Paulistanos elegeram os 55 vereadores que ocuparão a Câmara Municipal de São Paulo pelos próximos quatro anos.| Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara
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Reeleito para o segundo mandato na prefeitura da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB) deve governar com tranquilidade junto à nova composição da Câmara Municipal de São Paulo a partir de 1º de janeiro de 2025. Poucas mudanças foram feitas à maioria que Nunes já possuía, com um cenário de ligeiro fortalecimento do centro político.

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Com o derretimento do PSDB na capital paulista, que perdeu todas as oito cadeiras, outros partidos que compõem a base de Nunes aumentaram a participação no Legislativo local. PP e Podemos dobraram as bancadas.

Por outro lado, o crescimento dos partidos de esquerda não foi suficiente para estabelecer uma oposição majoritária. A aliança entre Psol, PT, PSB, PV e Rede resultou em 18 cadeiras na Casa. Embora seja um número significativo, é uma oposição limitada e que depende de alianças pontuais para obstruir pautas propostas pela administração Nunes.

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Nunes mantém base majoritária na Câmara Municipal de São Paulo, com 36 vereadores pertencentes aos partidos da coligação formada na disputa à reeleição (PP, MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Mobiliza e União). Soma-se a esse número, ainda, a cadeira da vereadora Cris Monteiro (Novo), que apoiou a reeleição de Nunes, apesar de o Novo não pertencer à coligação.

Os 37 votos da base de Nunes são suficientes para a aprovação de grande parte das pautas de interesse do prefeito, que precisam de 28 votos favoráveis para chegar à maioria absoluta do total de 55 cadeiras da Câmara. Algumas votações exigem 33 votos (três quintos), como é o caso do Plano Diretor ou temas ligados ao zoneamento urbano. Já emendas à Lei Orgânica precisam de 37 votos (dois terços) da Casa, o que pode apertar o placar para Nunes.

Apesar de alguns vereadores eleitos das siglas da coligação de Nunes terem mudado de lado antes do primeiro turno das eleições municipais para apoiar a candidatura do então candidato Pablo Marçal (PRTB), como foi o caso de Rubinho Nunes (União) e Adrilles Jorge (PL), o prefeito do MDB deve conseguir acomodar todos os interesses das siglas no novo governo, cujos cargos devem ser anunciados até o final de dezembro.

Vereadores da situação na Câmara Municipal de São Paulo: 37 cadeiras (mesma quantidade do atual mandato)

  • MDB: 7 cadeiras (4 a menos)
  • PL: 7 cadeiras (1 a mais)
  • União: 7 cadeiras (mesma quantidade)
  • Podemos: 6 cadeiras (4 a mais)
  • PP: 4 cadeiras (2 a mais)
  • PSD: 3 cadeiras (3 a menos)
  • Republicanos: 2 cadeiras (1 a menos)
  • Novo: 1 cadeira (mesma quantidade)
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Vereadores da oposição: 18 cadeiras

  • Psol: 6 cadeiras (1 a mais)
  • PT: 8 cadeiras (1 a menos)
  • PSB: 2 cadeiras (mesma quantidade)
  • PV: 1 cadeira (mesma quantidade)
  • Rede: 1 cadeira (mesma quantidade)

União Brasil deve se manter com a presidência do legislativo paulistano

Mesmo sem concorrer à reeleição, o atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União), deverá manter influência significativa no legislativo paulistano. Leite é uma figura central na articulação das forças que apoiam o governo e o apoio a Nunes poderá facilitar as negociações com os novos parlamentares.

Após a eleição da nova bancada dos vereadores, nomes do PL tentaram lançar candidatura própria para a presidência da Câmara, porém o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, vetou o movimento devido a um acordo entre os partidos da coligação de Nunes, segundo o qual a cadeira da presidência será escolha do União Brasil.

“Até então, Rubinho Nunes (União) e Rodrigo Goulart (PSD) eram os nomes ventilados para a sucessão e ambos foram reeleitos. Contudo, Leite conseguiu eleger duas figuras de sua confiança, Silvão Leite e Silvinho, ambos do União, e que devem ser fortalecidos pelo padrinho”, diz Aryell Calmon, coordenador de estados e municípios da BMJ Consultores Associados. A influência de Leite pode ser decisiva para obter a aprovação de projetos prioritários para o Executivo, especialmente em áreas nas quais há resistência da oposição.

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Câmara Municipal de São Paulo contará com novas lideranças ideológicas

As eleições municipais de 2024 marcam um aumento do perfil ideológico dos vereadores eleitos, com a ascensão de figuras como Lucas Pavanato (PL), vereador mais votado do país, Janaína Paschoal (PP), autora do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT), e Amanda Vetorazzo (União), integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), que representam diferentes espectros da direita e trazem para a Câmara uma postura de confronto e de debates acalorados.

Nomes como Zoe Martinez (PL), que ficou conhecida nas redes sociais por criticar a ditadura cubana, e Adrilles Jorge (PL), jornalista e comentarista político, também podem intensificar o tom dos embates. À Gazeta do Povo, o vereador reeleito Rubinho Nunes (União) afirmou que vê na nova composição do legislativo paulistano uma Câmara "renovada" em relação aos nomes dos candidatos e com "um perfil mais ideológico tanto no espectro da esquerda quanto da direita".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]