Ricardo Nunes (MDB), de 57 anos, foi eleito como vice de Bruno Covas. Ele assumiu o cargo de prefeito de São Paulo após o falecimento de Covas em decorrência de um câncer, em 2021. Com um perfil discreto, Nunes era pouco conhecido pelos paulistanos no início da gestão. Tendo apostado em políticas de maior popularidade e em mudança de postura, tem ganhado visibilidade.
Filiado ao MDB desde os 18 anos, Nunes iniciou a carreira política como vereador na cidade de São Paulo, eleito em 2012 e em 2016. Foi relator do orçamento municipal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, além de ter se posicionado contra a ideologia de gênero no Plano de Educação de São Paulo. Tornou-se vice de Covas em decorrência de uma ampla aliança de 11 partidos que viabilizou a eleição da chapa.
Ricardo Nunes é casado com Regina Carnovale, com quem tem três filhos e um neto. Nascido em São Paulo, é o mais velho de quatro filhos de um imigrante português e de uma mineira. Morador do bairro de Santo Amaro, ele teve uma infância de classe média até que o pai vendeu tudo para empreender.
O negócio não deu certo e a família precisou se mudar para a periferia de São Paulo. Vivendo no Parque Santo Antônio, na zona sul da capital paulista, Nunes terminou os estudos secundários em uma escola pública. Enquanto cursava direito no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), começou a trajetória como empresário com o jornal Hora de Ação, que circulava na região que virou seu berço eleitoral.
Endividado, ele interrompeu os estudos e começou a carreira pública na secretaria de Obras do estado de São Paulo, até que encontrou um nicho para atuar e abriu uma empresa de controle de pragas. A Nikkey cresceu atuando principalmente na desinfecção de grãos de navios e é uma das maiores do segmento, sendo atualmente presidida por Ricardo Nunes Filho.
Gestão de Ricardo Nunes apostou em asfalto
A gestão de Ricardo Nunes na prefeitura de São Paulo se destaca pelo extensivo programa de asfaltamento da cidade, com investimento de R$ 1 bilhão, o que tem acarretado críticas de opositores que o acusam de utilizar o aparato público para promover sua imagem e garantir a reeleição. Outra prioridade é a ampliação do número de vagas em abrigos para pessoas em situação de rua.
O bom relacionamento com figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido fundamental para a gestão na capital do estado. E a costura política para conseguir o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com a influência decisiva de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, destaca a capacidade de Nunes em formar parcerias estratégicas.
Eleitores conservadores criticam, no entanto, algumas posturas consideradas de centro, como ter tido Marta Suplicy como secretária de Relações Internacionais até o início de 2024, antes de ela se refiliar ao PT. A aceitação de Nunes em incluir um vice indicado por Bolsonaro na chapa evidencia uma tentativa de harmonizar as expectativas de conservadores sem perder o apoio do eleitorado de centro.
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