O ex-candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) divulgou uma nota nesta quarta-feira (9) na qual afirma que não vai apoiar Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno contra Guilherme Boulos (Psol). De acordo com Marçal, o apoio ficou inviabilizado pela “arrogância demonstrada não só por ele, mas também por Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Silas Malafaia e Valdemar Costa Neto”.
Na nota, Marçal diz que “libera os 1.719.024 cidadãos paulistanos que confiaram na minha candidatura para votarem de acordo com suas convicções, princípios e ideologias”. Ele ainda faz uma ressalva: “que fique bem claro: se essa atitude arrogante resultar na entrega da prefeitura da cidade mais importante do hemisfério sul à extrema esquerda, a culpa não será minha. A arrogância precede a queda”.
Uma condição apresentada por Marçal para que ele preste apoio ao prefeito em busca da reeleição é que “essas pessoas reconheçam os erros cometidos contra mim”. Caso isso aconteça, reforçou, o ex-candidato do PRTB estaria “aberto ao diálogo”. Marçal conclui a nota afirmando que “infelizmente, entrei nessa eleição para evitar a vitória de Guilherme Boulos, e agora, lamento dizer, essa previsão se tornou uma certeza”.
Na noite de terça-feira (8) Marçal havia feito um pedido de retratação e condicionado o apoio a Nunes à incorporação de propostas de seu próprio plano de governo. Ainda na segunda-feira (7), o prefeito de São Paulo afirmou que pretende conquistar os votos de Marçal, mas rejeitou a ideia de ter o empresário em sua campanha. “No meu palanque, não”, declarou Nunes, sugerindo que o ex-candidato do PRTB faça uma “reflexão”.
"Eu fui vítima", disse Marçal no dia da votação
Ao fim da apuração dos votos na capital paulista, Pablo Marçal atingiu a marca de 1.719.274 votos (28,14%), pouco mais de 56,8 mil votos a menos que Boulos. No último domingo (6), quando foi votar a poucos minutos do fechamento da seção eleitoral, Marçal disse em entrevista coletiva que acreditava em sua vitória no primeiro turno.
“O eleitor acredita nisso, e eu acredito no que o povo quer. Gastaram milhões de dinheiro público para me atacar. Vai ter uma revolta do povo se isso não acontecer. Como diz meu amigo Gustavo Lima, ‘se o Pablo Marçal não ganhar é roubo, tem alguma coisa errada acontecendo’. Eu fui uma vítima, mas não sou vitimista. O resultado é do povo”, disse.