Piracicaba escolheu mudança e não reelegeu o atual prefeito.| Foto: Infografia/Gazeta do Povo
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Helinho Zanatta (PSD) será o prefeito eleito de Piracicaba (SP). Ele venceu a disputa contra Barjas Negri (PSDB) no segundo turno das eleições 2024 e comandará a prefeitura da cidade paulista pelos próximos quatro anos. Ele sucederá Luciano Almeida (PP), que tentou a reeleição, mas parou no primeiro turno. Zanatta assumirá o cargo ao lado do vice Doutor Sergio Pacheco (União Brasil) em 1º de janeiro de 2025.

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A totalização das urnas em Piracicaba mostrou que Zanatta teve 53,61% dos votos (106.399), contra 46,39% de Negri (92.069). Os dados são do site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Zanatta tem 61 anos e esse será o quinto mandato dele como prefeito, mas o primeiro em Piracicaba — ele foi prefeito de Charqueada entre 2001 e 2009 e depois de São Pedro entre 2013 e 2021. Após deixar a prefeitura de São Pedro, candidatou-se a deputado estadual em 2022, sendo eleito com 77.550 votos, tornando-se um aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). 

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Apesar de contar com a máquina pública, o atual prefeito Luciano Almeida foi derrotado nas urnas conquistando apenas 5.017 votos — bem abaixo dos 25.786 que o levaram para o segundo turno na última eleição — e ficando apenas na sexta colocação. Ele viu não só Negri e Zanatta avançarem ao segundo turno, mas também Alex Madureira (PL), Professora Bebel (PT) e Paulo Campos (Podemos) ficarem com mais votos.

Almeida tentou, ao longo da campanha, destacar algumas realizações de sua gestão, mas problemas constantes no abastecimento de água, dificuldades na mobilidade urbana e atendimento ineficiente na área da saúde fizeram a população piracicabana buscar um novo nome para liderar a cidade. De acordo com pesquisa Quaest divulgada em 17 de outubro, a gestão do atual prefeito é avaliada como negativo por 62% do eleitorado — a avaliação positiva é de 13%.

Candidatos do governo de São Paulo contra histórico na prefeitura

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi uma figura central na disputa em Piracicaba. No primeiro turno, ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declararam apoio à candidatura do deputado estadual Alex Madureira (PL). “Alex Madureira, saiba que pode contar comigo e com meu apoio. Conte com o governador de São Paulo para que, juntos, possamos levar política pública de qualidade para a cidade de Piracicaba”, declarou Tarcísio no início da campanha. O candidato dele parou no primeiro turno, apesar de ter ficado com 23,67% dos votos válidos.

A mudança de rumo no segundo turno forçou o governador a refazer a estratégia. Sem Madureira no jogo, ele foi para o lado de Helinho Zanatta, deputado da base dele na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). “É hora de unir as forças para chegar à vitória. Agora somos todos Helinho Zanatta”, falou Tarcísio na semana seguinte à votação do primeiro turno. “Estamos juntos para vencer essa eleição, pra gente promover uma transformação em Piracicaba”, completou.

Por outro lado, Negri fez a campanha apoiada em seu histórico de três mandatos como prefeito de Piracicaba, usando esse capital como contraponto à atual gestão da cidade, em uma espécie de “mudança com segurança”. Vencido desafio no primeiro turno, avançou sobre Zanatta para conquistar os votos dos piracicabanos.

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“Não cheguei agora em Piracicaba. Eu não administrei uma cidade de 38 mil habitantes. Eu administrei uma cidade com 430 mil habitantes”, falou na propaganda eleitoral, comparando sua passagem como prefeito de Piracicaba com a experiência de Zanatta à frente de São Pedro, distantes 40 quilômetros.

Resultados das eleições em Piracicaba apontam para desafios da cidade

Município do noroeste do estado de São Paulo, Piracicaba está somente na 413ª colocação do ranking elaborado pela Gazeta do Povo, que usa dados públicos para identificar as melhores cidades para morar no Brasil.

Um dos principais desafios para o próximo prefeito está no abastecimento de água. De acordo com o Instituto Trata Brasil, Piracicaba perde mais de 50% da água tratada e pronta para consumo. Ou seja, problemas na rede, vazamentos e mesmo ligações clandestinas fazem com que a população fique sem água vários dias por ano.

Na área de saúde, as unidades de atendimento estão constantemente com longas filas, causadas principalmente pela falta de médicos, o que é notado ainda mais nos setores de pediatria e obstetrícia. Além disso, o sistema Siss Saúde, que deveria modernizar os registros médicos da população, apresenta falhas e tem atrasado o atendimento dos pacientes.

  • Metodologia da Quaest em Piracicaba: 852 entrevistados pela Quaest entre os dias 14 e 16 de outubro de 2024. A pesquisa em Piracicaba foi contratada pela Empresa Paulista de Televisao S/A / EPTV Campinas. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-02890/2024 .
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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]