Quase metade do eleitorado da cidade de São Paulo continua indeciso em relação ao voto para prefeito, segundo a pesquisa espontânea da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (18). Nesse modelo, os nomes dos candidatos não são apresentados previamente para escolha do eleitor, e os entrevistados precisam informar, espontaneamente, em quem vão votar. Do total, 49% demonstraram estar indecisos sobre a eleição, que acontece em 18 dias.
Cientista político e professor do Insper, Leandro Consentino diz que o dado demonstra alto percentual de volatilidade e que o eleitor pode estar deixando para decidir o voto na última hora. “O jogo ainda está em aberto e pode ter lances importantes nas últimas semanas que podem defini-lo, sobretudo pensando que uma eleição como essa dificilmente se decide no primeiro turno”, explica.
O número também mostra, segundo reitera o professor de Administração Pública e pesquisador da área de Cultura Política da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Daniel Moraes Pinheiro, que “ainda há incerteza” por parte do eleitor. “Ou seja, a gente tem espaço para mudança de intenção de voto”. Ele explica, ainda, que o brasileiro “tende a votar mais pela característica dos candidatos, das pessoas e vai muito por exposição e popularidade (dos candidatos)”.
Grupo de indecisos é bem menor na pesquisa estimulada de São Paulo
Na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, o percentual de indecisos despenca para 7%. “Quando esse número muda (de uma pesquisa espontânea) para uma estimulada, que a pessoa diz o nome a partir do que você apresenta, ela dá segurança em cima do nome que é dado, provavelmente porque ela o reconhece, mas isso não significa que não pode ser mudado", avalia Pinheiro.
A tendência é que, quanto mais perto da eleição, menor é o grau de incerteza dos eleitores. Na pesquisa espontânea Quaest de 28 de agosto, por exemplo, os indecisos chegavam a 59%, no levantamento desta quarta, o percentual caiu para 49%.
Outros dados da Quaest
A pesquisa mostra empate técnico triplo na liderança da disputa pela prefeitura de São Paulo, considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais: Ricardo Nunes (MDB) aparece com 24%, Guilherme Boulos (Psol) com 23%, e Pablo Marçal (PRTB), 20%.
A pesquisa começou a ser coletada no último domingo (15) e seguiu com as entrevistas até esta terça-feira (17), de acordo com a divulgação do instituto responsável e disponíveis no G1, o que compreende o período posterior ao episódio envolvendo a agressão física de Datena contra Marçal, durante debate eleitoral realizado pela TV Cultura.
Confira os resultados:
- Estimulada
- Ricardo Nunes (MDB): 24%
- Guilherme Boulos (Psol): 23%
- Pablo Marçal (PRTB): 20%
- Datena (PSDB): 10%
- Tabata Amaral (PSB): 7%
- Marina Helena (Novo): 2%
- Bebeto Haddad (DC): 0%
- João Pimenta (PCO): 0%
- Ricardo Senese (UP): 0%
- Altino Prazeres (PSTU): não pontuou
- Branco/Nulo/Não vai votar: 7%
- Indecisos: 7%
Espontânea
- Guilherme Boulos (Psol): 15%
- Pablo Marçal (PRTB): 14%
- Ricardo Nunes (MDB): 12%
- Outros: 6%
- Branco/Nulo/Não vai votar: 4%
- Indecisos: 49%
Metodologia: 1.200 entrevistados pela Quaest entre os dias 15 e 17 de setembro de 2024. A pesquisa em São Paulo foi contratada pela Globo Comunicação e Participações SA/TV/Rede/Canais/G2C+Globo Globo.com Globoplay. Confiança: 95%. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Registro no TSE nº SP-00281/2024.
- O que a Quaest revela sobre as disputas nas capitais para além do cenário estimulado
- Ricardo Nunes: “Enquanto eu for prefeito, não vai ter nada de Saúde de Todes”
- Marina Helena: “mídia não quer um candidato de direita porque é alinhada à esquerda”
- Bebeto Haddad: “é a campanha de um tostão contra um bilhão”
- João Pimenta (PCO): “Alexandre de Moraes violou liberdades democráticas fundamentais”
- Altino Prazeres: “São Paulo poderia introduzir o debate da legalização das drogas”