O MDB, partido do prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Ricardo Nunes, enfrenta uma divisão interna. De um lado, há membros que apoiam Nunes incondicionalmente, seja nas redes sociais, seja em palanques pela capital paulista. Do outro, há aqueles que preferem não se posicionar ou que se colocam de fato em oposição ao prefeito.
O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem participado de reuniões da campanha de Nunes. Temer mantém contato com o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), coordenador do plano de governo, e tem auxiliado nos bastidores para a aproximação de Nunes do corpo jurídico paulista - ele foi ex-procurador-geral de São Paulo. Temer também tem feito sugestões na área de segurança pública, área em que atuou como secretário estadual na década de 1980.
Apesar do apoio de Temer, Nunes não conta com a adesão de todos os deputados do MDB. O parlamentar Delegado Palumbo (MDB-SP) tem criticado o prefeito nas redes sociais e não declarou apoio à reeleição municipal. “Eu não tenho apoio declarado a ele. Eu não fui atrás, ele também não veio. Aliás, eu não declarei apoio para ninguém. Vou continuar de forma independente e ver como isso vai se desenrolar no segundo turno”, afirmou ele à Gazeta do Povo.
Integrando o partido de Nunes, Palumbo diz que não se sente obrigado a apoiá-lo. "Nunca fui atrás de nenhum político e nenhum deles ajudou nas minhas campanhas. Não me sinto na obrigação de apoiar ninguém".
Outra figura importante do MDB, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tem evitado agendas em São Paulo para não precisar subir no palanque de Nunes. Segundo apuração da Gazeta do Povo, ao lado do prefeito, Tebet poderia se ver em uma situação delicada, tendo que criticar um dos principais adversários de Nunes, Guilherme Boulos, candidato do Psol à prefeitura de São Paulo e apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além disso, Tebet ficaria ao lado de políticos de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que complicaria a posição dela à frente da pasta no governo federal. O MDB ocupa três ministérios na gestão Lula.
Candidatos do PL omitem Nunes em material de campanha
Com o início oficial da campanha na última sexta-feira (16), os candidatos estão autorizados a divulgar material de campanha. No entanto, candidatos a uma cadeira na Câmara dos Vereadores de São Paulo têm evitado incluir o prefeito Ricardo Nunes no material de divulgação.
Em vez disso, os candidatos preferem exibir fotos do ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou até mesmo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
A ex-secretária de Políticas para as Mulheres e candidata à reeleição, Sonaira Nunes (PL), por exemplo, divulgou seu material de campanha ao lado da família Bolsonaro. Já o candidato Lucas Pavanato (PL) optou por fotos com Bolsonaro e Nikolas Ferreira, apesar do reduto eleitoral do parlamentar ser em outro estado.
Candidatos do União Brasil que fazem parte da coligação de Nunes, como Douglas Garcia, Adriles Jorge e Nise Yamaguchi, também têm evitado associar suas campanhas ao prefeito paulistano. Segundo com apuração da Gazeta do Povo, candidatos próximos a Bolsonaro têm reclamado da falta de posicionamento de Nunes em questões mais ideológicas, o que explica a relutância em apoiar publicamente o prefeito.
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