O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, está sendo encarado como o "camisa 10" para impulsionar a campanha de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Ele foi escalado pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ampliar as alianças em torno do nome de Nunes.
No último dia 22, um jantar de apoio ao prefeito paulistano ocorreu na casa do ex-senador Luiz Pastore (MDB), no bairro Jardins. Junto com Tarcísio e Kassab, lá estiveram o ex-presidente da República Michel Temer (MDB); o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido); o presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, Milton Leite (União Brasil); e presidentes de outros oito partidos: Antônio Rueda (União Brasil); Baleia Rossi (MDB); Luís Tibé (Avante); Marcos Pereira (Republicanos); Ovasco Resende (PRD); Paulinho da Força (Solidariedade); Renata Abreu (Podemos); e Valdemar Costa Neto (PL).
A principal função do presidente nacional do PSD será a de ampliar o que Nunes tem chamado de “frente ampla” em torno da sua candidatura. O principal argumento é o de derrotar a candidatura da esquerda na capital, que tem à frente o deputado federal e pré-candidato Guilherme Boulos (Psol).
A incorporação de mais siglas em torno de um mesmo candidato amplia o tempo de televisão na propaganda eleitoral e também os recursos do fundo eleitoral. Outra decisão tomada durante o encontro foi a criação de um conselho partidário, que guiará os rumos da campanha do prefeito e auxiliará na elaboração do plano de governo.
Rodrigo Garcia assume a coordenação da campanha de Nunes
O ex-governador Rodrigo Garcia, que está sem partido após deixar o PSDB, foi escolhido como coordenador da campanha de Nunes. Embora não seja filiado, Garcia é reconhecido como um hábil articulador, especialmente entre os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde ocupou a presidência entre 2005 e 2007 e foi deputado por três mandatos consecutivos.
Garcia, assim como Nunes, ocupava o cargo de vice e, depois da saída de João Doria (sem partido), assumiu o governo do estado. Garcia e Nunes tiveram uma boa relação durante os mandatos. “A escolha foi pela experiência dele na vida pública”, disse Marcos Pereira à Gazeta do Povo.
Temer participará dos bastidores da campanha para reeleição de Nunes
O ex-presidente Temer afirmou durante o jantar que “está à disposição do prefeito para ajudar no que for preciso” e elogiou a postura de Nunes à frente da prefeitura, que caracterizou como “equilibrada”. Ex-procurador geral de São Paulo, Temer terá papel importante nos contatos de bastidor para aproximar Nunes do corpo jurídico paulista.
Também considera-se como peça-chaveas contribuições de Temer para a área da Segurança Pública, pela experiência dele como secretário estadual da pasta. No final da década de 1980, ele deu forma aos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg), amplamente difundidos para os bairros. Uma das ideias seria adaptar a proposta do Conseg para uma versão municipal.
Baleia Rossi quer que Nunes evite foco na polarização nacional
Aliado do governo federal na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi pediu a Nunes para evitar críticas ao presidente Lula (PT) e tentar fugir da polarização nacional.
Políticos mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o governador Tarcísio, avaliam que Nunes tem aumentado a popularidade por conta do apoio dele. Outros com postura mais ao centro atrelam a boa avaliação de Nunes com as obras recentes e ações pela cidade.
Ainda no jantar do fim de abril, os presentes agradeceram a Valdemar Costa Neto pelo apoio do PL, o que reacendeu a discussão dos possíveis nomes de vice na chapa. Nunes deixou claro que a definição se dará em julho, no período das convenções partidárias.
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