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O PSDB - que já fez várias vezes a dobradinha prefeitura e governo de São Paulo - em 2024 teve o pior desempenho da história na cidade.
O PSDB – que já fez várias vezes a dobradinha prefeitura e governo de São Paulo – em 2024 teve o pior desempenho da história na cidade.| Foto: Renato Pizzutto/Band TV

O PSDB, que tem um histórico consolidado em gestões anteriores na prefeitura e no governo do estado de São Paulo, teve seu pior desempenho da história na capital paulista nestas eleições de 2024. O candidato do partido à prefeitura, José Luiz Datena, não alcançou nem 2% dos votos válidos no último domingo (6), tendo somado apenas 112.344 votos. O resultado para a Câmara dos Vereadores foi igualmente ruim: os tucanos não elegeram nenhum vereador.

O desempenho de Datena ficou muito abaixo do esperado pela direção do partido. Se o apresentador tivesse concorrido a uma vaga de vereador, com a votação que obteve para prefeito, teria sido o quinto mais votado.

Para a Câmara Municipal, o PSDB lançou 49 candidatos. O mais votado entre eles foi Mario Covas Neto, tio do ex-prefeito Bruno Covas e filho do ex-governador Mario Covas, que obteve 5.825 votos, número insuficiente para garantir uma das 55 cadeiras no Legislativo paulistano. Gilberto Nascimento (PL), último eleito no pleito de domingo, recebeu pouco mais de 22,3 mil votos, quatro vezes mais que o candidato tucano mais votado.

No auge do partido no estado, o PSDB ocupou 12 cadeiras na Câmara de Vereadores de São Paulo. Na última legislatura, o partido tinha oito vereadores. Após um acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), todos os vereadores migraram para a sigla dele, deixando o PSDB sem representação. Esse cenário permanece após as eleições de 2024.

Datena protagonizou a primeira agressão física entre candidatos em São Paulo

Durante a campanha eleitoral, Datena foi perdendo força. Até então considerado um dos principais nomes para a disputa, fez uma campanha tímida, com ausências em eventos e comícios, falta de engajamento nas redes sociais e um ato de agressão física contra o adversário Pablo Marçal (PRTB).

A agressão ocorreu no debate da TV Cultura em 15 de setembro, quando Datena atacou Marçal com uma cadeira. O apresentador foi expulso do debate e Marçal recebeu atendimento médico.

Ao longo da campanha, Datena teve de responder repetidas vezes a perguntas sobre uma possível desistência, devido ao histórico dele - mas permaneceu na disputa. Em alguns momentos da disputa, ficaram evidentes as divergências entre o apresentador e o PSDB. No programa Roda Viva, da TV Cultura, Datena chegou a criticar importantes membros do partido.

Antes de 2024, o pior desempenho do PSDB havia sido com Fabio Feldmann, na eleição de 1992, com 5,8% dos votos. Desde então, o partido elegeu três prefeitos: José Serra, em 2004; João Doria, em 2016; e Bruno Covas, em 2020, além de dominar por anos a Câmara dos Vereadores de São Paulo.

Datena deve deixar o PSDB após fiasco na eleição

Segundo interlocutores tucanos ouvidos pela Gazeta do Povo, a postura de Datena causou desgaste interno no partido durante a campanha e o apresentador pode deixar o PSDB após o fiasco nas urnas. Os candidatos tucanos a vereador reclamaram das negativas de Datena para gravação de vídeos pedindo votos para os concorrentes às cadeiras da Câmara Municipal.

Datena gravou apenas um vídeo para o advogado Eduardo Leite, aliado do candidato a prefeito de São Paulo, que teria entrado em atrito nos bastidores com o candidato a vereador Mário Covas Neto pela utilização do número 45.000 nas urnas. Mais próximo de Datena, Leite venceu a queda de braço.

Após o final do segundo turno das eleições municipais, Datena deve retomar a apresentação do programa Brasil Urgente, na TV Bandeirantes. Antes do retorno à televisão, o apresentador deve deixar o partido.

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