A equipe de Guilherme Boulos (Psol), pré-candidato à prefeitura de São Paulo, confirmou que o coronel da reserva e ex-comandante do batalhão de choque Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) da Polícia Militar de São Paulo Alexandre Gaspar Gasparian será o responsável pela elaboração do plano de governo para a área de segurança pública.
Gasparian se junta à campanha de Boulos após a confirmação de outro ex-chefe da Rota, Ricardo Mello Araújo (PL), para vice na chapa do atual prefeito e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), em uma articulação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O movimento psolista seria uma resposta para tentar angariar apoio popular em um tema sensível para o eleitorado paulista, que é a segurança pública.
A escolha de Gasparian chamou a atenção exatamente por ele já ter chefiado a tropa de elite da PM-SP, que sofre críticas da esquerda pelo enfrentamento direto com suspeitos. Em comunicado à imprensa, a pré-campanha de Boulos descreveu o coronel da reserva como “defensor da vida e dos direitos humanos”. Além disso, afirmou que o programa de governo psolista “vai demonstrar que é possível tratar com seriedade do tema da segurança pública sem ficar refém do bolsonarismo.”
Alexandre Gasparian chefiou a Rota durante a gestão Alckmin-Moraes em São Paulo
Alexandre Gasparian ingressou na Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) como soldado em 1980 e chegou a chefiar o batalhão de choque da corporação por sete meses, entre fevereiro e setembro de 2015, durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSB) no Palácio dos Bandeirantes e do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à frente da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. O curto período no cargo foi justificado pela pasta na época por “conveniência de serviço”, transferindo o então tenente-coronel para o Comando do 4º Batalhão de Choque (Regimento de Polícia Montada 9 de Julho).
A saída de Gasparian, entretanto, teria sido motivada pelas chacinas de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, ocorridas em agosto daquele ano, quando 17 pessoas foram assassinadas. Entre os suspeitos estavam policiais militares, incluindo Fabrício Emmanuel Eleutério, que era da Rota — em 2018, ele foi condenado a 255 anos de prisão.
Após deixar o Comando da Polícia Montada, o coronel assumiu o cargo de coordenador operacional do Comando-Geral da PM-SP, antes de entrar para a reserva da corporação. Hoje ele é vice-presidente do Instituto Pró-PM, uma organização social de direito privado que auxilia profissionais da corporação no acesso a atendimento médico, odontológico e psicológico.
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