Os candidatos a prefeito de São Paulo participaram na noite deste sábado (28) do nono debate das eleições de 2024 na maior capital do país, realizado pela TV Record. O encontro abre a última semana de campanha antes da votação do primeiro turno, no dia 6 de outubro.
Participaram do evento os candidatos Guilherme Boulos (Psol), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). Segundo a última pesquisa Datafolha*, Nunes e Boulos estão empatados tecnicamente com 27% e 25%, respectivamente, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Marçal tem 21% da preferência do eleitorado, empatado com o candidato do Psol no limite da margem de erro.
No início do debate, o mediador Eduardo Ribeiro apresentou as normas rigorosas para evitar a escalada de violência nos últimos encontros dos candidatos, com dois episódios de agressões físicas. A emissora proibiu o uso de xingamentos, palavras vulgares e apelidos. Em caso de descumprimento, o candidato perderia 30 segundos da fala durante as considerações finais. Além disso, três punições representavam a perda automática do direito de considerações finais e exclusão de mais uma reincidência.
As regras mais severas e a disputa pelos votos dos indecisos em um cenário de equilíbrio eleitoral no primeiro turno levaram os candidatos ao debate de ideias e apresentação de propostas com alguns momentos de troca de acusações, no entanto, nenhum episódio de agressão aconteceu no encontro.
No primeiro bloco, Marçal chamou o candidato do Psol de “Boules” e perdeu 30 segundos nas considerações finais, sendo a única punição registrada pela organização do evento. No embate com o prefeito de São Paulo, o empresário e influencer questionou Nunes sobre a alfabetização nas escolas municipais e sobre o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Na resposta, Nunes ressaltou que as filas por vagas de creches estão zeradas pelo quarto ano consecutivo. "Nós demos uma correção no piso para o professor de 44%, enquanto a inflação foi 20%. E eu contratei mais de 15 mil professores na nossa rede municipal de educação", acrescentou.
Na réplica, Marçal pediu esclarecimentos sobre a suposta investigação de desvios de dinheiro público nas merendas das escolas, apuração feita pela Polícia Federal. Nunes rebateu o empresário, que foi chamado de “mentiroso contumaz” com condenações na Justiça Eleitoral por ataques durante a campanha. Marçal pediu direito de resposta, mas foi negado.
Já a candidata Tabata Amaral questionou Boulos sobre a posição do Psol e sobre o recuo do aliado de Lula em temas como aborto, drogas e Venezuela. Boulos não respondeu e disse que lamenta Tabata ter trazido os temas ao debate.
Marina Helena também questionou Boulos sobre a liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) nas invasões de prédios públicos e privados em São Paulo, ao comentar a pergunta da jornalista Bruna Lima sobre as ocupações na capital. “Não vai acontecer ocupação de movimento social. Eu vou ter a maior política de moradia dessa cidade, vamos fazer casa para quem mais precisa, para quem está em situação de risco, quem não consegue pagar aluguel”, retrucou o candidato do Psol.
Jornalista questiona Marçal sobre crime organizado durante debate em São Paulo
Nas perguntas feitas pelos jornalistas, Rafael Algarte, da Record News, questionou Marçal sobre as supostas ligações do presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, com o crime organizado."Não foi instaurado nenhum procedimento a não ser uma notícia. E se for provado alguma coisa, espero que pague", respondeu o candidato.
Durante o segundo bloco, Marçal pediu para Datena uma lista dos piores prefeitos em uma das perguntas entre candidatos e o apresentador respondeu que Nunes não era o pior, mas estava no caminho. “Não foi nem eleito. Ele está prometendo coisas que não vai cumprir, fazendo obras eleitoreiras, gastando dinheiro para caramba que ele tem certeza absoluta que não vai cumprir, que não vai ser eleito”, disse o tucano.
Em um novo confronto entre Marina Helena e Tabata, a candidata do Novo acusou a deputada federal de plagiar projetos. Após ter o pedido de resposta recusado, Tabata usou o tempo de resposta em outra rodada para rebater Marina e lembrou da autoria do programa Pé de Meia.
O debate foi dividido em dois blocos para perguntas entre candidatos e questionamentos pelos jornalistas convidados. O terceiro e último bloco foi reservado para as considerações finais. Os próximos debates serão realizados na segunda-feira (30) às 10h pela Folha/UOL e na próxima quinta-feira (3) na Rede Globo, às 22h.
Metodologia: 1.610 entrevistados pelo Datafolha entre os dias 24 e 26 de setembro de setembro de 2024. A pesquisa foi contratada pela Empresa Folha da Manhã S.A. Confiança: 95%. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-06090/2024.
- Efeito Marçal vai impactar nas eleições majoritárias de 2026
- Tabata Amaral: “Rebati com força para defender a minha história e a honra da minha família”
- Pablo Marçal: “Vou vencer a eleição e depois todo mundo vai me respeitar”
- Marina Helena: “mídia não quer um candidato de direita porque é alinhada à esquerda”
- Ricardo Nunes: “Enquanto eu for prefeito, não vai ter nada de Saúde de Todes”
- Bebeto Haddad: “é a campanha de um tostão contra um bilhão”
- Altino Prazeres: “São Paulo poderia introduzir o debate da legalização das drogas”
- Ricardo Senese (UP): “O prefeito deve receber o mesmo valor que uma professora de creche”
- João Pimenta (PCO): “Alexandre de Moraes violou liberdades democráticas fundamentais”
Governo promete reforma, mas evita falar em corte de gastos com servidores
Bolsonaro chora e apoiadores traçam estratégia contra Alexandre de Moraes; acompanhe o Entrelinhas
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Brasil tem portas fechadas em comissão da OEA para denunciar abusos do STF