Alexandre Ferreira (MDB) foi reeleito prefeito de Franca (SP) neste domingo (27). Ele venceu a disputa contra João Rocha (PL) no segundo turno das eleições 2024 e comandará a prefeitura da cidade paulista por mais quatro anos, ao lado do vice-prefeito eleito Everton de Paula (MDB). O resultado das eleições em Franca foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 18h30.
Com 100% das urnas apuradas, Alexandre Ferreira ficou com 82.856 votos, 58,64% dos votos válidos. João Rocha (PL) ficou com 58.443 votos, 41,36% dos votos válidos.
Ferreira tem 56 anos e vai para o terceiro mandato de prefeito de Franca — ele também esteve à frente da prefeitura entre 2013 e 2017. Formado em Medicina Veterinária e professor universitário, foi secretário da Saúde do município em 2009, antes de concorrer e ser eleito prefeito de Franca pela primeira vez, em 2012.
Alexandre Ferreira esteve perto de vencer a disputa no primeiro turno — ele ficou então com 47,17% dos votos válidos —, mas João Rocha conseguiu levar o pleito para o segundo turno ao marcar 28,59% dos votos válidos. Com duas candidaturas de direita avançando, quem ficou de fora foi o espectro da esquerda, representado por Guilherme Cortez (Psol), que alcançou 14,65% dos votos válidos.
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em lados opostos
A campanha em Franca colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em rota de colisão no pleito de Franca. Antes mesmo do início oficial da campanha, em agosto, o ex-presidente esteve na cidade paulista para demonstrar apoio ao companheiro de partido João Rocha, um seguidor ferrenho do bolsonarismo.
A passagem de Bolsonaro por Franca foi relâmpago, mas o suficiente para Rocha vincular o ex-presidente a todos os momentos da campanha, especialmente nas redes sociais. Para não bater de frente com o aliado, Bolsonaro escalou o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), para se engajar na campanha, mas já perto da votação do primeiro turno.
“Franca é uma cidade que eu tenho muito carinho e que tem um espaço no meu coração”, disse antes de pedir voto para Rocha e prometer envio de recursos de emendas para a cidade. “Com Rocha eleito, vamos estender [as emendas] para outras áreas [além do Complexo Hospitalar Santa Casa]. Será um prefeito próximo de nós”, fechou.
Atual prefeito e candidato do MDB, Alexandre Ferreira contou com o apoio de Tarcísio de Freitas, também no começo da campanha. “Meu candidato em Franca é o Alexandre porque ele tem sido um grande parceiro do governo estadual. Essa parceria tem que ter continuidade”, declarou o governador de São Paulo. O vídeo gravado com os dois, ainda em setembro, não parou de circular pelas redes sociais do prefeito.
Ao mesmo tempo em que teve Tarcísio como aliado, Ferreira também lançou mão do apoio da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), mesmo que isso em alguns momentos tenha criado rejeição por ela fazer parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O candidato do MDB não se importou e também amplificou as declarações dela, mesmo que mais discretas. “Venho aqui pedir o seu voto para o candidato Alexandre Ferreira. Para fazer mais e melhor por Franca”, falou Tebet em vídeo.
Após os resultados das eleições em Franca, os desafios à gestão municipal
Localizada na região nordeste do estado de São Paulo e com pouco mais de 360 mil habitantes, Franca é a 362ª melhor cidade do Brasil para se morar, de acordo com ranking elaborado pela Gazeta do Povo, que usa dados públicos abertos para montar a lista.
Para avançar nesse ranking, um dos principais desafios da cidade é resolver as filas de cirurgias eletivas. As estimativas apontam para 15 mil pessoas na espera. Alexandre Ferreira reconhece que a fila é grande, mas se defende dizendo que é ainda uma consequência da pandemia de Covid-19 e que está comprando cirurgias em outras cidades. O adversário dele, além de criticar a fila, repetiu em vários momentos da campanha que a deputada estadual Delegada Graciela (PL) destinou R$ 2 milhões, por meio da bancada federal do partido, para a realização dos procedimentos.
Outra reclamação frequente da população é qualidade do transporte público, com poucos ônibus para atender a demanda, especialmente nos horários de pico. No centro da discussão está o contrato do transporte urbano, assinado em 2009, e que o atual prefeito quer acabar e fazer um novo. Segundo ele, a prefeitura está sendo cobrada da empresa que presta os serviços. Por outro lado, Rocha diz que a empresa atual pode manter a prestação, mas em novas condições.
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