundo o TSE, Márcio Correa tem ensino superior completo e é empresário. O patrimônio declarado pelo candidato é de R$ 8,2 milhões.
Quem é Antônio Gomide
Antonio Gomide (PT) tem 64 anos e é ex-prefeito de Anápolis, tendo sido eleito em 2009 e reeleito em 2012. Em abril de 2014, renunciou ao cargo para disputar as eleições ao governo do estado, obtendo 319.233 votos, 10% dos votos válidos.
Também atuou como vereador por dois mandados e, atualmente, está no segundo mandato como deputado estadual. É filiado ao PT desde o início da carreira política. Formado em odontologia, tem um patrimônio declarado de R$ 1,75 milhão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Candidatou-se pela coligação "Amor por Anápolis", composta pela Federação Psol-Rede e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB ePV). O vice na chapa dele é o médico Geraldo Espíndola, da Rede. Ele recebeu R$ 1.202.929,88 para a campanha, a maior parte da direção nacional e estadual do PT,e uma quantia de R$ 10 mil dele mesmo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Anápolis em setembro para participar de um comício ao lado de Márcio Corrêa. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi a nenhum evento com o candidato petista.
Candidata apoiada pelo prefeito fica fora do segundo turno
O atual prefeito da cidade, Roberto Naves (Republicanos), está no segundo mandato e lançou a candidata Eerizânia Freitas, do União Brasil, para sucessão municipal. A ex-candidata tem 49 anos de idade, é servidora pública de carreira, atuava como coordenadora de Políticas Sociais na prefeitura da cidade. Também já integrou as pastas de Educação, Integração Social, Cultura, Esporte, Trabalho, Emprego e Renda.
Ela ficou em terceiro lugar no primeiro turno: o resultado então das eleições em Anápolis indicou que ela obteve 21.287 votos (10,88%). Eerizânia era não só a candidata apoiada pelo prefeito, mas também pelo governador Ronaldo Caiado, do mesmo partido. No segundo turno, o gestor anunciou que ficaria ao lado de Correa.
Os dois últimos prefeitos anteriores a Naves, em Anápolis, eram petistas: João Batista Gomes Pinto (2014 a 2016) e Antônio Gomide (2009 a 2014).
Após os resultados das eleições em Anápolis, os desafios ao novo gestor
Terceira maior cidade de Goiás, Anápolis tem 398.869 mil habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2022. A população da cidade cresceu 19,18% entre 2010 e 2022, o que evidenciou problemas como engarrafamento, aumento do número de moradores de rua e a falta de cobertura dos postos de saúde.
A violência foi um tema colocado em evidência na campanha, embora os índices tenham diminuído nos últimos anos. As tentativas de homicídio caíram 66%, durante o período de setembro de 2022 a 2023, enquanto os homicídios na cidade caíram 25% no mesmo período. O novo gestor terá o desafio de manter esses números em queda.
No ranking exclusivo realizado pela Gazeta do Povo sobre os melhores municípios para morar no país, Anápolis ficou na posição 1.505 entre as 5.570 cidades brasileiras analisadas.
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