O ex-candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) condicionou seu apoio ao candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), neste segundo turno, a uma retratação pública do prefeito, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após apuração dos votos nas urnas, no último domingo (6), Marçal ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura, tendo obtido mais de 1,7 milhão de votos.
Marçal fez a declaraçãono fim do dia desta terça-feira (8), em Barueri, região metropolitana de São Paulo. Além do pedido de retratação às figuras centrais, ele condicionou o apoio a Nunes à incorporação de propostas de seu próprio plano de governo. O ex-candidato acrescentou que aguarda um pedido de desculpas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e do pastor Silas Malafaia.
Marçal ainda se referiu ao governador de São Paulo de forma pejorativa, como “goiabinha”, e afirmou ter sido alvo de ataques e mentiras durante a campanha, dizendo não acreditar nas retratações por conhecer o orgulho dos envolvidos. Marçal também declarou que, se não apoiar Nunes, Guilherme Boulos (Psol) vencerá a eleição em São Paulo.
“Se eu não apoiar ninguém e liberar meu eleitorado, 45% dos meus votos o Lula com humildade vai recuperar. Tenho certeza de que ele [Boulos] vence. Ele sabe falar com o povo, e o Ricardo não sabe. Boulos e Lula têm a língua do povo, os outros só brigam.”
O ex-candidato relatou que, após o resultado do primeiro turno, o governador Tarcísio ligou para Filipe Sabará, coordenador do plano de governo dele, em tentativa de reconciliação. “Queria abrir meu coração para ver se eu caía em conversa fiada. Tarcísio, sua ligação não surtiu efeito”, disse Marçal.
Boulos e Lula têm a língua do povo, os outros só brigam.
Empresário e ex-candidato de São Paulo, Pablo Marçal
O empresário descartou concorrer ao Legislativo em 2026 e afirmou que suas opções são a Presidência da República ou o governo de São Paulo. Ele voltou a criticar Tarcísio, dizendo que o governador “vai amargar” uma derrota por causa do que considerou uma traição. “Você traiu o povo paulistano e foi um canalha comigo”, atacou Marçal.
As declarações de Marçal foram concedidas em frente a uma das empresas dele em Alphaville, Barueri (SP). Ele chegou ao local dirigindo uma Ferrari e, após a entrevista, participou de uma palestra sobre “cenário político”, que custava R$ 100 para o público.
Nunes diz buscar votos de Marçal, mas rejeita apoio do ex-candidato
Na segunda-feira pós-eleição (7), o prefeito Ricardo Nunes afirmou que pretende conquistar os votos de Marçal, mas rejeitou a ideia de ter o empresário em sua campanha. “No meu palanque, não”, declarou Nunes. O prefeito sugeriu que Marçal faça uma “reflexão”.
“Não vou procurá-lo mas, se ele me procurar, direi que espero que tenha aprendido com seus erros e siga seu caminho, enquanto eu sigo o meu”, disse Nunes. Na contramão de Marçal, a ex-candidata do Novo à prefeitura de São Paulo, Marina Helena, declarou apoio ao prefeito logo após o fim do primeiro turno, e o partido dela seguiu a mesma posição.
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