Campanha de Pablo Marçal está sendo atacada por acusações do envolvimento do presidente do PRTB com o PCC.| Foto: Gabriel Luna/Divulgação Pablo Marçal
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Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), é alvo de acusações de vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Foi Araújo quem lançou Pablo Marçal como candidato à prefeitura de São Paulo e as suspeitas vêm sendo exploradas pelos adversários, inclusive em debates eleitorais.

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Um áudio obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, gravado em fevereiro de 2024 e atribuído a Avalanche, revela uma conversa com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do PRTB, buscando apoio para a própria candidatura à presidência do partido. Na gravação, Avalanche supostamente afirma ter contatos dentro do PCC e se gaba de ter influenciado a soltura de André do Rap, um dos líderes da facção.

A reportagem confirmou a autenticidade da gravação por meio de seis fontes de informação, incluindo pessoas que estiveram presentes no encontro e membros do PRTB. No áudio, a voz atribuída a Avalanche menciona "o chefe do PCC que está solto", referindo-se a Francisco Antonio Cesário da Silva, conhecido como "Piauí", ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis (SP). Ele ainda sugere que seu motorista seria um aliado de Piauí dentro da organização criminosa.

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Apesar das evidências apresentadas, Avalanche negou ao jornal as acusações, alegando não reconhecer a própria voz no áudio e classificando a gravação como fake news. O político negou qualquer ligação com o PCC e disse que as acusações são absurdas.

Ex-presidente estadual da sigla de Pablo Marçal é investigado por envolvimento com PCC

As suspeitas sobre a relação do PRTB com o crime organizado se intensificaram após a nomeação de Tarcísio Escobar como presidente do partido em São Paulo. Escobar, que ocupou o cargo por três dias no início da gestão de Avalanche, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por associação ao tráfico de drogas em uma investigação que envolve o PCC.

O fato foi publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmado à Gazeta do Povo pela Secretaria da Segurança Pública paulista. O órgão afirma que "o caso foi investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) de Mogi das Cruzes e relatado à Justiça em julho de 2024, com indiciamento pelo crime de associação ao tráfico". Além deste caso, Escobar possui duas condenações, por estelionato e furto.

O tema tem vindo à tona nos debates eleitorais à prefeitura de São Paulo e Marçal tem minimizado a gravidade das acusações comparando a situação de Avalanche com a de outros líderes partidários que foram presos, como Lula (PT).

A Gazeta do Povo buscou contato com Leonardo Avalanche, Tarcísio Escobar e Pablo Marçal, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para as manifestações.

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