O pré-candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou à Gazeta do Povo que não precisa de "padrinho político" na corrida eleitoral para o comando da maior capital do país, pois não acredita em transferência de votos. Além disso, ele declarou que se vencer o pleito, pode convidar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) a integrar o novo secretariado.
Na avaliação dele, o atual prefeito de São Paulo herdou o cargo e deve desidratar durante a campanha para eleições de 2024. "Estou na política há tempos. Não exerci nenhum cargo, mas entendo um pouquinho do jogo. O Nunes é natimorto na política."
Na semana passada, o outsider da política paulistana declarou que teria o apoio de Jair Bolsonaro (PL), o que obrigou o ex-presidente a desmentir, publicamente, o pré-candidato do PRTB por causa da aliança acordada com o MDB de Nunes, que deve ter o candidato a vice-prefeito na chapa indicado pelo PL.
Mesmo sem apoio de Bolsonaro, Marçal mostra confiança e aposta na vitória nas urnas ainda no primeiro turno. Confira a entrevista:
O que te motivou a ser candidato à prefeitura de São Paulo?
O nível da cidade comparado com o nível dos candidatos. São Paulo não merece repetir o que está acontecendo, não merece à beira da loucura com Boulos. Não faz sentido a cidade mais poderosa do hemisfério sul ser governada por pessoas que não tem a mínima noção e sem propostas de futuro e educação. Temos uma cidade rica, mas o povo é emocionalmente sequestrado por políticos que só querem voto. Foi essa indignação que me motivou.
Em 2022, o senhor foi candidato a deputado federal, mas teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral. O que faz acreditar que agora será diferente?
Na verdade, saí candidato para presidente. Fui vendido pelo partido, mas agora estou no partido onde tem homens de verdade. Sou o presidente de honra do PRTB, que está bem assessorado juridicamente.
O PRTB não tem representação significativa. Como pretende driblar esse desafio para ser eleito?
Estou em Brasília dialogando com quatro presidentes nacionais dos principais partidos. Temos o exemplo do Bolsonaro com o PSL, que também não tinha tempo de televisão, não tinha apoio de ninguém, mas tinha um negócio que também tenho: ser autoral. A minha rede social tem 55 milhões de pessoas conectadas. Isso não me preocupa.
O senhor é bem-sucedido financeiramente. Pretende financiar sua campanha?
Não vou usar meu dinheiro. Quem quiser, pode ajudar usando o limite de 10% do imposto de renda. Faremos vaquinha. O Donald Trump é bilionário e não põe o dinheiro dele, é o povo que financia.
O senhor poderia ser vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes?
Sem chance. Mais fácil ele ser vice. Encontrei a esposa dele no leilão do Neymar e ela falou ‘meu marido é muito trabalhador’. Se ele for isso mesmo, posso oferecer uma secretaria para ele.
Quem será o vice de Pablo Marçal?
Não tenho ainda. A maioria que se ofereceu, eu rejeitei. Terá o momento certo. Não tenho nenhum ganho em adiantar essa informação. Só cria instabilidade.
O senhor nunca exerceu um cargo político. Como responde a quem diz que não tem experiência?
Pago milhões de impostos e gero empregos. Faço filantropia. Construo casas. Nunca tive um mandato político. O governo federal fez menos doação para o Rio Grande do Sul do que eu. Sou político sim. Agora, se quiser me chamar de funcionário público, será a primeira vez.
Quais as suas propostas para saúde, educação e segurança pública?
Na saúde, vamos zerar as filas que é inaceitável na cidade mais rica do hemisfério sul. Vamos trazer tecnologia para acabar com essa gastança de recursos em hospitais públicos.
Na educação, vamos ensinar empreendedorismo e finanças. Nos próximos 10 anos, mais de 300 profissões vão deixar de existir com robótica e inteligência artificial, isso já é uma realidade. Vamos investir no povo para não virarmos escravos tecnológicos de outras nações.
Na segurança, vamos transformar a Guarda Municipal em uma guarda igual dos Estados Unidos. Colocar carros de alta velocidade e computação. Vamos colocar um agente só por carro, todo mundo vai respeitar. Bandido em São Paulo, vai baixar a cabeça.
O senhor já possui um plano de governo?
Sim, vamos levar São Paulo para o futuro, para 2050. O plano de governo é: SP50. Temos que mudar a mentalidade do povo, trazer tecnologia e empreendedorismo.
Em que espectro político o Pablo Marçal se encaixa?
Sou governalista. Vou lançar esse movimento chamado governalismo. O meu negócio é produzir e fazer o povo prosperar. O governalismo é diferente do socialismo e do capitalismo. No governalismo, cada um cuida da sua vida. O estado é cada vez mais eficiente, as famílias entendem que o maior ativo é a própria família, os seus próprios negócios, destravar essas pessoas para produzirem e subirem de nível, empreender, porque o empreendedorismo é tudo.
O senhor buscará apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro?
Não tenho esse negócio de padrinho. Tenho nome próprio e atitude própria. Sou o meu próprio movimento e o povo vai ter um político que vai trabalhar como poucos.
Todo político sabe que não existe transferência de voto, não preciso de padrinho, preciso do povo.
O senhor acredita que tem chances de ir para o segundo turno?
Não terá segundo turno. Vamos ganhar no primeiro turno. Vou mostrar para todo mundo o que estou disposto a fazer. Deixa o povo me conhecer.
O senhor acredita que pode vencer o atual prefeito Ricardo Nunes?
Temos oito semanas para o dia 6 de outubro. O Nunes vai desidratar, semana após semana. Estou na política há tempos. Não exerci nenhum cargo, mas entendo um pouquinho do jogo. O Nunes é natimorto na política.
Pretende tirar votos do prefeito?
Não estou tirando voto dele, porque ele não tem voto. Ele é vice, não ganhou voto, foi colocado na chapa. As pessoas votaram no Bruno Covas, ele é o herdeiro.
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