Adiló Didomenico (PSDB) foi reeleito prefeito de Caxias do Sul, na serra gaúcha, neste domingo (27), prorrogando por mais quatro anos sua gestão na cidade. Ele derrotou o vereador Maurício Scalco (PL) no segundo turno das eleições municipais 2024.
O resultado final das eleições em Caxias do Sul mostrou Adiló com 116.730 votos, o que representa 51,38% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já Scalco conquistou o apoio de 110.476 eleitores, totalizando 48,62% dos votos válidos. A diferença de votos entre eles foi de 6.254.
De acordo com o TSE, os votos em branco somaram 3,58% e os nulos, 4,71%. Já a abstenção ficou em 28,64%.
Adiló, que tinha ficado em segundo lugar no primeiro turno - com mais de 24 mil votos atrás de Scalco -, conseguiu virar o resultado eleitoral, com apoios recebidos durante a etapa decisiva da eleição. Em 6 de outubro, ele recebeu 64.537 votos, o que representou 27,5% dos votos válidos. Já Scalco conseguiu então 89.260 votos (38,04%).
Quem é Adiló Didomenico
Na política desde a década de 1970, Adiló ajudou a fundar o PTB na cidade e foi vereador entre 2013 e 2020, ano em que concorreu à prefeitura de Caxias do Sul e foi eleito. Ele é formado em Economia e tem pós-graduação em Marketing.
Adiló, 72 anos, concorreu pela coligação “Juntos por Caxias. Juntos no rumo certo”, que reuniu PSDB, Cidadania, PRD, Republicanos, União Brasil e DC. A campanha dele arrecadou R$ 1,5 milhão até 16 de outubro.
Nas propagandas eleitorais, Adiló buscou mostrar ao eleitorado as melhorias realizadas por ele durante os quatro anos do mandato e apresentou novas propostas para a cidade. Ele contou com o apoio do governador Eduardo Leite (PSDB), que participou de caminhada pela cidade ao lado de Adiló.
Quem é Maurício Scalco
Já Maurício Scalco, 49 anos, disputou a eleição pela coligação “O futuro é agora” que reuniu, além do PL, o PP, Novo e Podemos. A campanha dele arrecadou, até 16 de outubro, R$ 1,8 milhão.
Scalco contou com o apoio de figuras centrais da direita conservadora durante período eleitoral, como a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, a ex-ministra e senadora Damares Alves e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
As estratégias dos candidatos no 2º turno
Durante a campanha do segundo turno, Adiló tentou associar Scalco à falta de experiência. Disse, em debate repercutido pelo jornal Pioneiro, que votar no candidato do PL seria uma "aventura". Ele tentou, ainda, elencar semelhanças entre Scalco e o ex-prefeito Daniel Guerra, que exerceu o cargo entre 2017 e 2019 e foi cassado.
Já Scalco se apresentou como o candidato da "mudança" e apontava que "aventura" seria seguir num governo como o do Adiló. "Vamos falar em projetos, mas nosso foco principal será nas entregas. O povo de Caxias não pode mais viver de promessas", disse em uma de suas postagens no Instagram.
PT declarou apoio crítico a Adiló para “derrotar a extrema-direita”
Terceiro colocado na disputa pela prefeitura de Caxias no primeiro turno, o Partido dos Trabalhadores decidiu apoiar a reeleição de Adiló Didomenico (PSDB).
“Nossas críticas ao governo Adiló estão mantidas e não precisamos repeti-las. Por outro lado, as forças que apoiam Scalco representam a extrema-direita que apoiou a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, que prega o ódio na política e o ataque às organizações democráticas da sociedade civil, com posições claramente antidemocráticas. Por isso, o PT conclama seus apoiadores a derrotarem a extrema direita neste segundo turno, votando 45”, diz nota do diretório municipal do partido.
O PT ficou de fora do segundo turno por 2.853 votos. A candidata Denise Pessoa fez 61.684 votos, o que representa 26,29% do total, enquanto Adiló fez 64.537 votos (27,50%) e ficou em segundo lugar.
O resultado das eleições em Canoas no último dia 6 indicou então Scalco (PL) como primeiro colocado na disputa eleitoral, com 89.260 votos, o correspondente a 38,04% do total. Em quarto lugar ficou Felipe Gremelmaier (MDB), com 19.172 votos (8,17%).
Os votos nulos somaram 12.867 (4,95%) e os em branco, 12.407 (4,77%). Mais de 87,2 mil eleitores optaram por não irem às urnas no dia 6 de outubro e se abstiveram do voto. Eles representam 25,13% do eleitorado.
Após o resultado das eleições em Caxias do Sul, os desafios do próximo prefeito
Segunda cidade mais populosa do estado, Caxias do Sul tem 479,2 mil habitantes, segundo o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia da cidade é impulsionada por indústrias, comércio e agronegócio.
Assim como 95% das cidades gaúchas, Caxias também foi atingida pelas fortes chuvas de maio. A cidade registrou, principalmente, deslizamentos de terra, que provocaram a morte de nove pessoas, isolaram regiões rurais e bloquearam estradas. Um dos desafios do prefeito eleito será a adoção de ações para proteger a cidade de eventos climáticos extremos.
Outro ponto que deve estar entre as prioridades da nova gestão é a articulação junto ao governo do estado para manter em baixa os índices de homicídio na cidade. Os assassinatos tiveram disparada em junho do ano passado devido ao tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil informou à GZH. Desde março deste ano, a cidade apresenta redução nesse indicador.
Em ranking elaborado pela Gazeta do Povo sobre as melhores cidades para se morar no país, Caxias do Sul aparece na 564ª posição entre as mais de 5,5 mil cidades brasileiras, com nota 6,66. O levantamento inclui 10 categorias diferentes, e utiliza um total de 21 indicadores.
Alguns deles, por serem mais relevantes, ganharam peso maior no cálculo da nota final de cada cidade. As categorias analisadas foram educação, taxa de homicídio, saúde, economia, infraestrutura, expectativa de vida, mortes no trânsito, suicídio, cultura, famílias em situação de rua.
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