Prefeito Eduardo Paes foi o principal alvo dos candidatos no debate da Band| Foto: Reprodução / YouTube / Band
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O primeiro debate entre os pré-candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 2024 foi realizado nesta quinta-feira (8) pela Band. Participaram cinco postulantes ao cargo que foram confirmados nas convenções partidárias: o prefeito Eduardo Paes (PSD), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), o deputado estadual Marcelo Queiroz (PP), o deputado federal Rodrigo Amorim (União Brasil) e o deputado federal Tarcísio Motta (Psol).

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O critério para escolha dos cinco concorrentes ao cargo foi que o partido, coligação ou federação tenha ao menos cinco parlamentares no Congresso Nacional, como determina a legislação eleitoral.

Respeitando a tradição, a Band abriu a série de debates para as eleições. Para o Rio de Janeiro, o jornalista João Paulo Vergueiro foi escalado para a mediação do evento. Os jornalistas Vinícius Dônola, Yasmin Bachour e Carlos Andreazza foram responsáveis por fazer perguntas ao candidato.

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A nacionalização do debate, marcada pelo embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorreu de forma mais tímida. Se por um lado Eduardo Paes evitou tocar no nome de Lula, Ramagem buscou associar o prefeito ao presidente chamando o chefe do Executivo de “soldado” de Lula. Apesar disso, o foco dos participantes foi criticar o atual prefeito pela gestão na segurança pública e na área de infraestrutura e mobilidade urbana.

O ponto alto

O tema da segurança pública predominou no primeiro bloco do debate. Na ocasião, Ramagem cobrou do atual prefeito medidas para diminuir a violência na cidade e o montante investido em um plano de segurança formulado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em resposta, Paes argumentou que o município pode auxiliar, mas que a responsabilidade principal dessa área é do governo do Estado — comandado por Cláudio Castro (PL), correligionário de Ramagem.

“Um grupo político comanda há seis anos a segurança pública no estado do Rio e é incapaz de dar as respostas. A pergunta que eu devolvo ao delegado Ramagem, aliado do governador Cláudio Castro, do ex-governador Wilson Witzel, o que ele acha dessa coisa de indicação política para batalhão, como acontece no governo do seu padrinho Cláudio Castro”, disse o prefeito. 

No contra-ataque, Ramagem reforçou que a segurança pública também é responsabilidade do município. “Segurança é responsabilidade de todos. Não sou eu que estou falando, é a própria Constituição, e o município está inserido nela. Grandes cidades do mundo reverteram a questão da segurança quando a prefeitura foi protagonista nesse processo, nessa integração. O Eduardo Paes sempre lavou as mãos e acusou o governo estadual e o governo federal”, criticou Ramagem, que ainda pontuou: “A tropa é reflexo do comandante”.

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A polêmica

Dentre as falas polêmicas, o deputado Rodrigo Amorim se destacou por chamar Eduardo Paes de "filho ingrato de Cabral", "nervosinho" e "pai da mentira” em diversos momentos do evento. Aliado de Paes, o ex-governador Sérgio Cabral foi preso durante desdobramentos da operação Lava Jato.

“Ele (Eduardo Paes) sumiu com o Cabral da vida dele, assim como fez com as vigas da Perimetral. O atual prefeito faz as coisas da cabeça dele. Tira faixa da Avenida Brasil, depois coloca faixa. Reduz a velocidade das vias da cidade. Conforme ele acorda, nos devaneios, toma decisão sem ouvir a engenharia de trânsito”, atacou Amorim.

A tabelinha

Os candidatos também buscaram fazer dobradinhas para criticar o atual prefeito do Rio. No primeiro caso, Marcelo Queiroz criticou os gastos da prefeitura com o BRT do Rio de Janeiro e o empréstimo de R$ 5 bilhões para a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio de Janeiro (Cedae). 

Ao responder o parlamentar sobre a situação, Tarcísio afirmou que a prefeitura anuncia e usa essa mesma obra como justificativa para pegar empréstimos. “A obra não sai. Eu me lembro quando era vereador e disseram que iam fazer o Jardim Maravilha para acabar com as enchentes. A obra não saiu do papel. Depois pegaram um empréstimo para, de novo, colocar no Jardim Maravilha, e as obras não saíram do papel”, afirmou o deputado do Psol.

A situação do BRT também foi citada por Amorim, que criticou Paes pelos gastos com obras. “Fez no modelo errado, deveria ser sobre trilhos. Gastou a segunda vez o nosso dinheiro e agora gastou a terceira vez, sabe-se lá, para atender os interesses de quem.” 

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Ao comentar o assunto, Ramagem afirmou que Paes estaria “isolado” dos problemas da cidade e criticou a falta de integração do transporte público da cidade. “Aqui nós temos um bilhete único que não se comunica com outros modais, com outros transportes", comentou.

Na sequência, Paes pediu direito de resposta depois das acusações de Rodrigo Amorim. O direito foi concedido pela comissão julgadora da Band e o candidato falou sobre os avanços no BRT e na Transbrasil. Ele acusou Ramagem e Amorim de quererem acabar com o BRT.

Como funcionou o debate

O debate desta quinta foi dividido em três blocos, sendo que no primeiro os candidatos tiveram um minuto para se apresentarem e fizeram o primeiro confronto direto, com pergunta, resposta, réplica e tréplica. Na segunda parte, uma nova sessão de perguntas e respostas. No último bloco, houve novamente embate direto e dois minutos para cada um para as considerações finais.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]