O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.| Foto: Renato Pizzutto/Band TV
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O candidato do PRTB, Pablo Marçal, está fora do segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, conforme resultado das urnas após apuração do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O empresário foi a maior surpresa durante a campanha no maior colégio eleitoral do país.

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O segundo turno será disputado entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB) - apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - e Guilherme Boulos - apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçando a polarização na capital paulista, numa espécie de "terceiro turno" entre Bolsonaro e Lula em São Paulo.

Marçal ainda não declarou apoio no segundo turno. Embora seja improvável que apoie Boulos, não está claro se apoiará Nunes.

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Acompanhe a cobertura completa sobre o resultado e outros desdobramentos das eleições na cidade de São Paulo.

Marçal movimentou a campanha a partir das redes sociais e participação em debates

O empresário, conhecido por vender cursos online, investiu na campanha usando os "cortes" nas redes sociais. A equipe dele ficou famosa pelos vídeos curtos que rapidamente viralizavam nas redes. Durante a campanha, Marçal admitiu que suas ações eram muitas vezes influenciadas por esses vídeos.

Em 23 de agosto, após pedido do PSB, partido da candidata Tabata Amaral, a Justiça Eleitoral suspendeu as contas de Marçal nas redes sociais até o fim da eleição. A decisão foi do juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz. O PSB acusou Marçal de "arregimentar ilicitamente pessoas para aumentar a visibilidade de seus conteúdos" e de incentivar a criação de "cortes" de suas falas, promovendo uma rede de “cortadores” profissionais.

Marçal recorreu, mas o TRE-SP manteve a decisão. Mesmo com as contas suspensas, o candidato criou perfis alternativos e, em poucas horas, superou todos os outros candidatos no número de seguidores no Instagram.

Marçal tomou cadeirada durante debate na TV Cultura

Em um dos episódios mais emblemáticos ocorridos durante a campanha no primeiro turno, o candidato José Luiz Datena (PSDB) agrediu Marçal com uma cadeirada durante debate promovido pela TV Cultura, marcando a primeira vez que um candidato à prefeitura de São Paulo foi agredido ao vivo em um embate eleitoral.

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A agressão ocorreu depois de Marçal ter questionado Datena sobre a eventual saída do candidato tucano da corrida eleitoral, chamando-o de "arregão". Datena pegou a cadeira da candidata Marina Helena (Novo) e a usou para agredir Marçal. O debate foi interrompido, com a transmissão indo para o intervalo. Datena foi expulso do evento e Marçal deixou o debate para receber atendimento médico.

Dias depois, em debate promovido pelo Grupo Flow, o assessor de Marçal Nahuel Medina agrediu o marqueteiro de Nunes Duda Lima, com um soco. Medina alegou que a agressão foi uma resposta após Lima tentar arrancar seu celular e também agredi-lo. Em entrevista coletiva, Marçal condenou a agressão de seu assessor, afirmando que foi uma "resposta desproporcional", mas sustentou que a confusão começou com o assessor de Nunes.

Os planos de Marçal para as eleições de 2026

Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo acreditam que Marçal será uma figura de destaque nas eleições de 2026. Embora não tenha admitido publicamente, Marçal pode concorrer ao governo de São Paulo ou até à Presidência da República, com ou sem a chancela inicial de Bolsonaro.

Nos últimos dois anos, Marçal se filiou a quatro partidos: Pros, Solidariedade, DC e PRTB. Em 2022, lançou-se como pré-candidato à presidência pelo Pros, mas a candidatura não foi homologada devido a disputas internas no partido, que preferiu apoiar Lula. Marçal alega ter sido boicotado.

Ainda em 2022, Marçal concorreu para deputado federal por São Paulo, recebendo mais de 243 mil votos, mas a candidatura foi impugnada por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Tribunal Superior Eleitoral.

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