Ramagem diz não ser contrário à instalação de câmeras em guardas municipais

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O candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem (PL) afirmou que não é contrário à instalação de câmeras no fardamento de guardas municipais. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Bandeirantes FM, nesta segunda-feira (19). Apesar disso, ele destacou que há outras prioridades para a segurança da capital fluminense.

"Não sou contrário, mas temos outras prioridades nessa questão. Por exemplo, aqui no Brasil se inventou o regime fechado do preso, o semiaberto e o aberto - que conta como prisão, só que ele está na rua. Por que esse preso não pode ter vigilância quando está na rua - não na sua privacidade - com uma câmera nele? Eu acredito que tem que ter câmeras nos principais pontos", disse Ramagem ao jornalista Carlos Andreazza.

E acrescentou: "A prefeitura do Rio tem apenas 900 câmeras que não são para inteligência, são apenas para multar. Se temos cerca de quase 1,6 mil unidades educacionais, precisamos de 3 mil câmeras para garantir a segurança das nossas escolas."

Outro ponto relevante abordado por Ramagem na entrevista à rádio foi a necessidade de armar a Guarda Municipal, conforme acrescentou: "com cautela e responsabilidade". Ele ressaltou que não é necessário armar todo o efetivo, mas que a grande maioria deve estar equipada, especialmente quem atua em funções de segurança pública de forma direta.

"Não é necessário armar toda a guarda. Mas o que precisamos é armar a guarda, capacitar os guardas municipais, fazer os testes psicotécnicos, adquirir as armas de forma adequada e proporcionar o devido treinamento. É preciso que a Guarda Municipal esteja preparada para atuar com seriedade e competência na segurança pública."

Questionado sobre o BRT (ônibus de transporte rápido), o deputado federal afirmou que, embora não defenda o fim imediato do modelo, pretende substituir gradualmente o sistema por veículos sobre trilhos. Segundo Ramagem, o BRT, da maneira como foi implantado, gerou mais prejuízos do que benefícios, e a substituição por um modal mais eficiente e menos invasivo é necessária para melhorar o transporte público da cidade.

"Nunca acabar, mas substituir por um veículo sobre trilhos, que é muito mais eficiente, rápido e confortável. Não se pode acabar com o BRT, nós temos que verificar para que ele seja o modal de um transporte público. Conectar com os demais. Como ele foi feito, inclusive lá para Campo Grande, Santa Cruz, ele não se comunica com Deodoro", declarou o candidato.

Ramagem não se opõe à candidatura de Rodrigo Amorim

Durante a entrevista, Ramagem foi questionado sobre a candidatura do deputado estadual Rodrigo Amorim (União) à prefeitura do Rio. Como ambos representam forças políticas de direita, o entrevistador levantou a possibilidade de um conflito entre as candidaturas. Ramagem, porém, minimizou tensões e enfatizou que sua relação com a família Bolsonaro não interfere em suas decisões políticas.

"É o campo democrático, tem participantes de direita, de esquerda, de centro. O Rodrigo Amorim é um representante da direita. Nós estamos vindo com uma proposta sólida de segurança pública, de ordem pública, de responsabilidade", disse o deputado federal.

Durante o debate eleitoral promovido pela Band TV, Ramagem e Amorim fizeram dobradinha contra o prefeito Eduardo Paes (PSD). Os dois investiram na associação do atual prefeito do Rio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma tentativa de nacionalização do debate. Paes foi chamado de "soldado do Lula", "filho ingrato de Cabral" e "nervosinho" - apelido atribuído ao prefeito por empreiteiros da Odebrecht em delação premiada.