Tabata Amaral (PSB), de 30 anos, é deputada federal por São Paulo e vai disputar a prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro, na primeira tentativa a um cargo no Executivo. Reeleita em 2022 com 337,8 mil votos para a Câmara dos Deputados, ela foca a atuação política nas áreas de educação e direito das mulheres.
Entre as principais propostas para a cidade de São Paulo estão a melhoria da qualidade do ensino nas escolas municipais, ampliação do acesso à saúde pública e a criação de programas de geração de emprego e renda.
A candidata tem apoio de diversas frentes, incluindo movimentos sociais, acadêmicos e figuras influentes do PSB. No último dia 22, a campanha apostou no lançamento de uma websérie sobre Tabata que expõe o drama familiar e a origem humilde da pré-candidata que precisa se tornar mais conhecida para crescer nas intenções de voto.
Uma das principais estratégias de Tabata para ampliar a visibilidade na cidade de São Paulo e compensar o pouco tempo de experiência na política foi estabelecer uma aliança com nomes do PSDB, partido que por diversas vezes ocupou a prefeitura de São Paulo e dominou o cenário estadual por mais de 20 anos.
Agora enfraquecido, o PSDB deixou uma lacuna de nomes para representar o tucanato nas próximas eleições municipais do maior colégio eleitoral do país e Tabata Amaral construiu um acordo com o recém-tucano e apresentador José Luiz Datena, propondo a ele o cargo de vice.
No mês passado, no entanto, Datena lançou candidatura própria, o que foi considerado como "traição" pela candidata. Apesar dos desgastes, o espaço para Datena ainda está aberto no PSB e diversos nomes ligados ao PSDB, como Orlando Faria, ex-presidente municipal da sigla em São Paulo, integram a campanha de Tabata.
Por diversas vezes Tabata recebeu críticas por decisões contrárias à esquerda. Entre eles, chamou a atenção a votação contra o partido PDT, do qual fazia parte, a favor da reforma da Previdência. A defesa de aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19 também levantou comentários negativos.
No outro espctro, Tabata é criticada pela direita por se posicionar contra pautas como o homeschooling, as escolas cívico-militares e principalmente como uma defensora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o PSB é aliado, com Geraldo Alckmin na vice-presidência e com Márcio França como ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Tabata é uma crítica contumaz do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente em relação às políticas dele para as mulheres e na área da educação.
Criada na periferia de São Paulo, Tabata Amaral ganhou bolsas de estudo
Filha de um cobrador de ônibus e de uma vendedora de flores, Tabata Amaral nasceu na Vila Missionária, na periferia da zona sul de São Paulo. Ela se destacou durante a trajetória escolar e deixou a rede pública aos 13 anos, após ganhar uma bolsa de estudos do Etapa em decorrência do ouro que conquistou na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
Após ter sido selecionada em um projeto social do empresário Jorge Paulo Lemann, ela ganhou bolsa de estudo da universidade de Harvard. Lá ela se formou em Ciências Políticas e Astrofísica com o sonho de "mudar a educação do Brasil". De volta ao Brasil, trabalhou em empresas de Lemann e co-fundou o Movimento Mapa Educação, que luta por melhorias na educação pública, e o Movimento Acredito, de renovação na política.
Em 2018, entrou para a política sendo eleita deputada federal pelo PDT com 264,4 mil votos, a sexta mais votada em São Paulo. Em 2021, Tabata Amaral migrou para o PSB após divergências internas no partido e, desde então, namora com João Campos Neto (PSB), prefeito e pré-candidato à reeleição de Recife. João Campos Neto é filho de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco que morreu em um acidente aéreo em 2014, quando disputaria a presidência da República.
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