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Cláudio Castro (PL) mira em aliados de Eduardo Paes (PSD)
Cláudio Castro (PL) mira em aliados de Eduardo Paes (PSD)| Foto: Montagem Gazeta do Povo (Tomaz Silva e Tânia Rego/Agência Brasil)

Ao responsabilizar o governo do Rio de Janeiro pela situação da segurança pública no estado, o prefeito Eduardo Paes (PSD) desencadeou uma série de embates com o governador Cláudio Castro (PL) e deu fim a um relacionamento institucional que marcou os últimos anos entre estado e município.

No debate promovido pela Band TV, no início do mês, o prefeito criticou a "politização" da segurança pública e classificou Castro como "padrinho político" do deputado Alexandre Ramagem (PL), candidato a prefeito do Rio. A crítica ocorreu após Paes ser indagado por Ramagem sobre a segurança pública.

"Um grupo político comanda há seis anos a segurança pública no estado do Rio e é incapaz de dar as respostas. O governador, padrinho político do delegado Ramagem, não cumpre sua função e deixou o Rio nesse estado", disse o prefeito.

Como resposta, o governador trabalhou nos bastidores para esvaziar a campanha do prefeito carioca ao exonerar aliados de Paes no Executivo estadual. A primeira baixa ocorreu na última segunda-feira (19), quando o governador exonerou o secretário de Energia e Economia do Mar, Felipe Peixoto (PSD).

A expectativa é que Castro busque legendas aliadas ao prefeito para tentar esvaziar a campanha. A informação foi inicialmente publicada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pela Gazeta do Povo.

Prefeito e governador trocam farpas nas redes

Além das mudanças no governo, os gestores se digladiaram nas redes sociais com trocas de farpas. Ao compartilhar uma publicação no X sobre as movimentações de Castro para esvaziar a campanha de Paes, notícia dada pelo mesmo colunista, o prefeito do Rio acirrou o atrito com o governador ao dizer que Castro era o "Witzel das eleições de 2024". "É isso mesmo: Cláudio Castro é Ramagem, o Witzel das eleições de 2024! Aliás, os responsáveis pela segurança pública no Rio!", disse Paes.

Castro, por sua vez, acusou Paes de ser um estelionatário: "A máscara está caindo! Eduardo Paes é o maior estelionatário dessas eleições! Seu pensamento está só no governo do Estado. O povo será o próximo a ser traído". E completou: "Aliás, Eduardo é o maior colecionador de traições da história do Brasil: já traiu César Maia, Lula, Dilma, Pezão e seu sócio e pai, Sérgio Cabral".

O governador do Rio de Janeiro também respondeu à crítica do prefeito contra sua política de segurança pública: "Aliás, por falar em segurança, a imprensa poderia perguntar ao Cabral quem sabotou as UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora]. Você nunca fez nada pra ajudar na segurança pública, e agora que está sendo cobrado pela população está 'nervosinho'?".

Pressão de Castro faz aliados de Paes se mobilizarem

Como parte da reação ao conflito, legendas que estão apoiando Paes na disputa começaram a dar sinais de que ficarão ao lado de Castro. Na segunda-feira (19), o deputado federal Aureo Ribeiro, presidente do Solidariedade no Rio de Janeiro, partido que compõe aliança com o prefeito carioca, criticou as declarações de Paes em redes sociais.

"O presidente do Solidariedade RJ, deputado federal Aureo Ribeiro, vem manifestar publicamente seu repúdio quanto às manifestações críticas do atual prefeito Eduardo Paes ao governador Cláudio Castro", publicou Aureo em seu perfil no X.

E acrescentou: "O governador, ao longo dos anos, tem sido um leal parceiro, comprometido com as finanças públicas e com o bem-estar da população do estado", testemunhou. "Diante do ocorrido, o Solidariedade, ainda que tenha definido pelo apoio ao atual prefeito em convenção, respeitará a posição daqueles que porventura não sigam essa orientação."

Pesquisa aponta Paes na liderança pela prefeitura

Nesta quinta-feira (22), o instituto Datafolha mostrou que Paes lidera a corrida eleitoral na capital fluminense com 56% das intenções de voto no cenário estimulado. A pesquisa foi divulgada pela Folha de S. Paulo e pelo G1.

Na sequência na preferência do eleitor estão Alexandre Ramagem com 9%, Tarcísio Motta com 7% e Rodrigo Amorim (União Brasil) com 3%. Os três estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.

Metodologia da pesquisa mencionada: 1.106 entrevistados pessoalmente pelo Datafolha entre os dias 20 e 21 de agosto de 2024. A pesquisa foi contratada por Empresa Folha da Manhã S.A. e Globo Comunicação e Participações S/A/TV/Rede/Canais/G2C+Globo Globo.com Globoplay. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº RJ-07042/2024.

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