Os 81.865 votos que separaram Ricardo Nunes (MDB), o candidato mais votado em São Paulo no primeiro turno na eleição de 2024, e Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro e de fora do segundo turno — com Guilherme Boulos (Psol) tendo avançado na segunda posição — confirmaram um cenário imprevisível que os institutos de pesquisa vinham mostrando desde o início da campanha e, especialmente, nos últimos dias que precederam a votação deste domingo (6).
A pesquisa da Quaest divulgada na véspera da votação apontava um empate técnico entre os três candidatos: Boulos tinha 29%, Nunes ia a 28% e Marçal chegava a 27% — a margem de erro da pesquisa era de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto praticamente cravou o desempenho final do psolista, que foi de 29,03% dos votos válidos. O atual prefeito fechou com 29,52% e o candidato do PRTB foi a 28,13%.
O Datafolha do sábado (5) também deu 29% para Boulos, porém ele estava numericamente à frente de Nunes e PRTB, ambos com 26%. Apesar de uma diferença de 3 pontos percentuais, ficou dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Os três ficaram, portanto, dentro do intervalo considerado pela margem de erro.
Outro instituto que formava um cenário de empate técnico era o Paraná Pesquisas, que divulgou um levantamento na noite de sexta-feira (4). Pelos dados, Nunes estava com 26,8%, Boulos tinha 26% e Marçal chegava a 24,2% das intenções de voto, todos empatados dentro da margem de erro de 2,6 pontos percentuais. No caso do Paraná Pesquisas, os dados da pesquisa estimulada ainda tinha votos de indecisos, além de brano e nulo, não considerando votos válidos, por isso números abaixo do apurado neste domingo.
Também na sexta-feira e não considerando votos válidos, o Real Time Big Data desenhava uma disputa em empate técnico, com Marçal na frente numericamente (27%), seguido de Boulos (26%) e Nunes (24%) — a margem de erro da pesquisa era de 3 pontos percentuais.
Por outro lado, a AtlasIntel apontava um cenário diferente dos outros institutos e do que acabou acontecendo nas urnas. Na véspera da votação, Boulos estava empatado tecnicamente na liderança com Marçal, com 32,3% e 30%, respectivamente — a margem de erro da pesquisa era de 2 pontos percentuais. O dado discrepante foi o de Nunes, que tinha 20%, bem abaixo dos adversários, o que indicava que ficaria de fora do segundo turno.
Metodologias das pesquisas citadas
- Quaest São 5/10: 2.400 entrevistados pela Quaest entre os dias 4 e 5 de outubro de 2024. A pesquisa em São Paulo foi contratada pela Globo Comunicação e Participações SA/TV/Rede/Canais/G2C+Globo Globo.com Globoplay. Confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-01150/2024.
- Datafolha 5/10: 2.052 entrevistados pelo Datafolha entre os dias 4 e 5 de outubro de 2024. A pesquisa em São Paulo foi contratada pela Folha de S. Paulo e pela Rede Globo. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Registro no TSE: SP-05101/2024.
- Paraná Pesquisas 4/10: 1.500 entrevistados pelo Paraná Pesquisas entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro de 2024. A pesquisa foi contratada pelo próprio Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 2,6 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-09433/2024.
- Real Time Big Data 4/10: 1.000 entrevistados pelo Real Time Big Data entre os dias 2 e 3 de outubro de 2024. A pesquisa em São Paulo foi contratada pela 3 Poderes Mídia e Comunicação Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-02479/2024.
AtlasIntel 5/10: 2.500 entrevistados pela AtlasIntel entre os dias 29 de setembro e 4 de outubro de 2024. A pesquisa para a prefeitura de São Paulo foi contratada pela própria AtlasIntel Tecnologia de Dados Ltda. Confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-00197/2024.
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