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Ricardo Nunes (MDB) e Tomás Covas em visita ao Vaticano.
Ricardo Nunes (MDB) e Tomás Covas em visita ao Vaticano.| Foto: Reprodução/Instagram Ricardo Nunes

Tomás Covas (PSDB), filho do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, passou a integrar o time do prefeito Ricardo Nunes (MDB), na última semana. A nomeação dele como coordenador municipal de Políticas para a Juventude faz parte da estratégia de Nunes para atrair o PSDB à coligação eleitoral, em meio aos preparativos para a campanha municipal de 2024.

Covas, de 18 anos, viajou no mês passado ao Vaticano com a comitiva do prefeito paulistano. Ele integra a ala do PSDB que defende a reeleição na capital do estado como continuidade do legado de Bruno Covas, de quem Nunes era vice.

A proposta tem resistência de parte dos tucanos locais que são contra apoiar um candidato alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e preferem lançar o apresentador José Luiz Datena (PSDB) na disputa. A batida de martelo será tomada durante o período de convenções partidárias, entre 20 de julho e 5 de agosto.

Em entrevista à Gazeta do Povo em maio, José Aníbal, presidente municipal do PSDB em São Paulo, confirmou Datena como candidato do partido nas eleições de outubro. Datena tem um histórico de desistências de candidaturas: essa é a quinta vez que o apresentador ensaia sair candidato por São Paulo.

Nas quatro vezes anteriores, ele desistiu da candidatura às vésperas do registro de chapas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O PSDB é a décima primeira sigla à qual Datena se filia. “O partido não trabalha um plano B, porque estamos a quatro meses das eleições. Datena já confirmou a candidatura. Não tenho muita consideração a fazer sobre isso de plano B”, disse Aníbal.

Presidente do MDB confirma estratégia para atrair PSDB

O presidente municipal do MDB em São Paulo, Enrico Misasi, confirmou que o partido tem articulado para atrair os tucanos em torno da campanha de reeleição do prefeito Ricardo Nunes. “MDB segue empenhado na construção de uma verdadeira frente ampla contra a extrema esquerda na capital. Todas as lideranças democráticas que não querem a cidade nas mãos do PT e do Psol são bem-vindos”, respondeu.

Um dos coordenadores da campanha de Nunes, Misasi acredita que o PSDB abrirá mão da candidatura própria. “Esperamos que o PSDB, após deliberações internas, entenda o momento histórico que vivemos e se una à pré-candidatura do prefeito Ricardo Nunes, que disputa a reeleição”, acrescentou ele.

Influência de Alckmin pode travar apoio do PSDB mesmo com dobradinha Nunes-Covas

Denilde Holzhacker, cientista política e diretora de Pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), avalia que, apesar da aliança de Nunes com o filho de Bruno Covas, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ainda tem grande influência no PSDB. “Nunes tenta atrair quadros do PSDB, mas muitos tucanos foram para a campanha da Tabata Amaral (PSB), influenciados pelo vice-presidente Alckmin”, ponderou.

Para Holzhacker, a aproximação com Bruno Covas é uma tentativa de Nunes em mostrar que é o herdeiro político do ex-prefeito. “Nunes tenta mostrar que é o herdeiro de Covas, inclusive com o apoio do filho dele. Isso tem um peso simbólico importante. O PSDB está dividido e com menos força. Do ponto de vista prático, Tomás traz um elemento de juventude, mas não tem a mesma relação com Nunes que seu pai tinha”, comentou.

A cientista política destacou que os anúncios de pré-candidatura de Pablo Marçal (PRTB) e de Datena impactaram mais a campanha de Nunes do que a de Boulos. “Datena é uma incógnita. Ele não tem mantido uma perspectiva de continuidade na campanha. A entrada de Datena e Pablo Marçal foi mais impactante para Nunes do que para Boulos. Até a definição das candidaturas, tudo pode mudar, considerando as negociações em andamento”.

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