Um grupo de artistas, juristas, jornalistas, escritores e empresários assinou nesta segunda-feira (30) um manifesto em apoio ao candidato à prefeitura de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos. O documento defende o voto útil no primeiro turno e alerta para o que considera que seria o risco de um “segundo turno trágico” na capital paulista, referindo-se à possibilidade de uma disputa entre os oponentes de Boulos, o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) e o candidato do PRTB, Pablo Marçal.
O conteúdo do manifesto é semelhante ao assinado por artistas antes das eleições de 2022 e que apoiava Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O manifesto que ajudou a evitar a reeleição de Bolsonaro precisa ressurgir para impedir que um segundo turno marcado pelo bolsonarismo se concretize", diz o texto.
Para grupo pró-Boulos, a vitória de um candidato da direita na cidade de São Paulo seria "um retrocesso".
O documento enfatiza que Marçal e Nunes seriam apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "A situação em São Paulo — a maior cidade do país — é especialmente preocupante, pois há o risco de dois candidatos bolsonaristas chegarem ao segundo turno: Pablo Marçal e Ricardo Nunes." O grupo considera que a vitória de um candidato de direita seria um “retrocesso”.
"Um resultado assim representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, da defesa da tortura, do negacionismo científico, da destruição de direitos, do abandono dos mais pobres, do desprezo pela cultura, pelas minorias e pela democracia, além de um amplo programa de devastação ambiental", diz o texto.
Entre as personalidades que assinam o documento estão Alexandre Martins Fontes, André Abujamra, André Singer, Arnaldo Antunes, Arrigo Barnabé, Beatriz Bracher, Bernardo Carvalho, Bob Wolfenson, Carla Camuratti, Celso Antonio Bandeira de Mello, Denise Fraga, Eugênio Bucci, Fernanda Diamant, Fernando Limongi, Fernando Meirelles, Ivo Herzog, José Miguel Wisnik, Juca Kfouri, Lilia e Luiz Schwarcz, Maria Cristina Mendonça de Barros, Marilena Chauí, Milton Hatoum, Nando Reis, Raí, Renato Janine Ribeiro, Roberto Schwarz, Sidarta Ribeiro e Zeca Camargo. Abaixo, a íntegra da carta aberta pró-Boulos:
"Em poucos dias iremos às urnas definir o futuro das nossas cidades. Serão as primeiras eleições depois de o Brasil ter vivido uma das jornadas democráticas mais importantes de sua história: a construção de uma ampla frente em defesa da democracia nas eleições presidenciais de 2022. A vitória foi grande, mas não definitiva. O bolsonarismo se reorganizou e continua ativo, sem recuar um milímetro em seu programa, cujo cerne é destruir os direitos mais básicos da república brasileira.
Neste exato momento, bolsonaristas de todo o país se articulam para transformar o próximo domingo em um momento de virada, que elegeria candidatos bolsonaristas em muitas capitais do país. Esse bloco antidemocrático tem dois objetivos: dar uma grande demonstração de força e colocar as máquinas de muitas prefeituras importantes a serviço da candidatura presidencial do bolsonarismo em 2026.
A situação de São Paulo — a maior cidade do país — é especialmente preocupante, porque estamos diante do risco de dois candidatos bolsonaristas passarem ao segundo turno: Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Um resultado como este representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, da defesa da tortura, do negacionismo científico, da destruição de direitos, do descaso com os mais pobres, do desprezo com a cultura, com as minorias e com a democracia além do vasto programa de destruição do meio ambiente.
A frente ampla que impediu Bolsonaro de permanecer no poder precisa se levantar novamente para evitar que este segundo turno de consagração do bolsonarismo aconteça. Quando olhamos para as pesquisas, fica evidente que o candidato que reúne as melhores condições de evitar o desfecho trágico de um segundo turno entre dois bolsonaristas é Guilherme Boulos. Parte dos signatários deste manifesto tem preferência por outras candidaturas e só votaria em Boulos no segundo turno, mas reconhece que estamos diante de um risco que o país não pode correr. Diante disso, fazemos um chamado a todas as pessoas comprometidas com a empatia, a democracia, a humanidade e o futuro para que votemos, já neste domingo, em Guilherme Boulos."
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