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Debate em Salvador reúniu Bruno Reis (União), Geraldo Júnior (MDB) e Kleber Rosa (Psol)
Debate em Salvador reúniu Bruno Reis (União), Geraldo Júnior (MDB) e Kleber Rosa (Psol)| Foto: Divulgação/Band

Na noite desta quinta-feira (8) os pré-candidatos à prefeitura de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), Geraldo Júnior (MDB) e Kleber Rosa (Psol) participaram do debate televisionado pela emissora de TV Band. Em parceria com suas afiliadas, a rede promoveu o evento, que também ocorreu de forma simultânea em outras capitais do país.

Embora somente três pré-candidatos tenham participado do debate, a capital baiana terá seis nomes em disputa nas eleições municipais. O atual prefeito Bruno Reis formou chapa com sua vice, Ana Paula Mattos (PDT) e buscam a reeleição, em coligação com outras 10 legendas: PP, Republicanos, PSDB, Cidadania, PL, DC, PRD, Novo, PMB, PRTB e PMN.

O principal opositor de Bruno Reis é Geraldo Júnior, vice-governador do estado, que é comandado pelo petista Jerônimo Rodrigues. A dobradinha estadual se repete na candidatura à prefeitura, com Fabya Reis (PT) como vice na chapa, que ainda conta com o apoio de outros oito partidos: PSD, PSB, Avante, Podemos, Solidariedade, Agir, PCdoB e PV.

Kleber Rosa tem como vice a também psolista Dona Mira. Os pré-candidatos do PSTU, Victor Marinho; do PCB, Giovani Damico; e a pré-candidata do UP, Eslane Paixão, não participaram do debate.

Impeachment de Dilma foi utilizado por Kleber para ataque à Geraldo Júnior

Ainda que de modo inesperado, o ponto alto do debate foi travado entre os pré-candidatos Kleber Rosa e Geraldo Júnior que, na maior parte do tempo, se uniram para contestar e questionar o prefeito Bruno Reis.

Ao direcionar uma pergunta para Geraldo Júnior, o psolista o questionou em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que qualificou como “golpe”. Rosa afirmou que o grupo de Geraldo Júnior, liderado pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha, então filiado ao MDB, foi responsável pelo ocorrido e perguntou se ele não se sentia envergonhado de ficar tentando ter o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em sua resposta, Geraldo Júnior disse que não trataria de assuntos que não se referissem a Salvador. Ele, então, se dirigiu ao atual prefeito questionando os pontos que foram os mais utilizados para contestar a gestão de Bruno Reis: o transporte público, a saúde, a moradia e o desemprego.

Kleber Rosa qualificou de desrespeitosa a atitude de seu oponente, e em sua réplica dirigiu-se diretamente a ele, afirmando que, se não vencesse o prefeito no primeiro turno, tinha certeza de que, junto ao psolista, derrotaria Reis no segundo turno.

Mais adiante no debate, durante uma resposta, foi a vez de Bruno Reis questionar as alianças de Geraldo Júnior. O prefeito afirmou que seu oponente já se disse amigo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, amigo de ACM Neto e que, agora, diz que seus líderes são Jerônimo Rodrigues e Lula, cobrando-o sobre a mudança em suas parcerias políticas.

Incompatibilidade partidária e incoerência

O candidato Bruno Reis foi questionado sobre sua incompatibilidade partidária com o governador do estado e com o presidente da República. O prefeito de Salvador respondeu que essa questão jamais irá interferir em sua gestão. Reis afirmou que já havia governado com dois presidentes e dois governadores diferentes e que não ficava dizendo que a culpa dos problemas da cidade eram deles.

O candidato Kleber Rosa não perdeu a oportunidade para destacar a incoerência de Reis, citando trechos do próprio debate nos quais o prefeito havia criticado o governo federal e as gestões anteriores de Salvador.

Debate teve tabelinha entre psolista e emedebista

As questões sobre transporte urbano, moradia, saúde e desemprego em Salvador foram os principais pontos abordados pelos opositores em relação ao prefeito Bruno Reis. Na maior parte das perguntas os temas foram trazidos à tona e, mesmo durante suas respostas, ambos aproveitavam essas questões para atacar a atual gestão.

Em sua defesa, Reis afirmou que a Geraldo Júnior lhe faltava autocrítica, pois, durante sua presidência na Câmara dos Vereadores, ele teria sido um dos principais articuladores na implementação do que foi chamado de “cidade excludente”. Já em relação às críticas sobre o transporte urbano feitas por Kleber Rosa, o prefeito afirmou que a proposta de tarifa zero do psolista é impraticável do ponto de vista financeiro.

Saúde, transporte escolar e educação inclusiva

Os candidatos também puderam apresentar sua visão sobre os temas mais buscados na internet, em Salvador, durante o debate. O primeiro foi Bruno Reis, que falou sobre telessaúde. Ele afirmou que a melhora no atendimento à população está diretamente ligada à implantação da telemedicina e citou a criação de UPAs Digitais, para atender pacientes menos graves. Disse também que é necessário ampliar a atenção básica à saúde.

Geraldo Júnior abordou o tema do transporte escolar. Ele citou que há alta demanda por creches em Salvador e que não há atenção especial à pré-escola. De acordo com o candidato, o transporte escolar não é satisfatório, assim como o ensino pré-escolar e infantil. No meio da resposta, saltou para o meio ambiente, afirmando que o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade são importantíssimos. por fim criticou a atual administração, dizendo que enquanto outras cidades tiram o cimento e alargam áreas verdes, o atual prefeito amplia o cimento.

Material escolar foi o tema endereçado a Kleber Rosa, que destacou a importância dos livros, cadernos e também do uniforme para as crianças e jovens em idade escolar. O candidato ainda ressaltou que, nesse sentido, também era preciso destacar a relevância do currículo escolar. Segundo ele, é preciso incluir na educação do estado o debate sobre as "relações étnicos-raciais", já que a maioria da população da Bahia é negra. Ainda assim, essa população não é devidamente representada no material didático distribuído nas escolas.

Como funcionou o debate

O debate em Salvador foi dividido em três blocos. No primeiro deles, um candidato fazia uma pergunta a outro, com direito a uma réplica tanto para quem perguntou, quanto para aquele que estava encarregado da resposta.

No segundo bloco, jornalistas e outros participantes fizeram perguntas para cada um dos candidatos, que ainda puderam apresentar suas propostas sobre os temas mais buscados na internet durante a realização do debate.

Durante o terceiro e último bloco, os candidatos puderam dirigir suas perguntas para os adversários a quem ainda não tinham questionado, da mesma forma que no início do programa. Após a rodada de perguntas, todos os três participantes tiveram a oportunidade de fazer seus agradecimentos e encerrar sua participação.

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