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Aldo Rebelo não será vice de Nunes e partido foi fator impeditivo
Aldo Rebelo permanecerá como secretário municipal e não tentará ser vice de Nunes nas eleições municipais| Foto: Reprodução/Instagram Ricardo Nunes

O secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB), permanecerá no cargo na cidade de São Paulo, mas não será vice na chapa à reeleição de Ricardo Nunes (MDB). A decisão foi tomada na noite de quarta-feira (5) em reunião com o prefeito, pré-candidato na eleição municipal deste ano na capital paulista.

O prazo de quatro meses para deixar os cargos públicos antes do dia da votação do primeiro turno vence nesta quinta-feira (6). Ou seja, caso Rebelo, que trocou o PDT pelo MDB na última janela partidária, ainda fosse cotado para ser vice na chapa de Nunes, ele teria que ser exonerado do cargo na Secretaria de Relações Internacionais.

"Falei com o Aldo que achou melhor não aceitar meu pedido para sair e ficar apto. Ele entende que ajudará muito mais na campanha", disse o prefeito ao jornal Folha de S. Paulo.

Em apuração realizada pela Gazeta do Povo, fontes próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informaram que Aldo dificilmente disputaria a eleição como vice devido ao acordo entre MBD e PL, que exige a cadeira vice em troca do apoio de Bolsonaro à reeleição de Nunes. A informação também foi confirmada por interlocutores do prefeito e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Nunes e do ex-presidente da República.

A indicação do nome para formar a chapa de reeleição foi o principal motivo que levou Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, a abrir mão de lançar um candidato próprio na capital paulista. Um dos nomes cotados era do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro.

Aldo Rebelo era nome de maior consenso, exceto para o PL

Ex-comunista que militou no PCdoB e no PSB, Aldo Rebelo foi vereador e se tornou deputado federal por São Paulo na década de 1990, tendo ocupado o cargo de presidente da Câmara dos Deputados de 2005 a 2007. Posteriormente, assumiu ministérios no primeiro governo de Lula e Dilma e foi secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo no governo de Márcio França.

Ele deixou as siglas de esquerda, segundo o próprio Rebelo, pelo afastamento das "posições históricas de compromisso com a soberania nacional e substituição desse compromisso pela agenda chamada woke ou identitária, importada da esquerda liberal norte-americana".

Parte da campanha do prefeito de São Paulo defendia que o fato de Aldo ser um conservador que já pertenceu à esquerda e que não tem a imagem atrelada ao rótulo de "bolsonarista" fortaleceria a chapa de Nunes, considerando que o eleitor paulistano é visto como um eleitor moderado.

Aldo é um nome que agrada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao próprio Nunes e a grande parte dos partidos que compõem a coligação, no entanto, o acordo com o PL para indicação de um nome do partido para a cadeira de vice deve prevalecer pela manutenção do apoio do ex-presidente.

Os nomes cotados a vice de Nunes

Com a saída de Aldo, ganham força as opções ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Entre os nomes cotados, o principal deles é o do ex-coronel da Rota Ricardo Mello de Araújo (PL), indicado pelo próprio Bolsonaro.

Um dos empecilhos seria o fato de Mello de Araújo ter dificuldade para entrar nas periferias para realizar campanha eleitoral tendo em vista que já pertenceu à Rota. Além disso, Mello de Araújo tem um perfil mais discreto, parecido ao do Ricardo Nunes, o que poderia não ser benéfico para conseguir votos.

A vereadora Sonaira Fernandes (PL), evangélica, pró-vida e próxima de Eduardo Bolsonaro (PL) também é cotada. Sonaira recentemente deixou a cadeira de secretária de Políticas para Mulher do estado de São Paulo para concorrer à reeleição do mandato de vereadora.

Outra mulher cotada é a vereadora Rute Costa, que se filiou ao PL juntamente com Sonaira Fernandes, no últim mês de março. Líder da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de São Paulo, ela é filha do líder do Ministério Belém, da Assembleia de Deus. A igreja tem forte penetração na zona leste da capital paulista, reduto importante para a conquista de votos pela direita.

O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), colocou-se à disposição para o cargo de vice, mas dificilmente terá força para concorrer com o nome que receberá o aval de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro.

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