O jantar entre presidentes de nove partidos e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi marcado pelo anúncio do ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido) como o coordenador da campanha de Nunes à reeleição na capital paulista. O eventou aconteceu no último dia 22 de abril.
Após deixar o PSDB no ano passado, Garcia não se filiou a nenhuma outra sigla e mesmo sem partido, o ex-tucano é reconhecido como um hábil articulador, especialmente entre os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde ocupou a presidência entre 2005 e 2007 e foi deputado por três mandatos consecutivos.
Garcia, assim como Nunes, ocupava o cargo de vice e, depois da saída do ex-governador João Doria (sem partido), assumiu o governo do estado. Garcia e Nunes tiveram uma boa relação durante os mandatos. “A escolha foi pela experiência dele na vida pública”, disse o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, à Gazeta do Povo.
Sem cargo desde janeiro de 2023, quando deixou o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Garcia tem articulado um retorno à política. Um dos presentes na reunião do último dia 22 disse que entre os principais motivos para escolha do ex-governador é justamente por ele estar sem cargo e poder se dedicar totalmente a campanha de Nunes até outubro.
Garcia começa a desenhar plano de governo de Nunes
Nunes e Garcia realizaram a primeira reunião para discutir o plano de governo no final de abril. No encontro foi discutido as principais diretrizes e os eixos temáticos que o plano deve abordar.
O convite para Garcia assumir a elaboração do plano de governo de Nunes partiu do presidente do MDB e deputado federal, Baleia Rossi. O parlamentar também estará na coordenação da pré-campanha do prefeito.
O prefeito afirmou que o plano de governo será pautado no projeto idealizado pelo ex-prefeito tucano Bruno Covas, que faleceu em 2021. “A atual gestão implementa o programa de governo definido em 2020 junto ao saudoso Bruno Covas. Nossa missão é seguir executando o maior investimento na área social que a cidade já viu e sempre avançar para uma São Paulo ainda mais inclusiva, com oportunidades e inovação”, disse Nunes após o encontro com Garcia.
Dentro das próximas semanas, Garcia e Baleia Rossi anunciarão os profissionais e os políticos que vão compor a equipe de trabalho.
Frente ampla e combate à extrema-esquerda
Nunes tem dito nas entrevistas que está montando uma frente ampla para derrotar a extrema-esquerda, segundo ele, liderada pelo deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol).
De acordo com o prefeito, a coligação liderada por Nunes já conta com 11 partidos: MDB, PL, PP, Agir, Republicanos, Solidariedade, Avante, PRD, Podemos, PSD e PMN. Segundo Nunes, a frente ampla reúne ideologias de centro, centro-esquerda, centro-direita e direita.
Além das 11 siglas confirmadas, o prefeito articula a adesão do União Brasil e da Federação PSDB-Cidadania. A missão não está sendo nada fácil. Os tucanos não querem se aliar ao candidato que será apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No União Brasil, Nunes conta como seu principal aliado o presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo e presidente municipal do União Brasil, Milton Leite. Porém, para isso acontecer, Nunes precisará desbancar a pré-candidatura do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
Em nota, o diretório municipal do MDB em São Paulo afirmou que Nunes conta com “um exército nas ruas”. “A quantidade de siglas no pleito deste ano pode fazer a diferença nas urnas, sobretudo em razão da mobilização por parte dos pré-candidatos a vereador. Com 11 agremiações e chapas completas (56 postulantes, cada) de pré-candidatos ao Poder Legislativo, Nunes terá um verdadeiro exército nas ruas defendendo sua reeleição.”
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