Após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela dominado pelo chavismo anunciar a vitória de Nicolás Maduro no domingo (28), candidatos à prefeitura de São Paulo repudiaram o resultado da eleição, alvo de denúncia de fraude pela oposição no país vizinho e grande parte da comunidade internacional.
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol) foi o único candidato da capital paulista que se manteve neutro. Em nota enviada à Gazeta do Povo, Boulos disse apenas que segue acompanhando a situação no país comandando pelo ditador Maduro. "Acompanhamos com preocupação a situação da Venezuela. Vamos aguardar a posição da diplomacia brasileira, que está monitorando de perto a situação no país e aguardando a divulgação das atas das sessões eleitorais."
O pré-candidato do Psol é apoiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cujo governo ainda não se posicionou oficialmente sobre a questionada vitória de Maduro, em uma eleição que foi acompanhada pelo embaixador Celso Amorim, assessor de Lula para assuntos internacionais, com graves sinais de manipulação do resultado.
" O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração. Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados. Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito", diz a nota do Itamaraty.
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), repudiou o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela. “Minha solidariedade aos venezuelanos que já se refugiaram no Brasil em fuga da ditadura de Maduro. A eleição com fortes indícios de fraude na Venezuela merece o repúdio de todos. Um democrata não pode reconhecer o resultado. Não sejamos cúmplices de ditadores de estimação. Onde não há democracia, não há justiça social”.
Por sua vez, a deputada federal e pré-candidata Tabata Amaral (PSB) atestou que houve fraude eleitoral na Venezuela. “O que está acontecendo na Venezuela tem nome: fraude eleitoral. Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas”.
A economista e pré-candidata pelo Novo, Marina Helena, acusou Maduro de utilizar as Forças Armadas para intimidar a população. “Não há nada para esperar de um ditador. Na Venezuela, Maduro colocou as Forças Armadas nas ruas para intimidar a população. Sabemos que isso tem um nome: fraude”.
O empresário e pré-candidato do PRTB, Pablo Marçal, publicou vídeos no Instagram denunciando fraude eleitoral e escreveu na legenda: “orem pela Venezuela.”
José Luiz Datena, pré-candidato pelo PSDB, declarou à Gazeta do Povo que considera o resultado da eleição inaceitável. "O resultado dessa eleição é simplesmente inaceitável. Maduro representa uma ameaça à democracia, não só em seu país, que tem um povo pacato e amigo do Brasil, mas em toda a América do Sul. Rejeito tudo o que vem de Maduro", afirmou o apresentador.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), que busca viabilizar a candidatura dentro do próprio partido, também criticou a eleição na Venezuela. “Maduro já entrou para a história como um dos piores ditadores da humanidade e tudo o que a esquerda consegue fazer é passar pano para a óbvia fraude eleitoral na Venezuela”, disse o parlamentar à Gazeta do Povo.
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